Alguém que vai te abraçar quando a escuridão cair
(Alguém que te faz sorrir – Fresno)
— Não repara a bagunça, sabe como é, aqui só vive homens. É difícil manter alguma coisa no lugar – Nick fala quando o elevador para no sexto andar.
Ainda não sei se foi uma boa ideia ter aceitado seu convite enquanto espero Nick abrir a porta.
Há um sofá preto enorme, daqueles que mais parece uma cama de solteiro. Um rack com uma TV gigante, porta-retratos e controles de vídeo game. Coisa de homens.
Copos vazios estão largados na mesa de centro,assim como caixas de pizzas.
— Eu te avisei que estava bagunçado – ele fala ao ver como eu analizo a sala – vou dar um jeito amanhã quando voltar da aula.
— Não está tão ruim assim. Já vi piores. Os seus companheiros de quarto não podem dar uma ajudinha?
— Não posso considerar meu irmão meu companheiro de quarto. Quase não nos vemos.
— E os outros?
— Que outros?
— Ué, até onde eu sei, os apartamentos tem espaço para quatro pessoas, não é? – pergunto confusa.
— E tem. Mais esse aqui é só meu e do Kadu.
— Uau! Como é bom ter um pai milionário. Um apartamento só para seus filhos.
— Falando assim, parece que temos mais privilégios do que precisamos – ele parece ofendido.
— E não tem? Como posso falar... – procuro por uma palavra que melhor possa expressar a minha surpresa.
— É uma longa história...
— Que em outro momento irá me contar? Tem muita gente usando essa frase comigo.
— Sério? Quem?
— Não vêm ao caso. Mas cá entre nós, um apartamento dividido apenas com o irmão deve ser bom demais.
— Não é tão bom assim.
Nick se encaminha para a cozinha e eu o acompanho. Fico em pé ao lado do balcão enquanto ele vasculha a geladeira.
— Digamos que eu e Kadu não temos o melhor relacionamento.
— Por quê?
— Uma história complicada.
Ele não fala mais nada. Mais um assunto proibido.
— Seria uma boa ideia a compra de bancos pra cá – mudo de assunto apontando para a bancada – é só uma dica.
— Por quê? Sempre fazemos as refeições na sala ou no quarto.
— Serviria para momentos como esse. Eu poderia estar agora sentada em um banco observando você.
— Posso pensar em comprar um ou dois, se de repente você me visitar mais vezes – Nick me fala antes de voltar seu olhar para a geladeira.
— É uma condição ou convite? – indago.
— Seria legal ter sua companhia aqui de vez em quando. Ou todos os dias.
Nick é inacreditável, não perde uma.
— Com o início das aulas ficará difícil ver você todos os dias.
— Eu sei, mas fica o convite para quando quiser aparecer.
— Ok. Quando eu tiver um tempinho, darei um pulo aqui.
Até parece que eu irei lhe fazer visitas, sabendo que seu irmão poderia estar em casa.
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Tinha Que Ser Você 1
RomanceNanda seria normal como qualquer garota da sua idade se não fosse à perda do seu pai, vítima de bala perdida quando ainda era criança, e Bernardo, seu namorado, anos depois. Perdida e desolada, Nanda se entregou a tristeza. Festas e bebidas foram tu...