Capítulo 62 -

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-Você? O que faz aqui?- Vi o saco de lixo em sua mão, ou seja ela estava saindo para jogar o lixo.
-Eu estava passando e aí me lembrei que no mês que vem haverá um evento em que fui convidado. Queria saber se posso contar com você e a equipe para animar o evento.-
-Aceita uma xícara de café ou chá?-
-Café por favor.-
-Não sei se está do seu gosto. Caso queira mais açúcar...-
-Não é necessário, o seu café tem o mesmo sabor de... Desculpe, não deveria tocar no passado.-
-Pelo que me lembre você vivia reclamando do meu café, aliás de tudo.-
-É, eu sei... Fui um completo idiota.-
-Vamos fazer uma coisa? Colocar um ponto final no nosso passado. Eu vivi anos sofrendo e vivendo em cima desse passado. Não estava  me levando a nada, pelo contrário estava me fazendo esquecer de viver. E apesar de estar sorrindo nos palcos, ou no hospital alegrando as crianças, dentro do meu peito meu coração se sentia solitário. Me perguntava se estava sendo justa com ele, o prendendo para que não amasse novamente. E onde foram parar meus sonhos de ter um lar, filhos, um amor para toda vida, alguém com quem pudesse contar, confiar...-
-Pelas suas palavras imagino que esteja amando... E apesar de estar atrasado de novo, quero que saiba que desejo sua felicidade. Me perdoe por ter sido o causador da sua tristeza e sofrimento. Se pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente... Se eu tivesse a cabeça que tenho agora, se...-
-Olha o “se” nos deixa num impasse: Creio que não estávamos preparados naquela época.- sento ao seu lado e olhando para dentro de mim, apertando minhas mãos, minhas palavras saíram como um poema:
-Entretanto, depois de ver seus gestos, suas ações, e alguns momentos que tivemos durante esse reencontro, percebo que meu coração estava aprisionado, mas que em algum momento se libertou...

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