Noite de karaokê

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Estou me perguntando, onde você esteve toda minha vida?

(Adore you – Miley Cyrus)

— Me desculpe Nanda, eu não quis falar aquilo – disse quando chegou à cozinha.

Eu estava de costas para ele procurando alguma coisa no armário só para disfarçar enquanto engolia as lágrimas.

— Vai querer leite no seu café – consegui falar, mas ainda sentindo um nó na garganta.

— Sim, por favor – disse ele sentando no balcão.

Coloquei nossas xícaras em cima do balcão ainda sem olhar para ele. Nick colocou sua mão embaixo do meu queixo, me obrigando a encará-lo.

— Eu... Eu realmente sinto muito Nanda – ele deu a volta pelo balcão e me abraçou quando viu meus olhos ameaçando chorar – eu sou mesmo um idiota às vezes, me desculpe.

Eu aceitei de bom grado o seu abraço.

— Você é um idiota em todas às vezes – falei.

— Vamos esquecer assunto, certo? – Nick disse me afastando um pouco para me olhar. — Eu só não quero ver esse rostinho triste novamente.

Esbocei um sorriso.

— Contanto que não toquemos mais nesse assunto. Não quero mais falar sobre isso.

— Ok.

— O que vai cantar? – perguntei mudando de assunto.

— Você quer dizer desafinar, não é?

Não pude conter um sorriso. Era fácil gostar de Nick. Impossível ficar chateada com ele por mais que dez minutos.

Servi nossos cafés enquanto Nick dava a volta pelo balcão.

— Então o prêmio será meu, a não ser que Amanda seja uma boa cantora.

— Ela canta mal até debaixo do chuveiro – ela riu.

— Como sabe? A não ser que...

— A não ser o quê?

Olho para ele incrédula.

— Nick, pelo amor de Deus, me diz que você não dormiu com ela também? – perguntei tentando parecer ser séria.

— Só foi uma vez, na primeira semana de aula, em uma festa na casa dela. E eu não me lembro de muita coisa.

— Você não pode mais tocar em um copo de álcool. Não se lembra de nada depois.

— De você, com certeza eu lembraria.

Reviro os olhos para ele.

— Claro que lembraria. Nem lembra que te ajudei a chegar em casa.

Depois do Bernardo, ele é o primeiro garoto que considero amigo, claro que também tem o Will, que está mais para amiga. Era bom ter ele por perto.

— Gosto quando você sorrir. O seu rosto não combina com a tristeza.

— Eu tento fazer o meu melhor.

Sentei ao lado dele para tomar café.

—Tenho que te contar uma coisa – falei enquanto dava o primeiro gole no café.

— Outra? – ele indagou.

— Will é gay.

— Eu já tinha sacado.

— Então já sabe também que você faz o seu tipo, não é?

Nick se engasgou com café, e eu comecei a dar tapinhas nas suas costas para tentar ajudá-lo.

Tinha Que Ser Você 1Onde histórias criam vida. Descubra agora