Nick

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Por que com você, eu resistiria a todo o inferno para segurar sua mão

(Far way – Nicklback)

Não posso me conter com tamanha felicidade que estou sentindo. Nanda não só aceitou meu beijo, como correspondeu a ele. Por dois minutos, eu a tive em meus braços antes de Belinda entrar em meu quarto e acabar com o nosso momento.

Deus sabe o quanto eu desejei isso. Pode parecer loucura, mas acho que a amei no momento em que nossos olhos se encontraram na sala do reitor. Senti seu olhar me analisar por completo e aquilo alimentou o meu ego. Mas no momento em que ela falou, sua voz saiu como um suave canto da sereia.

Devo estar maluco por estar confessando isso, mas o que fazer se tudo que eu faço é pensar nela dia e noite? Foi à primeira garota que conseguiu fazer isso sem usar artimanhas para se aproximar.

E acredito que de alguma forma, eu causei um efeito nela também, não como eu esperava, mas me deixou se aproximar. Ficamos amigos quase que instantaneamente. Eu lhe contei sobre minha irmã e ela contou sobre o seu passado, a perda do seu pai e do seu namorado. Mesmo com tudo o que aconteceu em sua vida, ela não desistiu. Conseguiu se reerguer e isso só fez com que eu a amasse ainda mais.

E mesmo depois de vê-la nos braços do meu irmão, a quem eu vinha odiando até ontem, depois de descobrir a verdade sobre o acidente da nossa irmã, eu não consegui odiá-la. Era o certo a fazer, mas já era muito tarde. Eu estava completamente rendido.

Eu tentei feri-la com palavras, o que me arrependi assim que as pronunciei. Era errado, mas eu só queria que ela se sentisse tão mal quanto eu. E a cada tentativa sua de aproximação, eu fazia o máximo para ignorá-la, fazê-la se sentir o pior dos seres humanos, tudo porque eu não aceitava vê-la com Kadu.

Ela merecia ser feliz, encontrar alguém que preenchesse o vazio que o Bernardo havia deixado. E por um segundo, eu cheguei a pensar que seria eu a ocupar esse espaço.

Eu estava determinado a conquistá-la. E teria conseguido se meu irmão não tivesse entrado na disputa e querer a única coisa boa que aconteceu em minha vida desde o acidente de Eduarda.

Kadu poderia escolher qualquer garota, mas escolheu Nanda simplesmente por que percebeu que eu a queria. Eu nunca o perdoei pelo o que fez, estava certo de levar esse sentimento para o túmulo, até ele jogar aquelas palavras minha cara.

Depois da nossa briga de ontem, ele não voltou para casa, não faço ideia de onde ele esteja. Apesar de querer quebrar sua cara, me preocupo, mas tenho meu orgulho e não vou ligar para ele.

Graças às palavras de Nanda, não saí correndo para pedir explicações aos meus pais. Por que era exatamente isso que eu teria feito, e é certo que acabaríamos brigando como tantas outras vezes. Agora com a cabeça mais fria, resolvi procurar meu pai em seu escritório. Liguei para sua secretária e pedi para que avisasse que eu precisava falar com ele e com minha mãe.

Quando chego ao escritório, tenho passagem liberada assim que chego à mesa de sua secretária, uma mulher rechonchuda de bochechas rosadas. Meu pai está em sua mesa lendo alguns papéis, enquanto minha mãe está sentada na poltrona folheando uma revista. Os dois erguem os olhares assim que fecho a porta.

— É bom que tenha um bom motivo para exigir falar com nós dois há essa hora – disse meu pai colocando os papeis de lado e saindo de sua mesa.

— Como foi capaz de esconder a verdade de mim esse tempo todo? – perguntei tentando manter a calma.

— De que verdade você está falando? – perguntou meu pai.

— A verdade sobre Eduarda.

Nesse momento sinto meu pai fraquejar um pouco e olhar para minha mãe. Ela larga a revista e imediatamente se põe ao lado do meu pai.

Tinha Que Ser Você 1Onde histórias criam vida. Descubra agora