Nenhuma obrigação

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STEPHEN



Estava sendo ótimo ficar com a Sarah. Porém, os dias que pedi nos dois hospitais, pra ficar com ela, se findaram.

A mesma estava toda preocupada com o trabalho, o tal John deu uns dias pra ela descansar também, mas como não era cogitavel descer e subir as escadas pra chegar no apartamento dela, teve que pedir a ele que viesse pra conversar melhor.

Na verdade, Sarah iria se demitir, ela estava desesperada por conta do apartamento e também pelas coisas da filha dela, eu pensei um pouco sobre o assunto, mas não iria falar nada por hoje.

...

Ia a caminho da minha casa, para pegar algumas coisas pra começar o turno no hospital, quando recebi uma ligação do Eduardo.

Ele estava furioso, me disse que eu o deixei segurar a barra de tudo sozinho, por causa da mesma vegabunda, outra vez. Claro que não deixei barato.

Questionei a quem ele se referia e por que estava falando comigo naquele tom. O idiota me xingou e pouco liguei. Mas, referente a Sarah, o deixei avisado, que caso o nome dela passasse pela boca, ou preferisse qualquer insulto. A próxima e última coisa que ele veria, seria uma arma apontada pra cabeça dele.

O indaguei também, sobre como sabia que eu estava com ela, afinal, eu não contei nada. Eduardo usando de sua ousadia respondeu que não me interessava e me disse para passar lá, tinham compradores interessados.

Corrigi ele, eu já tinha avisado, não queria mais ficar nessa vida. O infeliz ao invés de respeitar a decisão, foi simplesmente arrumar mais clientes.
Deixei claro também que teríamos uma seria conversa, ele estava passando de todos os limites.

Desliguei o celular e soquei o volante, ele era um desgraçado, isso sim.
Tomara que a Sarah não desconfie de nada.







SARAH


Me levantei assim que Stephen saiu e comecei a arrumar algumas coisas, sem peso, sem estresse, nada que pudesse ser prejudicial.

A tarde chegou e fui passar um café. Sim, passado no coador de papel, porque sem trabalho, sem dinheiro, sem dinheiro, sem eletrodomésticos que facilitam minha vida.

Já estava fechando a garrafa de café quando meu interfone tocou, era seu Jorge me pedindo autorização para mandar John subir. Autorizei e logo a campainha tocou, abri a porta e vi ele segurando o Nick e a Rana ao lado deles.

Analisei os três por uns instantes e sorri.

— Olha vocês três, gente, vocês são muito lindos ! — John me abraçou e Nick pulou no meu colo. Rana ficou meio receosa mas abracei ela mesmo assim.
— Vem, entrem, sejam bem vindos — Sorri e eles entraram.

— Então essa é sua casa ? É bonita — John olhava tudo enquanto eu mostrava ânimo com Nicolas no colo.

— Sim, ainda tem pouquíssimos móveis, mas...creio que vou organizar tudo aos poucos. Já, já, levo vocês pra conhecerem o quarto, vamos pra cozinha, acabei de fazer café —

Me acompanharam enquanto Rana ria sozinha. Olhei o John com cara de quem perguntava: Do que essa retardada está rindo ? Ele a cutucou e a mesma nos olhou pedindo desculpas.

— Sarah, John, me desculpem — Tentou não rir mais. — É que a Sarah pareceu aquelas senhoras com sessenta anos de idade, chamando as pessoas pra tomarem café, e nós dois também, parecendo velhos viciados em café. Nem tivemos a educação de dar aquela primeira negada — Sorriu.

— Ai que horror, Rana, já tô me sentindo velha com tanta dor nas costas. Você ainda fala um negócio desses — Eles sentaram e eu fui pegando um monte de guloseimas e também o café para tomarmos.

— Ela está se referindo a mãe dela, Sarah — Rimos e ele recebeu um tapa.

Depois de me sentar, John suspirou e me olhou.

— Então baixinha, oque tem pra conversar ? — Bebeu o café e eu dei um biscoito pro Nick.

