Capítulo 4

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PRISCILLA NARRANDO...

Passei a semana pensando na Natalie e no que ela me disse. A semana não foi fácil, a Clara estava bem enjoada com as sessões de fisioterapia, eu estava bem nervosa com a minha cirurgia e eu não sabia o que pensar e o que fazer com relação a Clara estava preocupada em deixa-la sem mim por alguns dias. Era quinta feira, eu demorei um pouco a dormir e tive um pesadelo...

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Eu: Você não vai fazer isso Luíza, são meus filhos, se alguém vai sair dessa casa esse alguém é você e pra nunca mais voltar – gritava com ela.

Luíza: São meus filhos também, mais meus do que seus. E eu não vou embora e deixa-la – os colocava no carro completamente alterada. Eu tirei a Clara da cadeirinha quando ela entrou no carro e não consegui tirar a Marina e o Pedro dormiam pesado, haviam sido dopados. Quando ela arrancou com o carro. A porta fechou na minha mão me arrastando e ela pegou a Clara...imediatamente eu acordei me sentando na cama.

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Clara: MAMÃE...MAMÃE... – ouvi a Clara me gritar. Levantei da cama correndo, tava chovendo muito, como naquela noite e dando trovoadas horríveis. Corri até o quarto dela e acendi a luz. Ela estava no chão extremamente assustada.

Eu: Filha o que foi amor a mamãe tá aqui – a peguei – Se machucou?

Clara: Eu to com medo... – soluçava, me abraçando forte.

Eu: Tá tudo bem meu amor a mamãe está aqui agora tá tudo bem. – a beijei. Peguei o travesseiro dela e o bicho de pelúcia e fui pro meu quarto – Calma filha não chora já passou – a beijava. – Quer uma mamadeira? A mamãe faz um tetê pra você.

Clara: Quero...

Eu: Ta bom amor fica calma a mamãe já volta – puxei a cortina para não fazer os clarões dos trovões no quarto e deixei a luz acessa. Fui até a cozinha esquentei o leite com chocolate dela no microondas coloquei na mamadeira e voltei pro quarto – Pronto filha aqui o tetê – dei a ela e ela deitou em cima do meu peito. Fiz carinho em seu cabelo até ela terminar de mamar e ela agarrou e meu pescoço e dormiu. Eu dormi logo em seguida... De manhã acordei bem cedo tinha uma reunião com meu advogado. Tomei café sozinha a Clara ainda dormia na minha cama. Fui para o escritório.

Ester: Dona Priscilla, o doutor Rodrigues chegou.

Eu: Manda entrar por favor Ester, traz um café e água pra gente por favor.

Ester: Sim – ela saiu e ele entrou.

Rodrigues: Bom dia dona Priscilla.

Eu: Bom dia doutor Rodrigues sente-se por favor. – ele se sentou. – E então como está tudo?

Rodrigues: O Julgamento acontecerá em 3 meses.

Eu: Mas porque tudo isso?

Rodrigues: Por conta da internação, precisamos que se recupere totalmente para responder pelos atos.

Eu: Não me interessa Rodrigues, tudo que era importante para mim se foi naquela noite. Que esteja morrendo. Eu quero que isso seja julgado pra ontem – falei nervosa.

Rodrigues: Eu sei Priscilla, estamos trabalhando pra adiantar tudo. Pegando qualquer mínimo detalhe para adiantar tudo isso – conversamos por uma hora e ele foi embora. O dia se passou tranquilo, fisioterapia, almoço, a Clara carente demais só queria ficar comigo. No fim do dia a Natalie chegou pra terapia com ela, e eu não sai do meu quarto. Logo Ester me chamou e eu desci pro escritório e ela me esperava.

Eu: Oi...

Nat: Oi... Como está?

Eu: Bem e você?

Nat: Bem...

Eu: E a Clara?

Nat: Hoje foi mais complicado. Ela está bem carente, chorosinha. Disse que caiu da cama que ficou assustada com a chuva.

Eu: Sim, eu acordei com ela me gritando – suspirei – Ela acabou dormindo comigo dei uma mamadeira pra ela. Ela ficou o dia todo grudada em mim. Estou considerando a escolinha.

Nat: Isso é bom, alias isso é ótimo pra ela e pra você também. Mas vamos falar da sua cirurgia na segunda?

Eu: Estou com receio.

Nat: Eu imagino, mas o receio é por você ou pela Clara?

Eu: Não sei. Ao mesmo tempo que é por mim, é por ela. Ela vai ficar sem mim, só com empregados e eu talvez piore a minha situação.

Nat: Não tem um familiar seu que possa cuidar dela?

Eu: Minha família e eu não convivemos a anos, não conheceram sequer meus filhos. Ela nem sabe quem são.

Nat: Não acha que procura-los tentar conversar seja uma boa ideia por ela pelo menos?

Eu: Não... Não estiveram comigo no meu pior momento então não ficarão próximo da minha filha.

Nat: O medo por você é por não conseguir mais projetar?

Eu: É... É tudo um pouco. – suspirei.

Nat: quem vai acompanhar você até o hospital?

Eu: A Rafaela.

Nat: E quem cuidará da Clara?

Eu: A Lia e a Ester.

Nat: E a família da sua esposa?

Eu: Não tenho contato e nem quero.

Nat: Como se sente em relação ao dia da cirurgia?

Eu: Bem angustiada, não sei se consigo. – conversamos longamente e logo acabou.

Nat: Esse é meu número, me liga a qualquer hora do dia ou da noite que precisar de alguma coisa. E boa sorte na cirurgia e vá confiante que tudo ficará bem. – sorriu.
Eu: Obrigada – nos abraçamos e ela saiu. O fim de semana se passou lento, eu estava apreensiva. Expliquei para Clara da cirurgia que eu ficaria fora por alguns dias, mas que a Lia e a Ester cuidariam dela e a tia Rafa também. Ela chorou um pouco, mas a Natalie iria continuar com a sessão com ela. Logo chegou o dia da cirurgia. Eu já tinha explicado a Clarinha que ficaria uns dias fora de casa, mas que eu voltaria e teria pessoas cuidando dela. Antes de sair bem cedinho dei um beijo nela e entrei no carro. Meu desconforto em sair de casa era horrível. A Rafa já me esperava na garagem. Entrei no carro e fomos. Ela notou meu desconforto, eu tremia muito então com uma das mãos ela pegou na minha mão.

Rafa: Calma vai ficar tudo bem, está tudo bem.

Eu: Não sei se isso tudo vai dar certo eu estou temendo pela minha filha Rafa.

Rafa:A Clara está bem e vai ficar bem, não se preocupe Priscilla. Ela tá bem cuidadae em 3 dias você vai pra casa. –chegamos ao hospital ela já tinha cuidou de tudo e eu fui pro quarto, logovieram fazer o pré operatório e uma hora depois entrei para a cirurgia. Foram 5horas de horas quando acordei olhei pra minha mão totalmente enfaixada. 

NATIESE: AMOR E SUPERAÇÃO (TRAUMAS, REENCONTROS E RECOMEÇO)Onde histórias criam vida. Descubra agora