01 - Involuntária

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UMA MESA DE CAFETERIA SENDO SERVIDA

" Seria ótimo se algo bom acontecesse na minha porcaria de vida, tudo que tenho é um salário mínimo, aluguel atrasado, dívidas acumuladas e um pouco de gente idiota ao meu redor, sim, odeio a minha vida. Há mais tem aquelas pessoas que dizem: Ai Você deveria agradecer por esta viva e existi. Existir o caramba, estaria muito melhor sendo apenas um mísero espermatozoide, confesso."

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- Vai, me trás um leitinho - Um cara chamado Ed, vem todos os dias me atazanar, ele é o rei dos duplos sentidos, já perdi a conta de quantas vezes me imaginei jogando café bem no meio da sua cara, o que me impedi é meu trabalho, ser uma garçonete de cafeteria barata e chefe machista não ajuda muito, mas não nego que espero por esse dia ansiosa.

- Oficialmente minha paciência esta esgotada. - Respiro fundo entregando a nota de pedido para a balconista novata com semblante triste, ela não fala muito, mas todos sabemos que seu sonho era trabalhar na Broadway, afinal, todos temos um sonho.

- Ed não desisti - Josh, meu colega de trabalho, moreno alto de cabelos em um longo topete e sorriso mais brilhante que a luz, as vezes até me cega. Tenho uns colegas de trabalho que as vezes até saio para espairecer, as baladas em Nova York são as melhores que ja frequentei, seu luxo cercado de moda e modelos, ainda sou faltante desse mundo rico.

- Vai com calma ai Becky - Katharine Johnson, minha melhor amiga, uma das balconistas, cabelos curtos e tatuagens pelos braços, muito linda e lésbica assumida, eu amo ela, mesmo com suas dificuldades sempre tem um sorriso cativante em seus lábios vermelhos pelo batom forte de todos os dias, seu jeitinho que contradiz a sua aparência de roqueira, mas vai por mim, disso ela não tem nada.

- Orem por mim! - Digo levando o leite quente para Ed.

"Que homem nojento, em plena NY coçando o saco se insinuando para mim, sobrancelhas grossas parecem que nunca foram feitas, roupa desgastada com cheiro de álcool, certamente passou a noite na farra, mas isso já foi longe demais, já foi."

- Adoraria tirar esse seu uniforme devagarinho - Ouço falar quando me aproximo segurando a bandeja ao seu lado, o cheiro de álcool sobe em minhas narinas e por muito pouco não sinto ânsia.

- E eu adoraria fazer algo, algo bem quente e gostoso, que ardesse no fogo da sua alma - Trago um lado pervertido em minha fala com um toque de ironia dobrando meu corpo para a mesa.

- Diz ai minha linda - Ele se inclina na mesa.

- Quer saber mesmo?

Ele concorda com a cabeça sorrindo de canto ficando despojado sobre a cadeira. Pego o copo de leite quente vendo sair sua fumaça e o levantando no ar, derramo direto em seu colo e em um segundo ele grita se levantando berrando para os quatro lados me chamando de "Maluca".

- Seu otário babaca - Jogo o copo na mesa e todos ao meu redor ficam mais curiosos do que assustados.

- Sua vadia! - Ele estende a mão para me bater, mas meu colega Tom o segura no reflexo.

- Ah, isso não - Tom fala calmo, de seu braço as veias saltam apertando o pulso do seboso em minha frente que.

- O que esta... - Meu chefe John, trajado de um conjunto de terno e calça verde musgo surge no meio do espaço e vê tudo, sua expressão se fecha junto as suas mãos cerradas ao lado do corpo.

No escritório :

- Esta demitida! - Ele carimba um papel e joga na mesa.

- O que? - Pego o papel e olho indignada - O que eu fiz demais? Aquele cara é um puta de um assediador, só me defendi - Grito me levantando.

SUBMISSA POR SETE - (1°Temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora