Epílogo

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Não há nada que eu não faria para fazer você sentir o meu amor

(Make you feel my Love – Adele)

Hoje faz dois meses desde que vi Nick pela última vez. Depois que seu pai soube que eu o visitei, ele proibiu terminantemente a minha entrada. Depois de um mês internado sem nenhuma melhora, Nick foi transferido para Atlanta, nos Estados Unidos, em busca de novos tratamentos.

Elisa e Kadu me mantêm informada sobre tudo. Ela acabou deixando sua casa aqui no Brasil para ficar em tempo integral com Nick. Arthur e Kadu ficaram no Brasil para cuidar das empresas e também de Eduarda.

Kadu não tem sido o mesmo desde o acidente de Nick. Não o vejo mais nos corredores depois das aulas. Nem na academia, onde costumava ir sempre. Às vezes ele vem até meu apartamento e ficamos conversando sobre nada em comum, quando ele está triste demais.

Eu e Belinda fizemos as pazes. Ela finalmente entendeu e desencanou de vez do Nick, mas está sempre conversando comigo sobre ele. Fazemos planos para quando ele acordar. Essa semana peguei ela olhando revista de decoração de apartamento, ela disfarçou dizendo que estava planejando fazer uma reformas no nosso, mas sei que ela está tramando alguma coisa.

Ivy está indo muito bem na clínica. Seus pais acabaram descobrindo sobre seu envolvimento e estão dando todo o apoio. Em dias de visitas, nós revezamos para ir vê-la. É uma festa quando estamos juntas.

Jessye resolveu falar para seus pais que não quer seguir a religião deles, o judaísmo, além assumir formalmente o namoro com Rafael. E por falar em Rafael, eu está fazendo um tratamento para cuidar do seu problema de toc.

Pedro sumiu do Rio de Janeiro, abandonou a faculdade e desapareceu. Ninguém tem notícias dele. Todas as pessoas envolvidas com o tráfico de drogas dentro da faculdade foram julgadas e condenadas, entre eles o treinador e o tesoureiro. Os jogadores envolvidos sofreram penas leves e alguns estão cumprindo as penas em liberdade.

E eu estou tentando seguir com minha vida. Estudo, tento me concentrar nas aulas, e as vezes saio com minhas amigas. Sempre que estou para baixo, uma delas inventa alguma coisa para me tirar da fossa.

Ainda estou cantando no Zunk. Não é a mesma coisa sem Nick, sua presença está sempre comigo, quando estou no palco. Fiz um novo repertório e o público está adorando, mas nunca deixo de ressaltar que só estou cantando sozinha enquanto Nick não volta.

Semana passada recebi uma proposta de gravar um CD por uma grande produtora, mas eu recusei, não quero fazer isso sem Nick. Todos os meus amigos me pediram para que pensasse com calma sobre a proposta, mas já tomei minha decisão. Sem Nick, eu apenas estou vivendo.

Estou agora no meu camarim, me preparando para entrar, é pessoal, agora eu tenho um camarim, lotado de fotos minhas e Nick, que alguns fãs tiraram e me enviaram quando souberam do acidente. Hoje resolvi fazer algo diferente. Andei treinando no violão e vou cantar uma música em homenagem à Nick.

Apenas meus amigos estão sabendo da minha homenagem. Belinda disse que vai filmar e guardar para quando Nick voltar. Dou uma última retocada na maquiagem antes de ir para o palco. Olho para a foto de Nick que está em cima da minha mesa que coloquei para receber os presentes que são jogados no palco.

— Você faz falta aqui.

— Nanda, você está pronta? Vai entrar em cinco minutos — disse Kira que agora vive colada comigo.

— Sim, estou pronta.

Levantei-me e fui para o palco. Resolvi não ousar na roupa. Acabei escolhendo um vestido que não marcasse muito meu corpo, que não me deixasse com cara de criança e nem uma adolescente em crise. Meus cabelos estavam escovados, e com cachos feitos com babyliss nas pontas.

Tinha Que Ser Você 1Onde histórias criam vida. Descubra agora