Escondendo parte da história

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Alguém me disse que eu deveria ter cuidado quando se trata amor.

(Impossible – James Arthur)

O apartamento estava vazio, nem sinal das minhas amigas. Andei até o sofá e me joguei nele, colocando meus pés em cima da mesa de centro. Como havia deixado isso acontecer?

Eu deveria tê-lo afastado no mesmo instante ao invés de me enroscar nele. Mas ele beijava tão bem, quem em sã consciência recusaria? Só uma louca. E eu estava me classificando com tal. Eu estava ferrada. Merda.

E Nick?

O que havia dado em mim para beijá-lo? Eu só queria que ele calasse a boca, certo?

Coloquei as mãos no rosto e balancei a cabeça. Tomara que ele não tenha levado a sério o beijo, por que eu não levei. Somos amigos. Belinda gosta dele, e muito.

— Mais que merda – soltei alto.

— O que aconteceu? – perguntou Belinda saindo do quarto.

Saltei do sofá no mesmo instante.

— O que faz em casa tão cedo? Pensei que ficaria no jornal até mais tarde.

— Adiantei algumas coisas. Pura chatice, mas fazer o quê?

Belinda foi para a cozinha, e eu lhe acompanhei.

— E então, o que aconteceu? Parece chateada.

Eu não tinha certeza se deveria contar toda a história, ou parte dela. Se eu não contasse, será que ela descobriria por conta própria? Talvez não. Nick não iria contar nada. E nem Kadu. Ele não iria querer que sua namorada descobrisse que beijou outra garota.

— Não aconteceu nada. Estava pensando na minha mãe e no meu irmão – menti.

— Está preocupada com eles? Por que não liga, assim, você se acalma.

— Vou fazer isso agora.

— Vou adiantar o nosso jantar. Sabe onde estão Jessye e Ivy?

— Eu as vi antes de ir para o jornal. Mas suponho que estejam enroscados com os seus peguetes – falei enquanto me dirigia para o quarto.

— Já era chato as ouvir reclamando de não terem ninguém, agora vou ouvir os detalhes... Eu não vou aguentar.

— Pelo menos as duas dormem no mesmo quarto. Uma vai ter que ouvir as aventuras da outra – falei antes de entrar no quarto.

— Ainda bem que te escolhi como companheira.

— Ainda bem. Que sorte a sua – concordei.

Demorei um pouco no quarto para dar a impressão que estava falando com minha mãe. Dez minutos depois, Belinda entrou no quarto.

— E então, sua mãe está bem?

— Como? – perguntei despreocupada.

— Você não conseguiu falar com sua mãe?

— Há sim minha mãe... Ela está bem.

Belinda se aproximou da minha cama e sentou do meu lado.

— Anda, solta logo o que está acontecendo. Você ainda está com ar de preocupação na testa.

— Não é nada Belinda, sério.

— Você acha que me engana? Ou você me fala, ou vou encontrar uma maneira de descobrir. Vai demorar um pouco, mas sempre descubro. Que tal você me poupar esse trabalho?

Tinha Que Ser Você 1Onde histórias criam vida. Descubra agora