Capítulo 14

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PRISCILLA NARRANDO...

Acordei de manhã numa ressaca horrível. Tomei um remédio tomei banho lavei o cabelo, fui ver minha filha e não a encontrei.

Eu: Maria bom dia.

Maria: Bom dia dona Priscilla.

Eu: Cadê a Clara?

Maria: A dona Natalie a levou pra casa dela ontem a noite – eu assustei. – Ela cuidou da senhora e foi embora.

Eu: Ok. Maria não precisa fazer almoço pra mim não tá, vou comer na rua se quiser ir embora pode ir.

Maria: Ok... – eu coloquei outra roupa tomei café fui checar meus e-mails respondi alguns e fui pra casa da Natalie. Ela me fuzilou com os olhos e durante o almoço ela não dirigiu a palavra a mim. Ela falava o tempo todo com a Clara que falava toda empolgada da pizza da noite anterior e do quanto brincou com a tia Nat. Depois do almoço ela foi ver desenho e acabou dormindo e era a hora da nossa conversa.

Nat: Eu quero saber sua história Priscilla. Inteira. Se a gente for ficar juntas, eu quero te conhecer inteira e não aos poucos ou faltando pedaços. Como você se machucou? Como a Clara se machucou e como foi esse acidente? Como era sua relação com a Luíza? – eu não podia mais fugir e por mais que isso me causasse dor ela é a mulher da minha vida e precisa saber de tudo. Era hora de tocar na ferida.

Eu:Há pouco mais de 1 ano eu descobri que a Luíza estava me traindo com um cara que ela dizia ser amigo dela e não saia lá de casa. Eu peguei os dois na minha cama quando cheguei de viagem de surpresa. A surpresa era pra ela e eu que fui surpreendida. Ela tentou justificar o que não tinha justificativa. Eu a coloquei pra fora de casa, não a queria mais um minuto dentro da minha casa. Minha vontade era mata-la com as minhas próprias mãos. Depois de alguns dias fora, as crianças perguntando da mãe e eu dizendo que ela estava viajando, ela voltou lá em casa dizendo que os levaria com ela. Obvio que eu impedi. Ela partiu pra cima de mim, me agrediu e eu a agredi também. Ela deu mais um tempo e voltou dizendo que levaria a Marina com ela, que ela não era minha filha e sim filha dela e que ela não inseminou a Marina como tinha falado, ela era filha desse homem. Eu surtei. Chamei a policia a acusei de invadir minha casa e tentar sequestrar minha filha. Aquela hora não me importava se a Marina era inseminada ou filha desse cara, ela era minha desde sempre e eu não a deixaria levar pra longe de mim. Eu entrei com pedido de divorcio e ela entrou com pedido de guarda dos 3. Depois de um mês, saiu o veredicto, ela perdeu a guarda deles. Ela disse que não brigaria mais, que queria conviver bem por causa deles, que ela era mãe deles. Então alguns dias depois ela já frequentava a casa normalmente os colocava na cama ou levava pra escola. Ela estava sendo uma mãe presente como sempre foi. Aquela noite do acidente, ela dopou meus filhos – deixei cair uma lágrima – Eles tomavam leite com chocolate toda noite antes de dormir, e ela colocou remédio pra dormir. Eu fui levar a mamadeira pra Clara, ela tinha dois anos e meio, muito pequena, mas a Clara não quis mamadeira ela quis mamar no peito como ela fazia algumas noites, então eu dei peito a ela e deixei a mamadeira de lado. Ela dormiu e eu fui pro meu quarto. Notei movimentos pelo corredor e quando vi, a Luíza tinha carregado a Marina e o Pedro para o carro dela e levava malas deles. Ela estava sequestrando as crianças. Quando eu tentei impedir ela pegou a Clara e a colocou no carro só que a Clara acordou. Eu comecei a gritar com ela falando que ela não tiraria meus filhos de casa e ela dizendo transtornada que não era pra Clara estar acordada, enquanto os outros dois estavam completamente apagados.

Nat: Meu Deus ela é um monstro.

Eu: Eu tirei a Clara da cadeirinha e a coloquei sentada no chão no cantinho e fui tentar tirar o Pedro e a Marina. Ela entrou no carro e chegou o carro pra frente fazendo a porta se fechar na minha mão. Ela logo deu ré, escutei um barulho e um grito e ela me arrastou até o portão quando ela parou e eu me soltei. Quando levantei do chão ela saiu rapidamente e eu vi a Clara no chão. – solucei – Aquele barulho era da Clara, sendo atropelada. Ela foi para trás do carro e a Luíza passou por cima dela.

NATIESE: AMOR E SUPERAÇÃO (TRAUMAS, REENCONTROS E RECOMEÇO)Onde histórias criam vida. Descubra agora