No dia seguinte estava combinado o tal ensaio de dança. Sinceramente, eu só lembrei dele quando a professora pediu para carregarmos as mesas para fora da sala após a aula. Se tivesse me lembrado talvez tivesse faltado naquele dia, mas depois de estar lá não consegui pensar em nenhuma desculpa para fugir.
- Como prometido, hoje vamos ensaiar para a dança da feira. O Senhor e a Senhora Lynde concordaram em nos ajudar nesta empreitada. - a Srta Stacy falou apontando o dito casal que estava ao seu lado.
A porta se abriu e entraram um casal e um rapaz que, se eu não estava enganado era um dos filhos dos Lyndes.
- Já que The Dashing White Sergeant precisa de um conjunto de seis, trouxemos reforços. - Rachel explicou -Você se lembra do meu filho? - disse se dirigindo à Srta Stacy.
- Sim, claro. - respondeu a professora.
- É muito bom revê-la. - o rapaz disse tirando o chapéu e olhando para ela.
- Obrigada... a todos pela ajuda. Vamos? - a professora falou mudando o foco.
- Prestem atenção nos passos. - Rachel falou à nós - Pronto? - perguntou ao marido.
- Quando quiser, Sra Lynde. - ele disse fazendo uma reverência engraçada.
- Por favor, batam palmas no ritmo. - começou a bater palmas e nós a imitamos seguindo o ritmo.
Eles fizeram uma demonstração da dança, que me pareceu bem complicada.
Separados em grupos de seis, deve-se girar de mãos dadas e em roda, oito passos para cada lado. Depois o grupo se redivide em grupos de três, dois homens e uma mulher e duas mulheres e um homem. A pessoa do centro fica de frente para uma das outras, dois passinhos, dão as mãos e giram. Depois a outra pessoa do trio faz o mesmo.
Então tem a parte em que os três vão passando entre si mostrando o ombro esquerdo uns para os outros. O que faz com que fiquem de costas. Voltam a ficar em trio de mãos dadas e se aproximam do outro trio. Dois passos e cumprimento. Então um trio ergue as mãos e o outro passa por baixo. Voltam ao círculo inicial e recomeça tudo.
- Parem. - disse Rachel, depois se virou para nós - Esses são os passos básicos.
- Porque que não tentam? - a professora incentivou - Formem seus grupos de seis. Menino, menina, menino e menina. - ela foi nos organizando já que todos parecíamos constrangidos.
Fiquei perdido, sem saber para onde ir e quando vi estava em frente à Anne. Ela também parecia querer fugir dali. Começamos a dançar, mas não deu muito certo. Alguns pulavam demais, outros não sabiam o que fazer. Moody estava mancando pelo salão e Ruby tentava dançar com os braços cruzados. Definitivamente, era ridículo.
- Parem! - a Sra Lynde gritou chamando a atenção de todos - Isso foi... um começo. - ela disse com um sorriso forçado - Vamos fazer uma pausa para recuperar meu fôlego. E o fôlego de vocês.
Ruby correu para o vestiário e a maioria das meninas foi atrás. Eu fui falar com Moody que se sentou em uma mesa e parecia estar com dor.
- Moody! Acho que não devia estar forçando a perna. Está doendo? - perguntei.
- Um pouco.
- Posso dar uma olhada?
Ele colocou a perna em uma cadeira e abaixou a meia. A cicatrização estava boa, não havia sinal de infecção.
- Está melhor! - falei impressionado - Como se sente? Está coçando?
- Não, só um pouco dolorido.
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My Anne with an E
FanfictionUma versão da série Anne with an E pela visão de Gilbert Blythe. Essa versão é da série, apesar de eu conhecer os livros. Senti o desejo de descrever um pouco as minhas impressões sobre os pensamentos e sentimentos de Gilbert na série. Como os sent...