(T3E3)
Durante a visita de Elijah, ele e Mary discutiram e ela se cortou com uma faca que usava na hora. Ela deixou que eu desse uma olhada e o corte não era muito profundo. Mas estava bem vermelho em volta e depois de alguns dias ainda não parecia estar cicatrizando.
Bash e eu insistimos para que fosse ver o Dr Ward em Charlottetown, mas ela teimou que não precisava. Dizia que estava melhor, porém não deixou mais que eu olhasse.
No sábado ela amanheceu com febre e eu não fui para meu estágio no consultório. Fiquei em casa e ajudei Bash com Delphine, já que Mary não se levantou. A cada dia eu ficava mais preocupado, sabia que poderia ser algo grave. Ela, porém insistia que estava apenas cansada e continuava planejando uma festa de páscoa em nosso jardim.
No ano anterior ela havia feito essa mesma festa. Convidou todos os nossos vizinhos, mas apenas os Cuthberts compareceram. Foi uma festa encantadora mesmo assim. Mary não se deixaria abater por causa do preconceito.
Agora novamente estava convidando a todos para celebrar a Páscoa conosco. Apesar de várias negativas, ela estava animada com os preparativos mesmo de cama.
No terceiro dia de febre Bash estava tentando animá-la. Ele entrou na cozinha enquanto eu preparava um mingau para ver se Mary conseguia se alimentar um pouco, já que nada parecia parar em seu estômago.
- Uma inspiração, Blythe. - ele disse e eu percebi que trazia um cesto nas mãos - Depois de três dias, até você deve querer algo diferente.
Abriu o cesto e vi que estava cheio de pintinhos. O que ela pretendia fazer com aquilo? Uma canja?
- Um pouco drástico, não?
- Calma. Ainda não estou tão desesperado. - disse saindo - Não esquece o sal.
Ele disse isso para me zombar já que no primeiro dia que Mary passou mal eu me confundi e coloquei sal no mingau. Eu não tinha culpa se ela havia mudado o lugar de algumas coisas quando assumiu a cozinha.
- Mas que ingrato!
Depois de passar um tempo no quarto com Mary, Bash me falou que ela finalmente havia concordado em consultar o médico. Apesar de ainda achar que não era grave, ela estava com medo de ser algo contagioso e que Bash, Delphine e eu corressemos algum perigo de adoecer também.
Decidimos que a melhor opção era eu ir a Charlottetown e pedir para o Dr Ward vir até aqui, já que ela estava fraca para viajar.
Bash levou Delphine para Green Gables, os Cuthberts poderiam cuidar dela até sabermos se era seguro. Eu iria pegar o trem no meio da manhã e estava me preparando para sair quando Marilla e Anne chegaram.
- Bom dia, Gilbert! - Marilla me cumprimentou quando entrou.
Anne vinha logo atrás dela e apesar de ainda estar chateado com a forma com que ela me tratou no trem eu não pude deixar de me sentir feliz ao vê-la. A visão do rosto dela era um alento depois de dias de preocupações e cuidados com Mary.
- Bom dia, Srta Marilla... Anne! - ela me deu um pequeno sorriso - Vieram ver Mary?
- Sim, e ajudar no que for preciso. - Marilla explicou - Matthew pode ficar com a bebê por uma hora ou duas.
- Claro! - respondi, mas imaginei Mathew cuidando de um bebê tão pequeno, devia ser uma cena engraçada.
- É muito sério? - Marilla perguntou.
- O médico pode dizer melhor do que eu, mas espero que não.
- É vergonhoso que o único médico que aceite atendê-la esteja em Charlottetown. - Anne falou revoltada.
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My Anne with an E
FanfictionUma versão da série Anne with an E pela visão de Gilbert Blythe. Essa versão é da série, apesar de eu conhecer os livros. Senti o desejo de descrever um pouco as minhas impressões sobre os pensamentos e sentimentos de Gilbert na série. Como os sent...