SARAH
Aproveitei a saida de Stephen e chamei um Uber, fui até uma farmácia e comprei dois testes de gravidez, daqueles que mostram os meses e tudo.
Saí já solicitando outro carro e assim que entrei pelos portões da mansão, enfiei a sacola dentro do moletom e coloquei as mãos no bolso.
Cumprimentei Paulo e entrei na casa, chamei por Stephen e agradeci por ele não ter voltado ainda.
Entrei no meu quarto indo direto ao banheiro trancando a porta.
Eu tremia mais que vara verde, só de olhar pra sacola. Abri os dois testes, li as instruções e respirei fundo tentando me estabilizar mentalmente.
— Calma, Sarah...pode ser só coisa da sua cabeça — Falei tentando me acalmar e sorri aflita pro espelho. — Vamos lá —
Fiz xixi no potinho e logo molhei os testes, tirei e esperei os cinco minutos sem ter coragem de olhar.
Foram os cinco minutos mais longos e torturantes da minha vida inteira.
Quando enfim visualizei, eles indicavam ( grávida - 3 meses ).
Eu não sabia oque fazer, eu senti o chão se abrindo e eu indo cada vez mais pro fundo. Lágrimas molharam meu rosto e eu comecei a me sentir mole, encostei na porta respirando descompassadamente.
— Não, não, não pode ser, oque eu vou fazer ? — Sussurrei e escorreguei pela porta até me sentar no chão em prantos.
— Não...Não posso, não agora — Peguei meu celular e tentei ligar pro Gui. Claro que foi em vão, liguei quinze vezes seguidas e ele não me atendeu. — Claro, né ? Seu filho da puta, não vai me atender mesmo —
Peguei uma toalha tentando secar meu rosto e parar de chorar, mas adivinha ? foi inútil. Joguei a toalha longe sentindo uma raiva imensa.
— Nãooo, nãão, por favor, nãao — Supliquei pra que aquilo fosse um pesadelo, abraçei minhas pernas em desespero e desabei de vez.
Chorei, chorei pra lavar a alma, eu não sabia como lidar com aquela informação, eu não sabia como ia contar para Stephen.
Muito menos as outras pessoas, como eu ia continuar estudando ? E como o Guilherme ia lidar com isso ? Eu não tinha resposta pra nada, minha única solução era botar aquela angústia pra fora com o choro.
Saí dos meus pensamentos com alguém batendo na porta como se quisesse arrancar e voltei pra realidade. Era Stephen.
— Sarah, oque houve ? Abre a porta !! Eu fiz alguma coisa ? Abre aqui ! —
Eu tentava falar, mas nada saía, era como se aquela angústia me calasse e ele começou a bater mais forte na porta, chamando-me desesperado.
— Sarah oque você tá fazendo ? Por que não abre a porta ? Abre logo ou eu vou arrombar isso aqui —
Fechei os olhos rapidamente tentando imaginar uma situação melhor pra tudo aquilo e enfim falei.
— JÁ VOU...Não é nada. Calma, já vou !! — Levantei rápido do chão e senti uma baita tontura, obviamente.
Respirei fundo e me olhei no espelho, meu rosto estava vermelho e meus olhos hiper inchados.
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Caminhos Cruzados.
RomanceSarah foi abandonada na porta de um orfanato poucas horas após o nascimento. Cresceu vendo seus amigos sendo adotados e ela sempre sendo devolvida. Traumas foram criados e tristezas enraizadas, sentimentos persistentes de abandono a cercam. Pouquís...