Alta

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SARAH

— Minha filha está bem ? Oque aconteceu com ela ? — Perguntei preocupada ainda sentindo um pouco de dor e ele se aproximou, ficando em pé na minha frente.

— Bom Sarah, ela está bem...mas a sua gravidez se complicou —

Me olhou.

— A partir de agora, nada de escadas, nada de estresse, NADA de peso e MUITO repouso.
Dá próxima vez e espero que não tenha uma próxima, pode não ter sorte.
Só mais uma coisa, nós não entendemos e nem Maria soube explicar na sua ficha. Você e ela, estavam saudáveis segundo os exames e o doutor González, então oque aconteceu ? —

— Foi...foi culpa minha — Sequei meus olhos. — Eu cheguei do trabalho, e ao invés de ir dormir, eu fui abrir algumas coisas que comprei pra casa.
Subi em uma das cadeiras e coloquei a cortina, eu joguei o plástico no chão e  quando fui descer daquela porcaria, eu escorreguei no plástico e cai de costas no chão. Como não senti nada na hora, eu não me preocupei. Mas, foi culpa minha —

Eu chorava compulsivamente me culpando por aquilo ter acontecido, Stephen então, respirou fundo e me abraçou.

— Tenha calma, Sarah. Não foi culpa sua, você não quis escorregar, tenho certeza que não viu aonde estava pisando —

Aquele abraço me confortou, e confesso que realmente jamais imaginei que ele me atenderia um dia.


— Oque aconteceu com o Doutor González ? —

— Ele não estava bem, fiquei em seu lugar essa noite. Mesmo sendo novo na profissão, ele diz confiar no meu trabalho — Secou meu rosto com a mão direita. — Vocês vão ficar bem, okay ? —

Apertei a mão dele concordando e sorri fraco.

— Obrigado por não deixar nada de ruim acontecer. Você mais do que ninguém, já percebeu que eu amo demais essa criança — Respirei fundo.

Ouvimos a porta e acabamos por rir, Maria havia saído.

— Maria sempre tenta sair sem fazer barulho, mas nunca consegue, já reparou ? — Stephen perguntou.

— Toda segunda feira eu acabo acordando quando ela sai de manhã. Mas tirando isso, é uma pessoa maravilhosa, ou até com isso mesmo. Maria tem sido como uma mãe, desde que...— Parei de falar lembrando oque aconteceu há uns meses atrás. Não queria mais tocar naquele assunto.

— Não se preocupa, Sarah, eu não ligo — Sorriu. — Olha, eu tenho que te falar que, eu agora estou em dois hospitais e me esforçando pra sair aos poucos do tráfico e da Máfia.
Quando tivemos a última conversa pelo celular. Eu reparei que eu não estava estragando apenas a minha vida, mas a de muita gente e tam...—

Tampei a boca dele, o mesmo parecia nem respirar.

— Eu entendi, Stephen. Você está se esforçando, mas daqui a pouco vai ficar sem ar — Sorri novamente e o puxei para um abraço. — Obrigado pelo que fez essa madrugada, eu não sei oque faria se algo acontecesse —

— Eu só fiz o meu trabalho...claro que por você eu sempre vou atrás do impossível...— Sorri e me afastei.

— Stephen...— Sorri. — Quando vou embora ? Não gosto de hospitais —

— Eu sei...ainda me lembro — Piscou.
— Mas, só amanhã. Vamos te deixar aqui pra repouso total e amanhã te libero pra ir embora.
Meu plantão acabou, já são seis e meia da manhã. Procura descansar, a noite nos vemos novamente — Beijou minha testa e saiu.

***

Assinaram minha alta no dia seguinte e Maria me ajudou com tudo.

Eu não vi Stephen desde a noite passada, ele veio me ver e não voltou mais. A única coisa estranha, é que quando olhei os papéis da alta, vi que ele é quem havia assinado.

— Maria...viu Stephen hoje ? Aqui está a assinatura dele. Mas ele não foi no quarto em que eu estava —


— Não, meu amor, não o vi ainda. Mas agora só vou vê-lo quando eu voltar a trabalhar. Por que ? —

— Na-nada, eu só queria saber —

Sorri de lado e logo chegamos a onde eu estava morando.

Desci do carro calmante e fui andando com Maria me ajudando. O porteiro do condomínio me perguntou se estava tudo bem agora e eu confirmei.

Andamos até a entrada do prédio em que eu residia e assim que me deparei com o primeiro lance de escadas. Suspirei preocupada me lembrando das recomendações médicas.

Ouvi alguém perguntando se eu queria ajuda, eu sabia que conhecia aquela voz. Me virei vendo Stephen de braços cruzados encostado na parede.


— Mais o que tá fazendo aqui ? Você tinha que ir pro outro hospital ou descansar, não é ? —


— Eu dei um jeito e Maria me ajudou, vou cuidar de você, pode ser ? — Se aproximou.


— Acho que isso não vai dar certo...é melhor não — Suspirei lembrando das duas últimas vezes que ficamos a sós.

— Sarah...por favor, eu prometo que vai dar tudo certo. Me deixa cuidar de você, se não gostar de algo que eu falar ou fizer. Me manda embora e eu juro que vou, sem nem questionar —

— Tudo bem...mas lembra, se eu te mandar, você VAI, sem questionar —
Ele concordou e me pegou no colo.

Maria nos deu tchau me deixando meio perdida. Entretanto, assim que ele entrou no meu apartamento comigo no colo entendi tudo, a casa estava mais organizada e tinham compras na mesa.


— Maria te deu minha chave, né ? —
Ele confirmou e me desceu de seu colo calmamente. — Foi fácil assim convencer ela ? —

— Nem tanto. Ela se mostrou bem preocupada com meus pedidos, disse que poderíamos acabar brigando, e isso iria contra uma recomendação que eu mesmo fiz. Que era você seguir uma gestação tranquila — Coçou a cabeça. — E eu prometi, na verdade, jurei, que cuidaria muito bem de você. Aí, fiz cara de cão sem dono e combinei tudo com ela, mas como uma mãe, ela me fez muitas recomendações pra te tratar bem — Sorriu.

— Ela é um amor, não sei como pagar tanta bondade — Olhei a mesa outra vez. — Por que foi gastar dinheiro ? —

— Porque, EU vou cuidar de você. Comprei tudo que sei que gosta de comer. Vou te deixar em paz só quando eu for embora.
Agora, vou começar a fazer o almoço e você vai pro quarto se deitar, antes de comer a senhorita vai tomar banho —

Ela sorriu negando com a cabeça e me enrolou, acabou ficando na cozinha enquanto eu fazia o almoço.










ESSES DOIS EM KKKKK. NÃO ESQUEÇAM VOTEM E COMENTEM AMORES BJUUUUUS.

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