Sarah - Entrei na casa cheia de seguranças e com isso eu até já estava acostumada. A mansão de Stephen era cheia deles.
Guilherme estava logo atrás, falando com um deles.
Fui subindo as escadas com Linda e entrei em qualquer quarto. Era um quarto grande e aconchegante. Deixei o bebê conforto na cama já que a neném estava dormindo e abri as janelas me deparando com uma área bonita e extensa, logo a frente dela, uma vista linda para o mar. A maré estava pesada, a lua bonita e um céu estrelado. Na varanda algumas cadeiras e sofás trançados, uma hidromassagem espaçosa na cor branca. Era bem a cara do Stephen, surpreender aquela menina pobre do orfanato.
Sentei em um daqueles sofás e desabei em lágrimas, eu não tava acreditando, não podia ser verdade. Pode até ser egoísmo, eu sei que ele mata pessoas, mas, ele não.Guilherme - Conversei com os seguranças e subi as escadas levando as malas.
Entrei em um quarto no fim do corredor e como Stephen tinha me dito, tinha vista pro jardim.
Coloquei a minha mala na cama e me sentei, passei as mãos no rosto vendo aquela cena se repetir na minha cabeça de novo e de novo. Ele levou dois tiros de repente, aquilo não estava nos planos de ninguém, ele foi traído por alguém, alguém que sabia desses planos com certeza, ou alguém estava seguindo ele, ou tinha sido o Eduardo. Esse sabia de tudo, era o único pra quem Stephen havia contado tudo, só podia ser ele.
- CARALHO, não pode ser -.
Soquei a mala e levantei. Sarah não deveria estar legal.
Procurei em alguns quartos e quando vi o bebê conforto em cima da cama de um deles, tive certeza que ela estava lá.
Entrei fechando a porta, pelo tamanho com certeza aquele séria o quarto deles.
Fui até a cama e Linda dormia sossegada, ouvi o choro da Sarah e fui pra varanda me aproximando dela.
Me sentei ao seu lado e resolvi arriscar.
- Eu.....eu sinto muito Sarah -.Sarah - Por favor.....por favor, não....agora não !..... -.
Falei sem olhar pra ele e tentei parar as lágrimas o quanto pude.
ⁿ
Guilherme - Para Sarah. Você acha mesmo que eu não tenho nem um pingo de empatia, pelo cara que cuidou de você ?. Pelo cara que te protegeu, que te amou !.
Ele é o cara mais foda que já vi, ele assumiu um bebê que não era dele, mesmo carregando tanta bagagem sentimental.
Sarah pelo amor de Deus, me perdoa por aquela época, eu tava chapado, eu tava me envolvendo com uns caras da faculdade e você já imagina oque eles me ofereceram. Mas olha, me perdoa, okay ?.
Eu também estou sentindo a morte dele, não como você, mas estou !.
Eu sinto muito se te fiz deixar ele lá, mas você iria morrer, A LINDA iria morrer e eu também. Então me perdoa, se era isso que queria Sarah.
Só não me culpa, tá ? -.
Me levantei e ela puxou meu braço também se levantando.Sarah - Abracei o Guilherme enquanto ainda chorava. Ele estava com a razão, mas tinha tantos sentimentos na minha cabeça, que eu não conseguia pensar em mais nada.
- Me desculpa, me desculpa. Eu só não, não, paro de pensar nele, pensar se ele está vivo ou não.
Por mais que eu ache, que ele não sobreviveu, eu quero acreditar que sim e que a qualquer momento, ele vai passar por essa porta -.Guilherme - Olha, liga pra ele !.
Se os seguranças chegaram a tempo, ele está em algum hospital. Você pode ligar no celular dele, se ele estiver hospitalizado, alguém vai atender.
Mas se acalma, sei que não é nada facil, só que precisa ser forte, pela Linda -.Sarah - Soltei ele calmamente e percebi um volume na cintura do mesmo.
O encarei fixamente e levantei sua camisa com raiva.
- Que porra é essa ? -.
Puxei a arma rápidamente e me afastei mirando ele.
- Explica agora o porque de você estar com uma arma.
Por acaso você sabia oque iria acontecer ?. Você mandou fazerem aquilo ? -.Guilherme - Sarah.....se acalma, abaixa essa arma e me esculta.
Por favor, eu vou falar, mas abaixa a arma -.
Tententei me aproximar dela.Sarah - FICA AI !!, SE VOCÊ DER MAIS UM PASSO, EU METO UMA BALA EM VOCÊ -.
Ele nunca usou armas ou qualquer outra coisa. Porque logo hoje, ele estaria com isso ?.
- FALA !!! -.Guilherme - Calma, eu vou, mas se acalma.
Olha....Stephen bolou um plano e pediu minha ajuda pra executar junto com o Eduardo. Cinceramente ? era simples !. Nós iríamos pro aeroporto, Eduardo já estava lá, era pra chamar o Stephen, com a desculpa de que alguém estaria morrendo e precisava muito falar com ele.
Nós viriamos na frente com a Linda, e ele chegaria entre amanhã a noite ou depois de amanhã bem cedo. Por isso a arma, ele me deu.
Eu...eu passei pelo detector de metais e não sei se você viu, mas depois disso um policial ainda me revistou. Nessa hora o policial colocou as partes das armas nos meus bolsos.
Stephen já tinha me ensinado a montar, então foi simples, a única merda que não tava nos planos foi oque aconteceu com ele.
Nós fomos ao banheiro e na volta era o momento certo pra que Eduardo aparecesse -.Sarah - Mas...mas...eu não consigo entender.... Porque isso, porque passar mais um dia lá, sem ninguém por perto ? oque ele tinha feito ?. Ou oque ele ia fazer ? -.
Abaixei a arma meio sem reação pra tanta informação.Guilherme - Eu não sei, como.... -.
Dei uma pausa e me sentei passando as mãos no rosto.
- Não sei como te dizer isso....mas lembra do dia que vocês foram para o enterro de um amigo dele ?. E antes disso, ele sumiu por uns dois dias ?.
Ele exterminou a máfia, e esse um dia que ele ainda ficaria....era para garantia de que ninguém viesse atrás de você ou da Linda. A porra do problema foi que alguém atirou nele, alguém que queria ele morto. A única pessoa de quem desconfio, é o Eduardo....ele simplesmente não me avisou nada. Eu ao menos vi ele lá.
Por isso, eu acho que ELE, chamou aquele cara que apareceu do nada.
Só esperou o momento certo pra agir -.Sarah - Eu não....sei, se fico com raiva...ou se agradeço. A minha vontade, é de chorar......
Mas não sei, oque eu faço....simplesmente não sei. Eu não estou acreditando em tudo isso -.
Deixei a arma no sofá e voltei pro quarto.
Tirei a Linda do bebê conforto e me deitei com ela. Eu estava como um cego num tiroteio, vários sentimentos se misturavam em minha cabeça e me causavam dor.
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Caminhos Cruzados.
RomanceSarah foi abandonada na porta de um orfanato poucas horas após o nascimento. Cresceu vendo seus amigos sendo adotados e ela sempre sendo devolvida. Traumas foram criados e tristezas enraizadas, sentimentos persistentes de abandono a cercam. Pouquís...