NATIESE: AMOR E SUPERAÇÃO (TRAUMAS, REENCONTROS E RECOMEÇO)

Capítulo 35

Logo ouvi a campainha e pouco depois a Priscilla veio até o quarto do Theo onde eu o amamentava.

Pri: Natalie?

Eu: Oi amor?

Pri: Tem uma advogada na sala querendo falar com você. – estava séria.

Eu: Advogada?

Pri: Sim... Alessandra Magalhães.

Eu: O que essa mulher aqui? E como ela me encontrou aqui? – falei alto assustando o Theo – Desculpa filho... – o ninei e falei baixo – Como ela me encontrou? O que ela quer?

Pri: Ela disse que veio falar com você a pedido da família do Leonardo.

Eu: Faz ele arrotar pra mim que eu vou lá...

Pri: Me dá... – pegou o Theo e eu sai.

Eu: O que você está fazendo na minha casa e como me encontrou aqui? – já falei nervosa.

Alessandra: Natalie me desculpa, se acalme é muito importante.

Eu: Eu já falei uma vez, eu já recebi uma ligação também e eu disse que não tenho absolutamente nada pra falar com ele. Não quero ver ele, não quero ouvir o que ele tem pra dizer. Preso ele está e ele que apodreça lá dentro. Eu não quero você me investigando vindo atrás de mim. Sabe como isso é invasivo? Eu vou pedir uma medida restritiva contra você – eu tremia de tão nervosa que estava.

Alessandra: Natalie calma. Me desculpa ter vindo aqui, ter te procurado. Escuta o que eu tenho pra te dizer, por favor.

Eu: Tem 5 minutos e eu não quero ver a sua cara nunca mais e nem ouvir o nome desse desgraçado ok? – tava extremamente nervosa e me sentei. Logo a Priscilla veio.

Pri: Ele dormiu. E o que essa mulher quer aqui? – se sentou ao meu lado.

Alessandra: Eu vim a pedido da família do Leonardo. Ele está muito doente, e está em condições precárias no presídio de Curitiba. Ele está com pneumonia, além de outros problemas respiratórios, e ele foi diagnosticado com AIDS, pouco depois que deu entrada no presidio de Curitiba. Ele queria conversar com você, porque ele acha que pode ter sido infectado quando ainda morava em Miami porque esteve com garotas de programa e depois fez tudo aquilo com você e já está pagando por isso. Ele queria falar com você pra você ir ao médico fazer exames e te pedir pra conversar com o diretor do presídio, como você tem influência principalmente no caso, você é a única que pode pedir para que ele seja transferido para ala médica do presidio onde ele vai ter condições melhores de higiene e se cuidar. – eu fiquei em silêncio. – Ele sabe que não merece nada de você, ele sabe que tudo que ele tá passando agora é pouco perto do mal que ele causou a você. A mãe dele morre de vergonha de você e do que ele te fez, mas ele está morrendo. Já que ele vai morrer na cadeia, ela quer muito que ele tenha no mínimo uma morte num lugar limpo e não na sarjeta como um cão sarnento. Estou sendo realista. Eu sei que você está muito bem casada agora, ele não quer nada além de que você faça os exames para saber se não foi infectada e faça um pedido ao diretor do presidio pra ele ter ao menos uma morte mais humana e não na sarjeta.

Eu: Eu não estou infectada Alessandra, pode falar pra ele que dessa hipocrisia de preocupação dele, ele está livre. Eu tive um bebê há pouco mais de um mês e antes de engravidar e no mês passado eu fiz vários testes inclusive de HIV e eu estou limpa graças a Deus. Quanto a ir para ala medica eu vou pensar.

Alessandra: Por favor Natalie.

Eu: Eu vou pensar. Coisa que ele não fez, quando ele soube que o bebe que eu esperava era uma menina e não um menino e me bateu até me desmaiar me deixando dois dias no chão e nem quando me estuprou. Agora sai da minha casa e não volta aqui nunca mais. – ela deixou um cartão em cima da mesinha de centro e foi embora sem dizer nada.

Pri: Tá tudo bem – me abraçou. A Pri estava um pouco passada, por causa dos remédios. Ela não parecia estar ali, parecia alheia a tudo que tava acontecendo, mas me acolheu num abraço. Depois de uma semana a Pri parecia um pouco melhor, ela continuava num mundo só dela, hora chorava, hora conversava, hora sorria, hora só queria dormir. Ela já tinha perdido peso, interagia bastante com as crianças, tentava mostrar que tava bem, mas ela não estava tão bem assim. A Vivian psicóloga ia lá em casa 2 vezes na semana conversar com ela e nesses dias ela ficava bem.