Capítulo I

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Alguns anos atrás...

Joguei o controle em um canto da sala bufando em puro tédio.

No relógio pendurado na parede que já marcava 10:30 pm e ela ainda não havia chegado.

Voltei a encarar o jogo pausado na televisão, permanecendo na posição por um bom tempo até a fechadura da porta ranger baixinho, e imediatamente virei o rosto na direção dela.

Ao vê-la começar a arquear, tirei a coberta das pernas indo ao seu encontro com um pouco de dificuldade, porque tinha passado do meu horário de dormir.

Lancei-me na morena, a abraçando completamente feliz, pois a minha mente havia criado certas suposições como a minha mãe e nem uma era positiva.

— Mama, como foi no trabalho hoje? Trouxe doces? — perguntei sonolento.

Ela levou os dedos até uma das minhas bochechas depositando um carinhos duradouro enquanto olhava para mim, porém eu sabia que não estava realmente.

— Omma? — chamei preocupado, ficando assustado com a severidade dos seus lumes.

A sua expressão se suavizou lentamente voltando ao normal.

Após repetir o que tinha lhe dito, a puxei pela mão, indo até a cozinha.

— Olha pequeno, mama quer falar uma coisa muito, mais muito importante com você. — comentou. — Senta aqui. — ordenou.

Fiz o que ordenou sem hesitar, ficando cara a cara com a minha genitora ao lado.

A mais velha parecia nervosa. Os seus dedos não paravam quietos e os olhos vacilaram dos meus para um ponto qualquer em seus pés ainda calços.

Respirava pesadamente em intervalos de cinco segundos, bagunçando o curto cabelo.

Depois de um tempo fazendo esse ciclo de movimentos, ela segurou os fios com força para, pôr fim, suspirou cansada.

— Pequeno... ainda lembra... — começou calmamente. — De um homem chamado Kim Namjung? — o nome soou familiar, porém nada respondi. — Deve conhecê-lo pela televisão como Kim Nam ou somente Nam?

A imagem de um empresário bastante rico, e conhecido por mim através da mais velha, surgiu em minha mente.

"Por que estavam conversando sobre o herdeiro dos Kim?", não verbalizei o pensamento, ocultando-o em mim.

Evitaria demonstrar muita curiosidade, pois mamãe havia dito-me para parar com essa péssima mania, que isso é feio para um menino tão bonito.

Mama Hannie suspirou antes de prosseguir.

— Bom, ele... — pigarreou. — Va-Vai... levar você.

Levar-me!? — pensei alto demais.

Uma confusão surgiu em minha mente.

— Como assim? Para onde? Por quê? Mama também vai comigo?

As perguntas saíram em disparada dos meus lábios, e a cada dita, a entonação da minha voz aumentava inconscientemente.

"Por quê?" era a principal indagação que gritava no subconsciente.

Eu não conseguia processar direito.

Em um segundo ela citava sobre esse homem, qual apresentou-me como um velho conhecido, e no outro que esse estranho iria me levar? Não tinha sentido.

— Não sei, eu não sei! — mama gritou abaixando a cabeça cobrindo o rosto com as mãos. — Eu não sei! — repetiu várias vezes já chorando. — Eu não quero que te levem. — sussurrou entre os soluços.

The Chance | YoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora