13 - Ruth

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No dia seguinte fui até a cidade para enviar minha carta. Bash passou toda a manhã me zombando por escrever uma carta de amor.

- Se apresse em mandar a carta de amor. - ele disse pela milésima vez quando chegamos aos correios.

- Não é uma carta de amor!

- Certo. Esqueci.

- É sério. Não é uma carta de amor.

- Quanto tempo até ela receber a carta de amor? - ele insistia em me irritar enquanto voltávamos ao navio.

- Não é uma carta de amor!... Talvez um mês.

Foi quando um grito chamou nossa atenção. Era um grito desesperado. Corremos para tentar ajudar de alguma maneira. Quando chegamos ao local vimos uma mulher claramente grávida, ela estava caída no chão. E implorava para outra mulher que estava em pé próximo a uma porta.

- Não, por favor! - ela gritava.

- Calma, o que aconteceu? - Bash perguntou quando nos aproximamos. A outra mulher entrou, batendo a porta. - Calma! O que há de errado? O que aconteceu?

Ajudamos a mulher grávida a se levantar. Ela continuava chorando. De repente segurou a barriga, aparentando te tido uma contração.

- Ela está em trabalho de parto! - falei para Bash, que olhou assustado - Senhorita, onde está sua família?

- Ela não tem família. E a dona do bordel a expulsou! - Bash constatou.

- Tem um médico vindo? - perguntei a ela - Senhorita, o médico está a caminho?

- Hey! Abre essa porta! Não pode fazer isso! Abra! - Bash gritou enquanto esmurrava a porta.

- Senhorita? - perguntei quando ela saiu cambaleando.

Bash continuava batendo na porta, mas sem sucesso. Ninguém naquele lugar parecia se importar com aquela mulher. Fiquei em dúvida se ficava com Bash ou se seguia a mulher. Decidi que ela precisava da nossa ajuda, provavelmente a única que iria encontrar.

Ela entrou em uma tenda de palha. Não sei ao certo para que era usada. Provavelmente algum abrigo para animais. Mas naquele momento estava vazia.

- Senhorita! Sei que deve estar assustada. - falei enquanto ela chorava de dor - Como se chama?

- Ruth!

- Ruth, sou Gilbert.

Pelos gritos as contrações já estavam bem próximas, aquele bebê já estava a caminho. Eu já havia visto muitos partos dos animais de nossa fazenda. Aprendi a reconhecer as contrações e saber quando o parto estava próximo. Aprendi também a ajudar nesses partos. Eu sabia que o parto de uma mulher não é o mesmo que o parto de um animal. Mas não havia ninguém a caminho para ajudá-la. Eu precisaria fazer alguma coisa por ela.

- Sua bolsa estourou? - perguntei ao perceber sua roupa molhada.

- Sim, sim! - ela disse desesperada.

Saí procurando algo para tornar aquilo o mais higiênico possível. Eu precisava forrar aquele chão antes que um bebê nascesse nele. Encontrei um varal e peguei algumas roupas que estavam estendidas. Bash nos encontrou, provavelmente seguiu os gritos.

- Precisamos buscar ajuda. - ele me disse.

- Não dá tempo. Vai nascer agora. Preciso do seu babash. Para esterilizar.

- Ficou louco? Vai fazer o parto? O que te faz pensar que tem ideia de como fazer isso?

- Eu já fiz isso antes - gritei.

My Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora