Capítulo 33

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Na segunda feira eu recebi um oficial de justiça na minha casa. Eu assinei a entrega da carta e fui pra sala.

Nat: Quem era tão cedo assim? – amamentava o Theo.

Eu: Oficial de justiça... – abri a carta e me sentei.

Nat: O que é?

Eu: Julgamento da Luíza foi marcado.

Nat: E quando vai ser?

Eu: No dia 25 as 9 horas da manhã. Ela vai a júri popular. Preciso me apresentar as 8:30.

Nat: Minha mãe já vai estar aqui amor, eu tiro leite deixo pro Theo e ela cuida dele eu vou com você.

Eu: Não amor tudo bem, cuida do nosso filho fica tranquila... – aquilo mexeu comigo. Meus sogros e cunhados chegaram no dia seguinte para conhecer o novo membro da família. Ficaram uma semana e foram embora ficando só minha sogra. Ela vai ficar mais duas semanas. Eu precisava ir a empresa a uma reunião, era dia 22 de agosto. Desde a notificação da justiça eu não parava de pensar no assunto. Tinha pesadelos, acordava no meio da noite. Participei da reunião pedi um café pra minha secretária e a Rafa veio.

Rafa: Eu recebi uma intimação ontem. Para depor no caso da Luíza.

Eu: Eu imaginei. O doutor Rodrigues disse que você seria arrolada como testemunha.

Rafa: E pela sua cara, você não está dormindo direito.

Eu: Não estou mesmo... Mexer nisso tudo, é reviver aquele dia. Ter que olhar na cara dela de novo e por horas. – quando me dei conta já tava chorando.

Rafa: Eu sei que é difícil Pri, mas é um desfecho, é encerrar um ciclo. É a Luíza ter o que ela merece e seus filhos descansarem em paz, assim como aquele homem que ela matou no acidente.

Eu: Eu pedi para o doutor Rodrigues arrumar um bom advogado para a esposa do rapaz que morreu no acidente que ela causou. Eu que estou pagando tudo desde o início. Quero garantir que eles sejam indenizados pelo que ela fez. Ela não tirou só meus filhos, ela tirou o amor da vida de alguém, ela tirou o pai de 3 crianças, que sustentava a casa.

Rafa: Ela ainda tem dinheiro?

Eu: Se os pais dela não torraram tudo, ela deve ter alguns milhões na conta dela. Eu devolvi tudo a eles. Não ficou um fio de cabelo dela comigo. Entreguei as contas dela, roupas, os carros dela que ainda estavam na minha garagem. Eles ainda queriam a casa que a gente morava na época sendo que era minha, eu que comprei.

Rafa: Audaciosos.

Eu: Muito... – suspirei – Não venho mais essa semana tá, qualquer coisa me liga.

Rafa: Ta bom. Fica tranquila, vamos encerrar isso tudo logo.

Eu: Sim – nos abraçamos e eu fui embora. No caminho resolvi mudar minha rota. Fui até Santa Tereza. A casa era simples mas era bonita, com flores na frente bem cuidada. Haviam alguns brinquedos no jardim. Toquei a campainha e logo uma senhora apareceu.

XX: Pois não?

Eu: Boa tarde, a Soraia está?

XX: Sim, quem é você?

Eu: Priscilla Pugliese, ela sabem quem sou eu...

Soraia: Quem ta ai dona Marlene? – apareceu na porta. – Priscilla? – não nos conhecíamos pessoalmente, eu a ajudei financeiramente quando aconteceu o acidente, porque ela não merecia nada daquilo assim como eu, mas a Rafa cuidou de tudo. Ela sabia quem eu era, por fotos na internet.

NATIESE: AMOR E SUPERAÇÃO (TRAUMAS, REENCONTROS E RECOMEÇO)Onde histórias criam vida. Descubra agora