— Bom...eu peguei apenas uns dias pra descansar quando te liguei do hospital. Entretanto, agora tenho que te falar que estou saindo. Por instrução de Stephen e da equipe médica, não posso subir escadas, não posso ficar muito tempo em pé. Segundo ele, quando eu cai, meio que abri um espaçamento ou algo assim, então o sangramento pode voltar —

Cocei a cabeça.

— Cheguei do hospital tem cinco dias e até agora não desci as escadas, nem fiz nada direito sozinha, eu não sei o que vou fazer, espero que de tudo certo daqui pra frente —


— Sarah, te entendo perfeitamente.
E mesmo que não tenha sido com registro, vou pagar todos os seus dias trabalhados no bruto, pode ser ? Vai te dar uma força pelo menos pra mais dois meses — Rana o olhou e sorriu.


— Olha, vou aceitar por causa da minha filha. E te agradeço imensamente por tudo — Sorri. — Mas, vamos esquecer um pouco esse assunto, ele estava me martelando há horas —


— Sem problemas. E então, você e o Stephen ? Disse que ele recomendou essas coisas ? — Riu como uma velha fofoqueira e Rana tampou o rosto com vergonha.


— Sem problemas, Rana, já me acostumei com o jeito delicado dele e do Marvin — Prendi meus cabelos. — Bom, quando cheguei no hospital, uns enfermeiros me atenderam e levaram pra uma sala. Stephen veio desesperado, mas eu nem sabia quem era. Estava deitada e tão mal, nem o reconheci quando entrou lá.
Ele tomou a frente e conteve rápidamente o sangramento, depois disso, acordei lá pelas seis da manhã —

Nick se inclinou para o colo do pai, que o pegou logo.

— O quarto estava escuro, a Maria dormindo na poltrona e eu chorando preocupada, até que vi alguém entrar e acender a luz, fiquei perplexa. Mas, só pensei na minha filha, ele cuidou da minha alta e também quando cheguei aqui com a Maria ele que ficou pra ajudar minha ilustre pessoa — Revirei os olhos convencida e eles riram.


— E aí ? Como ficaram ? Tenho certeza que ele CUIDOU mesmo, mas sei lá e sua filha ? — Rana perguntou com máxima curiosidade e John arqueou as sobrancelhas. Ela bateu no ombro dele e o mesmo deu risada.


— Nós ficamos bem próximos sentimentalmente dizendo e não transamos nem nada, nos seguramos bem. Até eu inventar de brincar de perguntas e respostas com ele, nos soltamos e acabamos nos beijando. E divinhem o que aconteceu ? A neném chutou, e eu lerda coloquei ele pra sentir também. Fiquei tão feliz, que nem lembrei do que aconteceu com ele há uns anos —

Peguei um biscoito.

— Stephen ficou completamente desconcertado, eu pedi desculpas e ele também, mas o pedido de desculpas dele foi pelo fato de um tempo atrás ter dito que não aceitava minha grávidez. Eu perdoei e sai com vergonha pelo que tinha feito.
Assim que saí do banho, fui fazer o jantar pra nós dois e ele estava no meu quarto, o deixei na dele. Só fui atrás quando a comida ficou pronta, o achei num sono tão bom que nem acordei —

Nick foi pro chão e tratou logo de sair engatinhando pra conhecer o lugar.

— Stephen acabou dormindo na minha cama mesmo. E quando acordei pela manhã, ele estava conversando com minha barriga e a neném chutou umas duas vezes, ele disse que era cedo mais se voltassemos ele deixaria o orgulho de não ser pai dessa criança pra trás e queria que ela aceitasse ele. Fiquei muito contente, mas, quero deixar claro pra ele, que ele não tem nenhuma obrigação com minha filha.
Vai ser meio complicado pra gente no começo, mas, vamos nos entendendo, espero que de certo —


— Vai sim, espera só pra ver. Você fala dele com um brilho enorme nos olhos —
Sorriu e eu a abracei de lado.

Nós conversamos bastante, trocaram números e quando Nick pegou no sono, ele resolveram ir embora. Se despediram e tomaram o rumo de casa.







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