Às vezes o amor dura, mas às vezes ele fere em vez disso
(Someone like you – Adele)
Encontrei Nick conversando com Diogo em uma das mesas. Meu sangue subiu só em pensar na sacanagem que ele tinha feito com minha amiga.
— Olá – falei sem olhar para Diogo.
— Como demorou – disse Nick.
— Tive que passar na biblioteca. Trabalho para o fim de semana.
— Estava contando ao Diogo sobre o meu porre de ontem...
— Nick falou que você foi muito prestativa ao ajudá-lo a chegar em casa.
Senti um pouco de ironia na sua voz.
— Cuido dos meus amigos. Não importa em que situação esteja – falei para que ele percebesse que eu não tinha esquecido o que eu havia visto.
— Você não é a única a querer isso. Enfim, Ivy me falou do karaokê de hoje à noite. Ela comentou que você havia me convidado.
— Vejo que já estão começando a se entender – disse Nick aéreo ao nosso embate.
— Eu e Nanda só precisávamos nos conhecer melhor. Preciso ir agora. E Nick... – disse enquanto se levantava – nada de bebida hoje. Precisamos vencer o jogo de amanhã.
— Nem precisa falar duas vezes. Minha cabeça está doendo até agora.
Eles riram e fizeram o cumprimento enrolado de homens, terminando com um soco no ombro.
Homens.
Quando Diogo se afastou, puxei a cadeira e me sentei. Uma garçonete logo veio me servir.
— Um suco de laranja com beterraba e um sanduíche natural, por favor – falei enquanto tentava encontrar meu celular na bagunça da minha bolsa – odeio quando meu telefone toca e eu não consigo encontrá-lo.
— Quem sabe se comprasse uma bolsa menor, teria menos trabalho – virou-se para a garçonete – Bia, me trás um açaí de 500 ml e duas porções de pão de queijo, por favor.
— Mais alguma coisa? – perguntou ela toda sorridente por ele saber seu nome.
— Não. Por hora, só isso.
Quando finalmente consegui encontrar o telefone, ele parou de tocar. Era ligação de Cristina. Retornei no mesmo instante. Sempre que ela me ligava pela manhã, era por que deveria ter brigado com Douglas.
— Por que demorou a atender? – perguntou assim que atendeu.
— Estava tentando encontrar o aparelho dentro da minha bolsa.
Nick riu ao ouvir meu comentário.
— O que aconteceu dessa vez?
— Peguei Douglas com outra. Uma piriguete Nanda, você acredita?
— Tem certeza que viu direito? Vocês estão sempre brigando pelo mesmo motivo...
— Não acredita em mim? – falou chorosa.
— Não estou falando isso. Só que da última vez...
— Dessa vez, eles estavam quase se comendo. Ele estava com sua mão apertando a bunda da vaca. Amiga, preciso de você.
Revirei os olhos. Cristina às vezes parece uma criança de dez anos quando fazia voz manhosa.
Nick me olhou curioso, interessado no assunto.
— Olha, eu vou sair com alguns amigos da faculdade. Vamos cantar no karaokê. Tá a fim de ir?
— A fim? Claro! Só me dá o endereço e apareço lá.
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Tinha Que Ser Você 1
RomansaNanda seria normal como qualquer garota da sua idade se não fosse à perda do seu pai, vítima de bala perdida quando ainda era criança, e Bernardo, seu namorado, anos depois. Perdida e desolada, Nanda se entregou a tristeza. Festas e bebidas foram tu...