Resolvendo problemas

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STEPHEN



— Pela direita, corre !! — Ouvi Eduardo pelo fone.

Ele estava dentro de uma vãn estacionada perto do grande prédio onde ficavam os capeloes daquela organização criminosa.

No momento ele controlava o sistema de câmeras e eu estava lá dentro junto com Bruno, Will, Aron, e Bryan. Eles estavam, digamos que, dando um trato nos seguranças pra facilitar o serviço com Cortez e o filho da puta do Raul.

— Eu espero que você dê um bônus pra gente, Stephen ! — Disse Aron mirando na cabeça de um desgraçado que estava socando Bryan e quando apertou o gatilho os miolos voaram pra todo canto do elevador. — Além do resto do pagamento, é claro ! —

— Cala a boca, caralho, nunca dei pra trás — Vi Bryan se melar de sangue e não consegui segurar o riso pela cara que ele fez. O mesmo jogou a carcaça do infeliz pro lado e levantou limpando o rosto. — Você precisa de um banho...—
Passei a AK-47 no ombro. — Vamos pelas escadas, o Eduardo desligou as câmeras de lá ! —

Fomos subindo rápido e no caminho matamos cerca de oito homens que apareceram correndo em nossa direção.

— Tô chegando, desgraçado ! — Alcançamos o último andar e fomos caminhando rápidamente até o cofre, uma espécie de sala, onde os chefões ficam seguros quando seus locais são invadidos.

As portas e paredes com resistência tripla e Bruno fez cara de idiota, ele curtia essas coisas.

Já eu, carregava tanta raiva, por ter que mudar meus planos, eu havia recebido a informação de que planejavam acabar comigo no dia seguinte.

Precisei resolver essa merda antes da viagem, mesmo correndo riscos e manter Sarah e a Linda a salvo, não seria uma opção se eu estivesse morto.

— Ainda bem que não vamos precisar danificar essa belezinha. Qual é a combinação, Eduardo ? — Bruno perguntou

Quando estava prestes a colocar os últimos digitos, ouvi estampidos de tiro.
Vi a pernas dele ficarem sem forças e por fim, caiu de cara no chão frio começando a agonizar.

Sim, nos descuidados por um momento e foi tudo muito rápido, Aron, Will, Brian e eu, nos viramos começando a atirar sem piedade.

— Will tira ele daqui, RÁPIDO !! — Aron e Brian se esconderam do outro lado do corredor e eu ajudei Will a puxar o Bruno que já sangrava pela boca.

Fiz sinal pra Will me dar cobertura e os meninos do outro lado também.

Tirei o fuzil do ombro e o joguei no chão, comecei a fazer pressão nos ferimentos de bala.

— POR QUE VOCÊ TÁ SANGRANDO, SEU IDIOTA ??? — Fiz mais força e percebi que ele estava sem colete tático.

—Vo-você  sa-sabe, que eu nunca...gostei de viver — Sorriu com a boca cheia de sangue enquanto sua respiração pesava, seus pulmões já estavam pesados. —Depois, que...a Ma-Maya morreu, se tornou ainda mais di-fícil —

Falou com dificuldade e eu vireu seu corpo com calma, o olhando de frente.

— Eu sempre fraquejei na ho-hora de puxar o gatilho, co-ontra a minha cabeça — Abriu um novo sorriso. — Adeus amigo —

Ele havia se afogado no próprio sangue e infelizmente eu não podia ajudá-lo, seus pulmões já estavam encharcados. As balas haviam se alojado neles.

— Eduardo...manda os Martinez subirem — Suspirei e senti meus olhos queimarem. — Agora você vai encontrar ela, amigo — Sorri de lado, ele era meu amigo mais chegado dentre todos os outros. Ele sempre me ajudou e eu sempre o ajudei.

A esposa dele teve câncer há uns dois anos e mesmo assim quis engravidar. Na hora do parto, ela e o Benjamin acabaram partindo e desde então, Bruno não foi mais o mesmo, na verdade ele nunca viveu feliz.

Por um acidente na temporada de caça, quando criança, acabou matando o pai sem querer e a mãe começou a desprezá-lo.

Quando Maya apareceu, ele sentiu a vida sorrindo, mas infelizmente, aconteceu essa merda e agora ele estava indo. Fiz o sinal da cruz e fechei seus olhos.

Vi os outros fazer também o sinal e o deixei no canto da parede. Passei meu fuzil nas costas outra vez e peguei outra carreira de balas.

Quando ouvimos a voz de um dos Martinez na escuta, me levantei e dei sinal pra levantarem e ficar em alerta.

Os tiros não pararam um só segundo, por mais que tenha sido muito rápido, pareceu uma eternidade.

— Nós voltaremos pra te buscar — Olhei Bruno uma última vez.

Foi bem triste oque acabará de acontecer, mas o foco eram os desgraçados que estavam dentro do maldito cofre. Então no momento, não tínhamos pausa pro luto, ele era meu amigo. Mas, se perdermos tempo agora, acabariamos como ele.

— Presta atenção !! —

Os barulhos recomeçarem e fomos até lá.

Os Martinez, os quatro irmãos mais perigosos do país estavam do nosso lado nos ajudando.

— Bendito seja o santo bancário do Stephen ! — Aron riu e começamos a atirar nos homens do Cortez.

Eu iria por o segundo plano em prática pras Diogo Martinez foi mais rápido na fala.

— STEPHEN, VAI ABRIR O COFRE COM ELES. NÓS FICAMOS AQUI, PRA CASO MAIS ALGUÉM CHEGAR ! — Ele se abaixou atrás de um balcão e nós correremos novamente pra abrir aquela merda.

— Eduardo, qual a combinação ? — Foi ditando rápidamente e assim que teclei o último número ouvimos a tranca principal se mover e a porta então abriu.

Cortez, Raul, Henry e o capacho mor dos três, Yan. Estavam lá dentro, com armas apontadas em nossa direção.

— Os ratos estão encurralados...— Sorri e tirei aquela porcaria de toca ninja. — Abaixem as armas ! — Ameacei tirar o pino de uma granada.

— Oque você quer de nós ? — Raul perguntou já sabendo oque eu iria responder.

— A primeira coisa é a cabeça desse desgraçado. Conhecido como: seu capacho — Olhei Yan com ódio. — Agora, chutem pra longe ! — Falei após ver que abaixaram as armas. — Quero todo mundo sentado no chão ! —

Me aproximei deles e o primeiro que puxei pra levantar de novo, foi o Yan.

— A seu desgraçado, não sabe como eu tive vontade de fazer isso — Dei o primeiro soco nele que cambaleou pra trás e passou a mão na boca sorrindo.

— Oque você quer pra parar com isso ? Vai acabar morto, seu moleque retardado, e tudo isso pra que ? Proteger uma vagabundinha interesseira ? — O sorriso fez meu sangue ferver.

— Ela não é a sua mãe ! — Dei outro soco por ouvir ele falar daquela maneira referente a Sarah. O saco de lixo caiu no chão e eu dei alguns chutes em seu estômago, tentando descontar pelo menos uma parte mínima da raiva que eu estava sentindo.

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