The Chance | Yoonseok

Capítulo XIV

Abri a gaveta do porta luvas colocando o aparelho dentro e fechando em seguida.

— Cubra o seu rosto com isso, ponha as lentes e o óculos. — o Jung apontou para a máscara preta e o boné do mesmo cor que ele tinha jogado sobre meu colo junto com a caixinha de lente.

Sem falar nada, cobrir o meu nariz e boca com a máscara, e o meu cabelo com o boné, fazendo de tudo para os fios castanhos não ficasse muito visíveis, tirando o óculos e logo pondo as lentes e a armação escura.

Antes de puxar mais os acessórios para cobrir o meu rosto, vi a porta da garagem se abrindo novamente e o novo carro passando por ela em uma velocidade menos reduzida do que quando entrou.

— Iremos demorar um pouquinho para chegar, pois estamos do outro lado do nosso caminho correto. — Hoseok chamou a minha atenção sem tirar a sua da curva que fazia no momento, essa levemente arriscada por sinal.

— Tudo bem. — encolhi-me no assento brincando com o meu óculos em mãos.

E realmente como Hoseok havia dito, o percurso foi até longo e demorado, não tanto quanto imaginei, porém mesmo assim tinha sido. Entretanto o som baixo que tocava no rádio do carro me distraía de vez enquanto.

Estacionando o veículo mais uma vez, e agora finalmente no destino final, ajeitei a máscara no meu rosto deixando o automóvel e observando criticamente a alta construção a minha frente, batendo a porta do carro sem ao menos virar para ele. Era um prédio de mais de 20 andares com garagem interna e externa, já que encontrávamos nessa; branco com detalhes em marrom.

— Min, pode dá uma ajudinha aqui? — direcionei a minha atenção para Hoseok que retirava uma mala mediana prata do carro a colocando ao lado de mais duas do mesmo modelo, no entanto maiores, com uma leve dificuldade.

Aproximei quando ele me estendeu uma mochila camuflada e cinza. A coloquei nas minhas costas, arrastando comigo a mala mediana e  seguindo o Jung que carregava as grandes pelas alças ao lado delas. Iria dizer que era desnecessário e que eu poderia fazer aquilo, mas como ele, mesmo demonstrando uma feição de dificuldade, não as largava, eu permaneci calado apenas seguindo-o.

Atravessamos a garagem subterrânea e entramos em um dos elevador. Permanecemos no mesmo clima silencioso que estávamos no carro, a única diferença era que eu podia vê agora claramente o nervosismo do Jung em querer se comunicar, entretanto o medo da minha reação o travava.

Deixei o ar sair pelas narinas erguendo os meus olhos para o número dos andares que mudava a cada segundo. Então a porta se abriu mostrando-me o 23º andar, um simples corredor em decoração de aquarelas acabando por despertar uma leve curiosidade em mim.

Hoseok foi o primeiro a sair caminhando até a porta no centro do corredor, pegando uma penca de chaves do bolso da calça, destrancando e adentrando-a com as malas.

Apressei os passos quando as portas da caixa de metal já estavam para se fechar.

Ao erguer meu rosto, Hoseok já havia sumido pela porta do apartamento. Hesitei em cada passo até a entrada, abri a porta um pouco mais para que então eu pudesse conhecer a minha nova moradia. 

O apartamento era bem diferente do meu, agora antigo, Apê. A sua arrumação/decoração moderna e simples, deixava o ar aconchegante para a moradia de uma pessoa solteira, sendo assim o oposto do meu que, mesmo que fosse um estilo moderno, a atmosfera do apartamento caro e luxuoso pesava no ar a ponto de ser sufocante para quem não se acostuma com o decorrer do tempo. Podia sentir que ali era, finalmente, um lugar onde poderia realmente me sentir um pouco em casa, algo que eu não sei mais como é a muito, muito tempo.