Capítulo XXXV

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~Três semanas depois~

— Hei, vamos! Você consegue! — Baeng incentivou quando despenquei na cadeira de rodas que estava atrás de mim. 

— Hyung, é sério. Eu não consigo. — repetir cabisbaixo.

Tínhamos começado os exercícios nas barras paralelas há pouco mais de um mês e, tal coisa, mostrou ser mais difícil do que eu tinha previsto.

Em meus pensamentos, as pernas ao menos me aguentariam em pé, algo básico, contudo, todas as vezes que levanto, elas tremem como finas varetas, e caso não tenha algo para me segurar, termino caindo e caindo tão feio tipo uma criança dando os seus primeiros passos. – Patético.

Baengjin hyung explicou-me, paciêntemente, várias e varias vezes como é que funciona o procedimento, e não irei mentir, mas perdi as contas do tanto que chorei nas sessões, lamentando por sentir-me como um pedaço de nada, repetindo isso feito um maldito mantra de que não iria conseguir. Comprovação disso, são os meus olhos enchendo-se de lágrimas pela terceira vez só nessa sessão.

— Yoon — Byun agachou do meu lado, cuidadosamente. — Cara, não se ache isso — repousou a destra na minha coxa esquerda. — Você está assim porque não compreende o quão evoluído está em comparação aos meus outros pacientes. — acariciou os meus fios com os dedos da canhota. — Vamos dar um incentivo mais forte? — Baengjin atraiu-me. — Se não estou enganado, você não está querendo ser independente e tentar ter uma vida sem preocupar terceiros? — assenti analisando a feição do fisioterapeuta. — Então, para que isso se concretize, precisa vencer essa etapa, que sei como é difícil, contudo, tenho fé e esperança de que você irá passar por ela. — aumentou o incentivo. — O que acha de tentarmos novamente, tendo como a última do dia? — repousou a destra sobre a minha semelhante.

Olhei no profundo das suas íris escuras e misteriosas, faltando pouco para desistir da ideia. No entanto, veio à memória a minha pequena, que neste momento deveria estar no treino de natação, e sua animação em saber que finalmente chegará essa etapa da fisioterapia.

Sendo assim, soltando um suspiro, novamente concordei lentamente com a cabeça, apesar de uma parte minha já ter desistido de tentar...

— É isso aí! É disso que gosto! — Baeng exclamou, erguendo-se, ficando posicionado atrás da cadeira de rodas a aproximando das barras de ferro à frente.

Apoiei cada palma em uma, executando uma troca de calor instantânea com o material gélido por causa do ar condicionado, pois meu corpo estava mais quente que o instrumento; pondo força nos braços. Baengjin ajudou-me a ficar de pé e a seguir sustentado-me sobre as barras.

Quando o castanho se afastou e o resquícios da sua presença ao meu redor aparentou não mais existir, foi o exato momento que as minhas pernas voltaram a tremer por falta de confiança e o desespero cresceu de novo dentro de mim.

— Gi — apavorado, ergui a cabeça encontrando o moreno poucos passos a frente. — Vem — Johnathan estendeu os longos braços chamando por mim.

Os lumes do espanhol brilhavam cheio de felicidade só em apenas me ver esforçando-me a dar curtos passos para o início de uma nova jornada, mesmo que eu me sentisse fracassado em relação a tudo.

— Gi, tenta. — pisquei engolindo o seco ao focar nas pernas trêmulas.

E com muito, mais muito esforço, levantei o pé junto da perna esquerda esticando-a para frente e dando então um pequeno passo, erguendo o rosto e focando-me no Abell, arrastando um pouco a perna que outrora foi a mais danificada e que sofreu uma sequela mais severa.

The Chance | YoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora