No dia de natal apresentamos nossa pantomima. Anne acabou fazendo um dos papéis principais depois de Josie Pye perder a voz. Ela não se intimidou e fez o papel com maestria. O mais admirável é que eu sabia que se tivesse feito a árvore, ela faria com a mesma alegria. Anne era isenta à futilidades como a necessidade de ser a preferida.
Como prometido Bash me ajudou com as cordas e foi uma oportunidade para ele finalmente aparecer diante da nossa comunidade. Como esperado, as pessoas não se sentiram confortáveis com sua presença.
Rachel Lynde achou que eu o havia contratado como ajudante e eu expliquei que era meu amigo e um voluntário também. Ela disse apenas "Ora, ora, ora!".
No meu entendimento essa fala significava que ela falaria sobre o assunto com todas as famílias da região. Mas já esperávamos por isso.
No entanto aconteceu algo que acabou por atrapalhar meus planos de ele causar uma boa impressão inicial. Ele levou uma culpa que na verdade era minha. Ou melhor, de Billy.
Havia muita conversa nos bastidores, Bash e eu estávamos de lados opostos do palco. Usávamos pequenos assobios para nos comunicar. Bem, Billy assobiou e eu achei que era a hora de soltar um dos elementos do cenário. Era um raio e, literalmente caiu na cabeça de Billy. Ele desmaiou.
Não foi minha intenção, mas no fundo não me arrependi já que ainda estava devendo uma a ele depois de saber que havia humilhado Anne na minha ausência. Afinal eu prometi que se a incomodasse iria se arrepender.
Mas minha vingança não intencional foi frustrada. A Sra Andrews veio socorrer o filho, viu Bash e o culpou pelo acontecido. Ainda o chamou de bruto selvagem. Eu estava ajudando a socorrer Billy e disse que foi minha culpa. Até pedi desculpas. Mas acho que ela não acreditou. O preconceito era maior que a verdade e, tinha certeza que a primeira impressão de Bash na comunidade não foi das melhores.
(T2E7)
Algumas semanas se passaram e eu estava estudando bastante, mas não sabia ao certo como direcionar meus estudos. O que seria mais importante ler para estar preparado para os exames. Apesar de não gostar muito do Sr Phillips, decidi que deveria pedir a ele alguma orientação. Talvez após as aulas ele pudesse me ajudar na preparação para as provas, como fez com Prissy. Sem bem que o interesse dele em Prissy não era apenas por sua educação.
Um dia eu o abordei antes de iniciar a aula.
- Sou muito ético, senhor. E escolhi minha vocação. - ele não me deu muita atenção, estava escrevendo na lousa - O curso de medicina, senhor. Sei que é para mim. - continuei.
- Fascinante! - ele disse com ironia.
- Espero que possa me dar uma ajuda extra. Além das aulas. Para que eu me ponha em dia e recupere o tempo perdido. - ele olhava para Prissy. Aquela falta de atenção estava me deixando irritado. -- Poderia provar que se engana quem diz que não se importa com o ensino. - agora ele me olhou, vi a raiva em seus olhos - Só peço uma pequena parcela do seu tempo, senhor.
- É só isso? Meu tempo? Diga-me, seu pai deveria simplesmente dar a colheita dele, porque alguém a quer e sente que a merece? Ele não deveria. Tempo é dinheiro, Sr Blythe.
- Meu pai está morto, senhor! - acho que elevei a voz, pois percebi que os olhos de Anne se voltaram para nossa conversa.
- Eu sei - ele disse um pouco constrangido - Bem, a metáfora ainda é válida.
Ele indicou com a cabeça que eu deveria voltar para minha mesa. Nossa conversa havia acabado. Minha vontade era dizer umas verdades para aquele homem que se dizia professor. Ele não se importava nem um pouco com o futuro de seus alunos.
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My Anne with an E
FanfictionUma versão da série Anne with an E pela visão de Gilbert Blythe. Essa versão é da série, apesar de eu conhecer os livros. Senti o desejo de descrever um pouco as minhas impressões sobre os pensamentos e sentimentos de Gilbert na série. Como os sent...