Você de novo?

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Eu tentei continuar, como se nunca tivesse te conhecido...

( Incomplete – Backstreet Boys)

Fui para o bar pegar um refrigerante, já que Cristina e Ivy tinham desaparecido na multidão.

— Você canta muito bem.

A voz veio tão próximo que ao me virar quase me choquei com sua boca. Quando reconheci Kadu, me afastei tão rápido que derramei a cerveja de uma cara que estava logo atrás de mim.

— Me desculpe, foi sem querer. Eu não te vi.

O cara me olhou querendo me comer viva, depois passou a mão na camisa, onde a bebida caiu e saiu resmungando alguma coisa. Tenho a ligeira impressão que ele me xingou.

— Eu adoro quando te deixo nervosa – ele sorriu.

— Você não me deixa nervosa. Assustei-me porque você apareceu do nada. Não sabia que estaria aqui.

— Resolvi sair e beber um pouco. E acho que hoje estou com sorte.

— Trouxe sua sombra? – dei uma olhada rápida em busca da Babi.

Kadu soltou uma gargalhada, me mostrando seus dentes branquíssimos.

— Ela te incomoda tanto assim? Queria estar no lugar dela?

Agora foi minha vez de rir.

— Você só pode estar brincando comigo.

Kadu se aproximou mais um pouco e eu pude sentir o cheiro de vodka. Nossos olhos se encontraram e pude ver algo neles, desejo. Ou eu estava vendo coisas?

— Não sou muito de pegar novatas, mas para você eu abriria uma exceção – sussurrou ao meu ouvido e juro que todos os pelos do meu corpo se arrepiaram – não consigo esquecer o nosso beijo.

Afastei-me bruscamente e olhei em seus olhos, depois me aproximei e sussurrei de volta com o tom mais seguro possível.

— Pois eu já havia me esquecido. De longe foi o mais significante.

Comecei a voltar para a mesa onde estava Jessye e Rafael. Antes mesmo de atravessar a pista, fui puxada novamente e tive minha boca coberta por lábios tão macios quanto famintos.

No início tentei lutar, mas um desejo de querer mais me dominou, e tudo que eu queria era me perder em seus braços. Parecia que ele iria me devorar, mas depois sua boca relaxou e sua língua saboreava a minha como se fosse algo precioso e único.

Enquanto uma mão segurava minha nuca, prendendo-me ainda mais sobre sua boca, a outra mão passeava pela minha cintura e descendo para minha bunda. Foi nesse momento que retomei meus sentidos e me afastei bruscamente.

Eu estava ofegante, parecia que eu tinha corrido a maratona de São Silvestre. Kadu sorriu como se quisesse me mostrar que eu não era imune a ele.

— Você pode tentar mentir o quanto quiser, mas sua boca e seu corpo vão sempre falar a verdade. E nesse momento, ele está me desejando.

— Você...

Quando eu procurava as piores palavras para jogar na sua cara, dois braços apareceram por trás de Kadu. Tive tempo suficiente para me recuperar e reconhecer a pessoa que o estava abraçando. Simone.

Ela me encarou por alguns minutos, depois sussurrou algo em seu ouvido e antes que o idiota do Kadu falasse alguma coisa, eu dei as costas e fugi para longe.

Eu precisava de ar, e aquele lugar estava me sufocando. Tentando não esbarrar em mais ninguém consegui chegar ao banheiro que ficava bem próximo da saída. Entrei, tranquei a porta e sentei no vaso sanitário. Minhas mãos ainda tremiam e minha boca latejava com falta do beijo de Kadu. Passei as mãos nos meus cabelos e depois afundei meu rosto nelas.

Tinha Que Ser Você 1Onde histórias criam vida. Descubra agora