Eu voltei.

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Sarah - Hoje era dia de fazer o famoso balanço de empresa, então eu teria muito serviço pra fazer.
Acordei bem cedo e cerquei a Linda com travesseiros antes de sair da cama.
Fui ao banheiro, fiz minha higiênie matinal e antes de sair do quarto, liguei a babá eletrônica.
Entrei na cozinha vendo um dos seguranças tomando água.
- Bom dia -
Parei na porta.

Diogo Martinez - Olá, bom dia.
Me desculpe senhora, é que a água da guarita acabou, tive que entrar pra tomar -.
Lavei rápido o copo e olhei pra ela enquanto saia da cozinha.

Sarah - Ele era bem familiar, se eu não me engano era um dos amigos quase invisíveis de Stephen.
- Ei, espera você não foi ver a Linda quando ela nasceu, com mais alguns rapazes ? -.

Diogo Martinez - Perdão....Acho que a senhora está se confundindo -.
Arqueei as sobrancelhas e abri a porta tentando encerrar o assunto.

Sarah - Tenho quase certeza que não.....mas....tudo bem, pode ir.
Entre pra pegar oque quiser na cozinha quando precisar, tanto você quanto os outros -.
Ele concordou e saiu. Continuo com a certeza de que é ele, mas não posso por ele contra a parede, ele apenas faz a segurança da casa e eu não sou nenhuma policial.

Abigail - Entrei na cozinha rápidamente e sorri.
- Eu....eu peço desculpas, acordei meio atrasada -.
Liguei a cafeteira e abri o armário.

Sarah - Não quero nem imaginar o porque, viu ? -.
Dei risada e olha me olhou com o rosto vermelho.
- Vou pro escritório, preciso começar antes que a Linda acorde.
Não se preocupe com meu café, quando eu sentir fome, venho pegar alguma coisa, tá bom ? -.
Ela assentiu e eu sai andando.
Entrei no escritório já me sentando para ligar o computador.
Meu celular vibrou com uma notificação e antes de abrir a mensagem, vi ser de um número desconhecido mas daqui mesmo, de San Andrés.

Meu celular vibrou com uma notificação e antes de abrir a mensagem, vi ser de um número desconhecido mas daqui mesmo, de San Andrés

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Não obtive respostas e acabei fiquei com o coração na boca pelo medo.
Durante a manhã inteira, aquela mensagem me rondou a cabeça.
Assim que Linda acordou, parei com tudo fazendo questão de deixar o celular bem longe.

***

Era quase fim de tarde e eu já estava pra lá de cansada. A neném deu bastante trabalho por estar nascendo mais um dentinho. Dessa vez nem Abigail conseguiu acalmá-la, fiquei com ela práticamente o dia inteiro no colo, atrasando completamente o serviço. Mas pela noite eu resolveria isso, o mais importante era minha filha.
Liguei explicando os motivos do atraso para Rana que me entendeu super bem, mas mesmo assim, trabalho é trabalho.
No momento eu estava largada no sofá e Linda estava em cima da minha barriga, me olhando com a carinha mais fofa desse mundo.
- Filha, oque foi ? -.
Dei risada e coloquei a mão no pescoço e na testa dela, pelo visto estava com febre.
Levantei com ela no colo e fui pro quarto, peguei o termômetro e como previsto, ela realmente estava com febre. Suspirei e Linda começou a chorar novamente. Fui até o banheiro e liguei os jatos da banheira, tirei a roupinha dela e a minha calça também, entrei na banheira com ela ainda chorando.
- Ei, meu bem, olha o patinho ! -.
Apertei um pato rosinha que ela amava segurar enquanto tomava banho.
Minha filha foi se acalmando e depois de um longo banho, uma boa mamadeira e algumas gotas de antifebril, ela dormiu. A serquei com travesseiros e me troquei depois de tomar um banho também, sai do quarto e fui até a cozinha morrendo de fome. O cheiro que saia de lá, era ótimo.
- Meu Deus, você vai me matar desse jeito -.

Abigail - Bom saber -.
Dei risada e ela fez careta.
- Tem bolo de maracujá na geladeira e para o jantar estou fazendo salmão banhado no suco de hortelã com limão -.

Sarah - Realmente, você me deixou muito preguiçosa na cozinha -.
Abri a geladeira tirando uma enorme fatia do bolo de maracujá.
Me sentei no balcão e suspirei.
- Abigail.....oque faria se recebe mensagens anônimas ? -.

Abigail - Anônimas do tipo, românticas ou ameaçadoras ? -.
Fechei o forno e voltei atenção a  Sarah novamente.

Sarah - Estão mais pra assustadoras -.
Sorri meio nervosa.
- Recebi hoje de manhã -.
Mostrei o celular e ela me encarou.

Abigail - Você tem que mostrar isso pro Guilherme -.
Senti uma preocupação me tomando pois eu já gostava muito dela e da Linda.

Sarah - Olha, depois eu converso com ele, tá ?. Ele já deve estar descendo pra jantar, então não comenta nada agora. Eu vou fazer um suco enquanto você termina aí, okay ? -.
Ela concordou pedindo que fosse ainda hoje e eu afirmei.
Nós jantamos cedo e depois de ajudá-la com as louças, eu fui pro escritório terminar oque eu não consegui fazer durante o dia.
As horas passaram e lá pelas duas da manhã eu recebi outra notificação, ignorei respirando fundo e fechei o notebook decidindo ir dormir.
Quando cheguei ao quarto me deparei com a porta da área aberta e Linda erolada em sua manta.
Me aproximei da portas corrediças e fiquei estática ao ver uma pessoa parada de costas, provavelmente observando o mar.
- Quem....quem é você ? -.
Senti meu corpo tremer e o nervosismo me tomar.
- Eu....vou chamar os seguranças agora mesmo -.

Stephen - Me virei lentamente.
- Calma não precisa chamar ninguém. Não vou te fazer mal -.
Tirei o capuz da blusa de frio calmamente e encarei ela.

Sarah - Senti minha pernas bambearem e me segurei na porta pra não cair. Meus pensamentos se misturaram de uma só vez e comecei a me sentir zonza, meu fôlego faltou por um instante pois eu não podia acreditar no que meus olhos viam.
- Que brincadeira é essa ? -.

Stephen - Não tem brincadeira, sou eu. Eu voltei pra você, Sarah -.
Me aproximei sorrindo enquanto ela me olhava como se visse algum fantasma.

Sarah - Eu....eu não acredito.... É você ? -.
Senti um nó se formando em minha garganta e abraçei ele com força, enquanto chorava me certificando de que não era um fantasma.
- É você mesmo !! -.

Stephen - Senti meu peito apertar ao ver Sarah daquela maneira e acabei por chorar também.
Abracei o corpo dela sentindo aquele mesmo cheiro gostoso de antes.
Depois de um bom tempo daquele mesmo jeito, ela me soltou dando um sorriso aflito, como se eu fosse sumir novamente.
- Ei, eu estou aqui, eu voltei. Nada vai me fazer ficar longe de você novamente, entendeu ? -.

Sarah - Eu não.....não consigo acreditar que é você. Você ficou longe durante sete meses, e aquele dia....no aeroporto... você....caído, perdendo sangue.
Eu achei que estivesse......você sabe, eu achei que estivesse morto. Mas nunca me dei por vencida, pode acreditar. Te liguei por dias e dias, mas ninguém falava nada, eu... -.
Bati no peito dele com força.
- Porque não veio antes ? Porque me deixou sofrendo todo esse tempo ? -.
Bati outra vez.
- PORQUE NÃO RESPODEU ??? -.

Stephen - Ela falava desesperada envolvida ao choro e aquilo me partiu ainda mais o coração.
Segurei os braços dela e novamente a abracei.
- Eu sei, eu sei de tudo.
Das ligações, das vezes que você chorou, implorando pra pelo menos ouvir que eu estava vivo. Sarah, eu ouvi tudo, eu só não podia te responder, não foi culpa minha, me perdoa....
Eu sei como se sente, mas se acalma, eu estou aqui agora, com você -.

Sarah - Me conta oque aconteceu nesses meses todos ?. Eu preciso saber ! -.
Levei a mão até o rosto dele com uma cicatriz no lado direito. Uma cicatriz que eu sei, que ele não tinha.

Stephen - Aconteceu muita coisa, não sei se vai conseguir ouvir. E....eu também não quero contar nada agora. Agora eu quero apenas matar a saudade, saudade do seu.....do seu cheiro, do seu sorriso, do seus beijos e de você -.
Beijei ela.

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