Bônus III

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Na manhã seguinte estava de volta àquela casa o mais cedo que julguei chegar sem ser inconveniente. Dessa vez quem me atendeu foi a própria Anne.

Mesmo sabendo que ela estava lá e que me esperava, estava com o coração disparado pela necessidade de ver seu rosto novamente.

Ela estava com um vestido azul escuro e havia deixado os cabelos soltos. Estava tão bonita que fiquei mudo por um instante.

- Você demorou! – ela disse me dando uma bronca.

- Desculpe! Achei que seria rude chegar muito cedo!

- Ninguém se importaria, eu tenho certeza. Vem!

Pegou minha mão e me puxou para dentro apressadamente. Passamos pela sala que estava vazia.

- Onde estão todos? – perguntei.

- George precisou ir ao escritório, Cole foi com Dylan conhecer a loja e Tia Jô está em seu quarto. Ela queria descansar e ler um pouco.

- E onde está me levando?

- Para um mundo encantado! – disse com um sorriso que revelava aquela menininha que ela nunca deixaria de ser.

Chegamos a um grande jardim nos fundos da casa. Havia uma estradinha de pedras brancas que serpenteava os canteiros das mais variadas flores, salpicadas de árvores floríferas e frutíferas. Havia também algumas esculturas que se espalhavam entre os canteiros. Apesar da evidência dos cuidados e do capricho do jardineiro, havia algo de natural na maneira como as plantas estavam espalhadas, demonstrando liberdade. Parecia mesmo um lugar encantado.

- Pronto, aqui está perfeito! – ela disse parando perto de um grande canteiro de rosas e se virando para mim – Bom dia!

Se aproximou olhando em meus olhos e me beijou. Foi um beijo calmo, sem pressa. Senti a suavidade de seus lábios nos meus e acariciei seus cabelos aproveitando que estavam soltos. Era mágico poder estar assim com Anne, eu sentia que poderia acordar a qualquer momento e descobrir que era apenas um sonho.

- Ufa! – falei quando encerramos o beijo nos envolvemos num abraço – Pensei que havia se cansado dos meus beijos!

- Nunca! Está condenado a me beijar por toda a eternidade! – ela falou com um sorriso que fez meu coração falhar um compasso.

- Será um prazer! – voltei a beijá-la.

Ela me levou até um gramado, onde havia uma grande árvore de tronco largo. Havia também uma toalha estendida e uma cesta de piquenique preparada para nós. Nos sentamos lado a lado ao pé da árvore.

- Esse lugar é muito bonito! – falei olhando em volta.

- Essa casa é um refúgio para George e Dylan, um santuário onde eles podem ser quem são sem julgamentos!

- Imagino que seja difícil para eles, por causa da lei.

- Eles quase não têm empregados na casa, os que têm são amigos. Se apresentam como primos e vivem uma vida de aparências, por causa do trabalho. Mas quando estão aqui, podem ser quem são, demonstrar o amor que sentem sem receios... É uma bela missão, para uma casa!

- Com certeza... – olhei para ela, estava tão bonita e não resisti tocar seus cabelos – Gosto tanto dos seus cabelos soltos! Deixa seu rosto ainda mais bonito!

- Por mais que eu tenha feito as pazes com a minha imagem. – ela disse com um sorriso - Ainda acho difícil de acreditar em todos os elogios que você faz.

- Você é linda! Nunca mais duvide disso!

Ela me abraçou, sentando-se de forma que podia apoiar a cabeça em meu peito. Meu desejo era nunca mais me mover, para não perder a sensação de tê-la assim.

My Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora