Não quero perecer egoísta

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SARAH

Um mês havia passado. Um mês de choro, muita cólica e alguns sorrisos que me faziam pirar.

Eu estava amando a maternidade, Stephen babava dia e noite na Linda, nós estávamos tão próximos.

Maria, vivia dizendo que ela avisou que nós voltariamos e não largaria um do outro mais. Riamos e convordavamos. Ela e Paulo babavam e falavam que era neta deles tambem.

Já estava ansiosa e preocupada, nós iríamos embora está semana...bom, era oque eu achava até o momento.

Stephen acabará de me contar seus novos planos, ele havia tentado resolver os problemas pra irmos embora, mas eu não conseguiu fazer com que Raul e Cortez brigassem. Esse era o único jeito de sair sem sujar suas mãos.

Mas agora, me dizia que teria que matá-los pra poder sair do país com a gente.

Eu obviamente estava em prantos com medo de algo acontecer com a Linda.

— Amor, não se preocupa, não estou te pedindo mais um ano, apenas mais um único mês. Eu mato eles e nós vamos sumir daqui, entendeu ? —

Olhei Linda em meus braços e respirei fundo ainda chorando.
Eu sentia que algo não daria certo, mas ele sempre foi mais teimoso que eu.

— Por favor, vamos pra África, vamos pra qualquer lugar longe. Até pro Polo Norte, tem gente que vive lá, sabia ?
Eu não sei, mas alguma coisa tá me incomodando, isso não vai dar certo, me ouve, só dessa vez —

— Amor se acalma, vai correr tudo bem, por favor. As coisas vão dar certo, eu já te prometi, nada mais vai fugir do controle...para de ser pessimista ! — Limpou meus olhos.

— Mais um mês Stephen, só um mês. Eu não posso permitir que ela corra perigo. Não é sobre dois adultos conscientes de seus atos e sim sobre um bebê inocente — Ele concordou e me abraçou.

Linda me encarava.

— O que foi, meu amor ? —

— Ela está olhando o monumento, de onde ela saiu — Sorriu ladino e num movimento rápido abaixou-se pegando em minha panturrilha, voltou subindo a mão levemente por minha perna. Me viu arrepiar e abraçou-me por trás, apoiando o queixo em meu ombro e brincando com o narizinho da Linda.

— Stepheen...— Chamei baixinho e manhosa, assim que senti aquele volume contra minha bunda.
Um fogo percorreu meu corpo inteiro.
Já era muito tempo sem sexo e assim como ele, eu já estava subindo as paredes. — Para de provocar, sabe melhor que ninguém, que ainda tenho dias de recuperação —

— Eu sei meu bem, só gosto de te provocar, sabe disso — Levantou meus cabelos. — E esse decote...esse vestido curto...estão me deixando com um tesão do caralho — Mordiscou minha nuca, logo deixando uma trilha de beijos leves até a orelha e eu sai rápido.

— Primeiro, sem palavrões e safadezas perto dela, segundo me aguarde, vou te fazer esperar bem mais — Dei risada do bico que ele fez.

— Me desculpa, esqueci, não vai mais acontecer — Alisou uma das bochechas da pequena.

Olhei as horas e abri alguns botões do vestido pra amamentar aquela doçura que estava em meus braços.

Stephen foi pro banho e depois de algum tempo troquei o lado que Linda mamava.

Ouvi a campainha tocando, me levantei e fui andando calmamente até a sala. A campainha tocou novamente e já senti meus nervos se aflorarem, com certeza era o John com a pressa dele.

— Se tiver paciência, eu agradeço ! — Falei alto e abri a porta esperando o trouxa entrar, demorou pra ele fazer isso então levantei o olhar.

Senti minhas pernas falharem.

— Vo-você ? —

— Oi...— Guilherme encarou Linda e sorriu de canto deixando um urso rosa enorme no chão. Em seguida se aproximou com cautela. — É ela ? Ela é a minha filha ? —

Uma mistura completa de sentimentos me atingiram de uma só vez e me afastei bruscamente até assustando a Linda.

