O pesadelo

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Você sabe que pode correr de volta para os meus braços

(Run – Pink)

Acordei com o barulho de um aparelho bipando. Tive dificuldade para abrir meus olhos. Aos poucos, fui piscando até eu conseguir enxergar novamente. As primeiras imagens foram de um quarto branco e com enormes janelas na minha frente.

Eu não fazia ideia de onde estava. A princípio achei que estava no meu apartamento, mas só depois me liguei que estava deitada em uma cama de hospital. Eu estava com uma cânula no nariz e uma bolsa de soro suspensa ligada à minha mão.

A cama estava um pouco erguida, o que me deixava um pouco confortável. À minha direita um aparelho marcava meus batimentos cardíacos e ao lado, dois aparelhos de reanimação que só reconheci por que vi em alguns filmes.

Tentei me levantar, mas minha cabeça doía tanto, que parecia que iria explodir. Senti uma enorme dor, e isso fez meus batimentos acelerar. Segundos depois, vejo duas enfermeiras entrar no quarto.

— Nanda, você acordou... Seja bem vinda de volta – disse uma das enfermeiras que aparentava ter um pouco mais que a minha idade.

Como ela sabia meu nome?

— Como cheguei aqui? – Foi a primeira pergunta que veio na minha mente.

— Você sofreu um acidente minha querida – disse a outra mexendo na dosagem do meu soro. Como se está se sentindo?

— Como muita dor...

— É normal sentir isso depois de um acidente de carro tão grave.

Só quando ela mencionou a palavra carro, foi que todas as minhas lembranças vieram a tona. Eu estava no carro com Diogo quando batemos em uma árvore.

— Nick... Meu namorado Nick... Onde ele está? Preciso vê-lo... Ele levou um tiro e está perdendo muito sangue... – Falei tentando me levantar.

— Nanda, você precisa ficar calma... Você acabou de acordar depois de três dias em coma...

— O quê? Três dias?

Impossível... Eu não poderia ter ficado todos esses dias dormindo enquanto Nick...

— Eu quero ver meu namorado... E quero ver agora – falei puxando a cânula do meu nariz e arrancando o soro da minha mão.

— Você precisa ser avaliada pelo médico antes de se levantar... – disse a enfermeira mais nova tentando me segurar na cama.

— Você vai me levar para ver o Nick agora, ou eu vou quebrar tudo agora – falei gritando e me esperneando.

Ouvi quando a outra enfermeira foi até a porta e solicitou ajudar. Dois enfermeiros mais velhos apareceram logo em seguida, um deles trazendo uma seringa e um vidro de remédio na outra.

— Não se atreva a me aplicar isso aí – eu gritei – Nick! Nick!

Continuei gritando até que senti uma picada no meu braço e segundos depois, tudo ficar embaçado.

*****

Já era noite quando acordei novamente. As cortinas das janelas estavam fechadas. O aparelho que controlava meus batimentos continuava a fazer barulho. A cânula tinha sido colocada de volta, juntamente com o soro.

Respirei com dificuldade, devido à força que fiz para me levantar da cama. Apenas uma luz fraca vinha de uma porta, acho que deveria ser o banheiro. Olhei para a porta para ver se ela estava aberta, como antes, mas estava fechada.

A temperatura do quarto tinha caído, me fazendo sentir um pouco de frio. Puxei o lençol até meu queixo e soltei um suspiro. Ouvi um barulho e olhei para o escuro, tentando enxergar algum movimento.

Tinha Que Ser Você 1Onde histórias criam vida. Descubra agora