The Chance | Yoonseok

Capítulo XXVIII

Embora o som do ambiente esteve estrondoso e vários timbres viessem de todas as extremidades... zumbidos agudos eram tudo o que os tímpanos captavam, em seguida foi substituído por silêncio repentino, semelhante às profundezas do oceano; e, assim como nele não há superfície estável, a sob os meus pés aparentava sumir por causa do estado nervosismo que pairava em mim, situação esta, que agravou-se no exato momento que diversos olhares divergentes me escolheram como centro dos seus focos. Portanto, o estômago embrulhou, o refluxo subiu a garganta trazendo o sabor azedo do meu suco gástrico juntamente com o amargo da bebida recente e o adocicado da pera que comida horas atrás.

Park Jimin foi o primeiro e único que deixou o sorriso verdadeiro surgir nos lábios carnudos no instante que me teve no campo de visão, contente por eu, ao menos, ter sido fiel com a palavra e aparecer na boate. Posterior a ele, o que veio foi uma reação em cadeias: Kim Taehyung, por estar tão atômico, que deixou o potinho com batata frita despencar no chão escuro; Na Inseong e Seo Chanwoo, travaram em puro choque, sendo que o último chegou a empalidecer; Kim Seokjin parou de comer a azeitona que vinha na bebida, quase se engasgando ao fitar-me horrorizado; e Jeon Jeongguk desprezava-me com o olhar, enquanto ingeria o seu Whisky, líquido ao qual é quase devoto.

Entretanto, comparando a reação da meia dúzia de dongsaeng, a melhor partiu de ninguém mais e ninguém menos que Kim Namjoon, primeiro ao avista-me e o único que fora calculista ao alivia-me rapidamente, desviando o foco desinteressados, logo dando-me a resposta, finalmente, após o silêncio longo e ensurdecedor:

— Pode, fique à vontade. — Kim, despreocupadamente, gesticulando a destra, indicou-me o resto de espaço a direita de Jimin, acomodado ao lado de Chanwoo, aparentemente aéreo de tudo ao redor depois de tirar o foco de mim, e igual a si, mas na extremidade oposta e compondo a esquerda de Jeongguk, cutucando petiscos, estava Inseong...

— Kim Namjoon! — exclamou Jin incrédulo e repreendendo-o, cerrando os dentes com raiva pela decisão de seu marido tomada sem o seu próprio consentimento, este o qual sempre é a palavra final.

— Deixe-o — o tom de Namjoon fora autoritário, embora manso. — Ao menos agradeça-o por ter conseguido, enfim, sair daquele hospital. — ainda em pé, retrai-me com o olhar do mais novo novamente sobre mim. — Por tudo o que ele já fez, dê uma chance para que pelo menos ele possa beber um pouco e esquecer os problemas. — após o discurso do platinado, ninguém da roda ousou disse algo contra, o que fez renascer o clima tenso na mesa.

— O-obrigado — sorri sem jeito ao ter os seus mirantes apenas por mais uns instantes, que foram o suficiente para dá-me a sensação que ele estava vendo a minha alma.

— Não compreendo o porquê do agradecimento, Hoseok? Não fiz isso em momento algum por você, e sim, foi por causa do meu dongsaeng e da minha joke, que pensariam o mesmo caso estivessem em nosso lugar. — Namjoon falou frio e rude pondo o braço ao redor da cintura do marido, que sustentava uma carranca na cara pelo mal-humorado.

O clima pesado parou sobre nós como dias com nuvens cinzentas, mas, com muito esforço, Taehyung, como o sol as dissipou, ao conseguiu puxar assunto sobre o vídeo engraçado que viu na internet, mostrando ao pessoal que começou a rir e comentar sobre a filmagem cômica obtida na gravação.

— Por que mentiu dizendo que ia ao cinema? — Chanwoo iniciou nosso diálogo assim que preenchi o espaço receoso pelos os olhares do casal Kim.

— Provavelmente para evitar que você espalhasse?! — Park quis de mim uma confirmação, portanto assenti de leve, ouvindo um murmúrio do Seo ao lado dele e logo complementei:

— Também queria saber se Jimin era o único que está do meu lado, fora o Tae. — expliquei melhor ao moreno. — Até liguei para Seong, mas ele nem atendeu. — olhei de canto para o Na, agora com o cabelo tingido num ruivo beirando ao tom cobre. — Aconteceu algo que estou por fora? — questionei, estranhando e vendo somente, agora, que ambos estavam distantes um do outro, e isso nunca aconteceu antes.