— Não, essa, é a minha filha ! —

— Sarah, por favor. Eu sinto muito, me perdoa. Eu não sei oque deu na minha cabeça na última vez que nos vimos —

— Na última vez ??? Você não sabe oque te deu em quase um ano, né ? Eu te mandei mais de mil mensagens, eu liguei pra você durante várias noites inteiras.
Foram meses passando mal, meses sozinha, se não fosse Deus, Maria e o Stephen...o PAI DELA. Eu teria perdido minha filha — Ri com ironia. — E você ? ONDE VOCÊ ESTAVA ? —

Stephen saiu do banheiro e veio até a sala puxando a porta, a abrindo completamente.

Encarou o filho da puta.

— Oque está acontecendo aqui ? — Olhou-me rápidamente e voltou a encarar o Guilherme.

— Sarah, por favor, me esculta. Eu sei que você deve estar muito magoada, mas eu tenho que falar. Eu sei que fui um babaca, porém é um direito meu conhecer minha filha, você sabe. Me deixa pelo menos pegá-la — Ele havia ignorado Stephen. — Sarah, eu não quero optar por meios judiciais, eu só quero minha filha, só quero vê-la —

Funguei.

— Não ! Ela não é a sua filha, nem adianta...você não merece, Guilherme. A Linda já tem um pai e você já está vendo ela — Puxei a maçaneta. — Obrigado pelo presente, mas ela já tem um. Sinto muito e por favor...não volta mais aqui, Guilherme — Bati a porta sentindo minhas mãos frias pelo nervoso e olhei Stephen.

— Porque ?? —

O mesmo me abraçou com cuidado, para não machucar a Linda.

— Se acalma, amor. Eu não quero dar razão pra esse babaca do caralho, mas você sabe, que ele tem razão...ele tem direitos —

Balançou a cabeça com raiva. Se podia ver a irá de longe.

— Você sabe, que ele é o pai biológico —

— Não, ele não é ! — Tirei Linda do peito e a coloquei pra arrotar. — Você estava comigo na hora do parto, você segurou minha mão, você salvou ela durante a gravidez, você estava comigo e ele não, ele não é o pai ! —

Funguei e ele se aproximou novamente.

— Não, não tenta me convencer — Me esquivei.

— Eu te entendo Sarah, eu te entendo melhor que ninguém, eu juro ! Mas, pensa, nós não somos casados, mesmo que eu tenha registrado ela, se fizerem o DNA, o resultado vai ser positivo pra ele. Vão descartar a certidão e qualquer documento dela.
Você não tem trabalho registrado, você paga o aluguel desse apartamento.
Já me disse que o pai dele, odeia você, a mãe também, acha que se ele entrar na justiça e pedir a guarda da Linda, eles não vão ajudá-lo ? É claro que vão ! Só pra te ver sofrer ! —

Suspirou.

— Sarah, todos nós sabemos oque você passou, mas o pai dele tem poder judiciário, então, por favor, deixa ele ver ela. Pelo menos até nós irmos embora, nós inventamos alguma coisa, que meus pais adoeceram ou sei lá, mas por enquanto, nós ficamos nessa...
Mas, vai de você, permitir ou não —

— Eu não vou, Stephen. Pare de insistências, ou a briga vai ser entre nós dois ! — Meus nervos se afloraram.

Ele se encostou na porta.

— Sei que pra você é muito difícil, mas só de passar pela minha cabeça, de perder vocês duas de uma só vez, pro Guilherme ou até mesmo o Raul e Cortez fazerem algo. Me dá calafrios — Olhou o chão.
— Vocês viraram um bote salva vidas no meio do Atlântico, cheio de tubarões. Se caso algum desses tubarões furar o bote, eu morro destroçado.
É exatamente assim que eu me sinto no momento, mas não quero brigar ou parecer egoísta...—

Pegou um cigarro e passou pela porta.











OI MEUS AMORES, COMO ESTÃO ?...ESPERO QUE MUITO BEM.
VOTEM E COMENTEM, POR FAVOR, E OBRIGADA PELAS VEZES QUE COMENTAM E VOTAM, FICO HIPER ANIMADA.
ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO, BEIJOOOS.

Caminhos Cruzados.Onde histórias criam vida. Descubra agora