38 - A Feira

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Como combinado, encontrei a família Rose na estação. Winnie, como sempre estava muito bonita e bem vestida. Ela me apresentou seus pais, que me pareceram bem simpáticos e acolhedores.

O Sr Rose tinha um ótimo senso de humor e conversou alegremente comigo sobre suas aventuras e bebedeiras nos tempos de faculdade. Eu fiquei na dúvida se acreditava em tudo o que ele dizia, já que sua esposa o repreendia de tempos em tempos por exagerar.

Imaginei que nossa Feria Regional talvez parecesse simples demais pra eles quando descobri que viveram anos em Paris e tinham um apartamento lá. Mas eles pareceram encantados com tudo e não desdenharam nossa humildade rural de maneira alguma.

A feira estava alegre e movimentada. Havia palhaços em pernas de pau e malabaristas circulando entre as pessoas. Jogos de argolas e de força, tiro ao alvo e pescaria para os pequenos. Barracas de comida e de venda dos mais diferentes produtos e até mesmo um balão. Meus convidados estavam animados e queriam olhar tudo, principalmente Winnie e a mãe.

Winifred se apoiou em meu braço e nós atraímos diversos olhares curiosos. Não vou negar que senti certo orgulho ao desfilar com uma garota tão bonita ao meu lado. Tentei não imaginar o tipo de conclusão que as pessoas estavam chegando. Eu mesmo ainda não tinha chegado a nenhuma conclusão sobre nada daquilo. Apenas estava aproveitando o dia.

- Linimento de óleo de cobra! - um homem gritou perto de nós - Cure o que o aflige! Queda de cabelo? Recupere-o.

Parei para olhar os pequenos frasquinhos imaginando como seria simples se um único produto tivesse mesmo todo aquele poder.

- Por que se incomodar com a faculdade de medicina? - o Sr Rose disse se aproximando também.

- Talvez eu deva estudar com ele. - eu disse - Custa menos que a Sorbonne.

- A Sorbonne. Então esse é seu destino?

- Nos meus sonhos... Imagino que será a boa e velha Faculdade Queens. - seguimos andando lado a lado, enquanto as mulheres ficaram um pouco atrás - Mas li no The London Times que pesquisas inovadoras em imunologia estão sendo feitas na Sorbonne, e se eu seguir com a medicina, é a área que quero estudar.

- Sem falar das lindas assistentes.

- Senhor? - parei e o olhei assustado.

- Quais são suas intenções com minha filha?

Winifred começou a tossir atrás de mim, parecia ter se engasgado com o susto da pergunta. Eu fiquei totalmente sem ação, não sabia o que responder.

- Não, eu...

- Estou brincando. - ele disse gargalhando.

- Sinceramente, Nigel. - a Sra Rose o repreendeu.

- Chame isso de hobby. - o Sr Rose disse ainda rindo - Um que minha esposa suporta com bravura.

- Dificilmente. - ela respondeu.

- Quanto a Winifred, confio na minha filha. - ele continuou - Se ela está feliz, fico feliz.

- Podemos aproveitar o dia? - Winnie falou parecendo irritada com o rumo da conversa.

- Ela não parece muito feliz. - falei ao seu pai, entrando na brincadeira.

- E de quem é a culpa? - a Sra Rose repreendeu mais uma vez o marido, batendo nele pelas costas. Ele continuava achando tudo muito engraçado.

- Se precisar de ajuda para entrar na faculdade de medicina, sou amigo do Tommy Sorbonne. - disse o Sr Rose puxando meu braço para mais perto e parecendo sério.

My Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora