PRISCILLA NARRANDO...
Levei a Natalie para o hospital e ela estava com um descolamento de placenta. Ela ficaria no mínimo 24 horas em observação. O medico que a atendeu entrou em contato com a doutora Regina obstetra dela e ela logo chegaria para ajudar no caso. Ele me explicou muitas coisas. Fui em casa peguei roupas a ela, expliquei da melhor forma possível pra Clara o que tava acontecendo tomei um banho me troquei e fui para o hospital. No meio da madrugada ela teve outro sangramento e foi bem significativo muito mais forte que o primeiro. Tentava não demonstrar meu nervosismo pra ela, meu medo, mas estava impossível. Acabaram dando uma medicação mais forte pra ela dormir e eu sai pra falar com os médicos.
Eu: E como ela tá? E o meu filho?
Flávia: Olha Priscilla, não sabemos a origem do descolamento de placenta dela. A Natalie é saudável, come bem, não sofreu nenhuma queda, não faz esforço. De acordo com as gestações anteriores dela, pode ser que tenha algo a ver com as agressões que ela sofreu na primeira gestação dela. Ela contou que ficou dois dias sem socorro que um vizinho a ajudou e a bebê já estava morta segundo laudo medico havia dois dias. Na segunda gestação dela, ela teve problemas parecidos com o de agora, mas de forma mais branda, porém a criança nasceu com uma má formação cardíaca. O que pode ter sido por causa do que chamamos de estresse intra uterino. O útero dela nunca se recuperou da primeira violência.
Eu: Isso quer dizer que ela pode sofrer um aborto a qualquer momento? – engoli seco.
Flávia: Sim. Sendo bem realista sim. Estamos com a melhor equipe cuidando dela, mas isso pode sim acontecer. Estamos usando de todo nosso conhecimento para evitar. O ideal é repouso o máximo possível. Não descartamos um parto prematuro. Se conseguirmos levar essa gestação até a 34ª semana conseguiremos tratar do bebê aqui fora.
Eu: Ok. Faça o que foi preciso não importa recursos. – conversamos mais um pouco e voltei para o quarto. Passamos 4 dias no hospital. A Natalie não conversava, só chorava de medo de acontecer alguma coisa com o bebê. Fomos pra casa era quase hora do almoço. Ela tomou banho e deitou. Eu fiz uma bandeja pra ela e levei no quarto. Ela comeu escovou os dentes e dormiu. Ela passou o resto da semana assim, não falava nada, as vezes falava com a Clarinha, mas passava a maior parte do dia dormindo.
01 DE ABRIL...
24 SEMANAS...
A Natalie voltou a trabalhar, só na parte da tarde e mesmo assim atendendo 4 pessoas apenas. Ela está com 24 semanas, e com uma leve depressão. Ela chora muito as vezes tem medo de acontecer alguma coisa. Ainda não sabemos o que é o bebê. Ela não se anima em escolher os moveis do quartinho, nem o papel de parede, por medo de escolher tudo e perde-lo. Em um mês vamos fazer um chá de bebê, a família dela vai vir participar. Contratamos uma moça, uma doula. O nome dela é Mara, tem 35 anos uma mulher incrível e ela parece que vem quebrando as barreiras que a Natalie impôs com o medo do aborto. Ela vai 3 vezes na semana lá em casa, faz exercícios com ela, e isso mudou significativamente a evolução do bebê e dela. Doutora Regina disse que o estado de saúde dela e do bebê melhorou muito. O chá vai ser um chá revelação. Então fomos a consulta e levamos um envelope com o resultado na moça do buffet, ela faria um balão com os confetes da cor. No dia 15 foi o chá...
Eu: Ansiosa?
Nat: Muito – me abraçou e me beijou. – O que você quer que seja?
Eu: Não importa. Só quero que seja saudável, não faz diferença se é menino ou menina. E você?
Nat: Eu acho que é menino.
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NATIESE: AMOR E SUPERAÇÃO (TRAUMAS, REENCONTROS E RECOMEÇO)
FanfictionQuando sua vida toma rumos que você jamais imaginou e você sente que nunca mais será feliz, o destino vem e muda TUDO...