Capítulo 39

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Coloquei o Theo no berço e me sentei na cama. Logo a Nat veio.

Nat: Amor, acho que precisa encerrar esse ciclo. Vai até lá. Fala com ela, agradece. Ela salvou nossa filha, ela nos trouxe nosso filho não podemos negar mais isso. – eu comecei a chorar. – Olha pra mim – puxou meu rosto pra ela. – Eu te amo. Somos felizes. Aparamos todas as arestas das nossas vidas. Eu resolvi minha situação com o Leonardo, você resolveu sua situação com a Luíza, você se permitiu sentir sua dor agora depois da condenação dela, depois de tudo isso ter tido um desfecho. Você é uma nova mulher, somos uma família. Superamos nossos traumas, nos reencontramos, agora agradeça sua filha e dê adeus a ela. A deixe ir... – a abracei forte – Eu te amo muito. Eu sou a mulher mais feliz do mundo por ter você, por estar com você e ser a mãe do seu filho e por ter a Clara como minha filha do coração. Acho que Deus nos deu a chance de sermos felizes novamente depois de toda dor que passamos com nossos casamentos. Eu senti dor, você sentiu dor, mas isso nos fortaleceu, nos tornou quem somos agora, e nos colocou na vida uma da outra de novo, uma coisa que jamais imaginaríamos que aconteceria de novo.

Eu: Eu te amo. Eu te amo muito. Você chegou e minha vida voltou a ter cor, voltou a ter brilho. Eu tive forças, pra sair do abismo, do quarto escuro que a dor criou na minha vida. Você me tirou do medo de viver, do medo da dor, do medo da perda. Eu voltei a me sentir mulher, a me sentir amada, a me sentir inteira, mesmo sentindo falta dos meus filhos. Você quebrou todos os meus paradigmas, todas as barreiras que eu impus para mim mesma. Você me deu um filho lindo, e a melhor mãe que minha filha poderia ter. Obrigada por tudo isso... Nem se eu viver mil anos vou conseguir agradecer você por ter me feito renascer das cinzas. – a beijei. Na manhã seguinte tomei um banho, me troquei tomei café da manhã, dei um beijo nas crianças, a Natalie ainda dormia. Peguei o carro e sai. Parei numa floricultura e comprei um buquê de rosas brancas e girassóis enormes, e um bichinho de pelúcia também. Segui pensativa e apertando o volante em tempo de arrancá-lo com as próprias mãos de ansiedade. Logo parei no estacionamento daquele lugar que era bem conhecido por mim e tão doloroso de entrar. O cemitério. Peguei os buquês e o ursinho e entrei. No caminho até o túmulo dos meus filhos, minha vida passou inteira diante dos meus olhos. Minha adolescência, quando conheci a Natalie quando namoramos, quando fomos embora e perdemos contato, quando me formei e casei, quando minha mulher teve a Marina, quando eu tive o Pedro, quando eu tive a Clara, a descoberta da traição. Aquela noite em que minha vida acabou e eu quase perdi minha mão, minha filha ficou paraplégica, e meus filhos morreram num acidente causado pela mãe deles. Minha filha e eu nos recuperando aos poucos, eu me fechei no meu mundo, a Nat de volta na minha vida, ela abrindo o coração dela a mim e eu abrindo meu coração a ela. A Clara voltou a andar, eu voltei a trabalhar, eu e a Natalie nos casamos e tivemos o Theo que segundo a Clara é o Pedro que voltou para nós. Logo estava diante do jazigo dos meus filhos. Coloquei as flores, e numa espécie de capelinha coloquei o ursinho. As lágrimas caíram involuntárias e intempestivas do meu rosto. Eu não conseguia controla-las e não sabia explicar o que eu estava sentindo.

Oi filha... É a mamãe. Acho que a muito tempo você vem mandando sinais de que está sempre presente na minha vida e está sempre cuidando de nós, principalmente da sua irmãzinha não é? – sorri de leve. – Eu tentei negar isso a mim mesma porque de certa forma achava que isso tudo era loucura, mas sei que tem estado presente na vida da Clara e sei que tem cuidado especialmente dela todo esse tempo. Talvez eu não tenha deixado você ir totalmente. Com a chegada do Theo, eu libertei de alguma forma o Pedro e como a Clarinha diz, agora ele é o Theo. Meu pequeno voltou pra mim e você sempre esteve do nosso lado. A mamãe te ama mais que tudo na vida filha e vai te amar pra sempre meu amor. Dói saber tudo que aconteceu com você, e dói não ter seu abraço, seus beijinhos, sentir seu perfuminho, mas... – sorri e fechei os olhos deixando as ultimas lágrimas caírem – Eu não posso ser egoísta com você meu amor... A mamãe te ama muito... Obrigada pela cura, pelo reencontro, pelo amor... Obrigada pela paz... Obrigada meu amor... – dei um beijo na mão e toquei no túmulo. Quando sai andando senti uma brisa passar pelo meu corpo ouvi uma risada de criança e senti um toque no rosto como se fosse um beijo. Coloquei a mão no peito parei de andar e falei – Eu sei que você me ama meu amor. A mamãe sabe... – suspirei sorri e fui embora pensando em tudo que vivi nos últimos anos.

"Não importa se somos fortes, traumas sempre deixam uma cicatriz. Seguem-nos até nossas casas, mudam nossas vidas. Traumas derrubam a todos, mas talvez essa seja a razão. Toda a dor, o medo, as idiotices. Talvez viver isso é que nos faz seguir adiante, é o que nos impulsiona. Talvez precisemos cair um pouco para levantar novamente. A vida é feita de recomeços, e todo dia é dia para começar de novo! Todo dia você ganha um dia todo seu de presente para escrever o que quiser nele, faça sempre teus dias valerem a pena, não se prenda por pouco, não fique remoendo as atitudes ou a falta de atitude do outro, cada um vive como é feliz, cada um sabe ou acha que sabe o que é melhor para si. Não deixe escapar as oportunidades, não tenha medo do novo,não se prenda a achismos, não viva em cima do muro,seja sim ou não, ou vai ou raxa, ou sofra ou seja feliz, o meio termo complica, nos faz perde tempo, nos faz perde vida. Acima de tudo VIVA, por mais complicado que seja viver, viva, com sorrisos, com dor, com choro, com alegrias, VIVA. Deus não lhe deu a vida de presente para você ser platéia, Ele lhe deu a vida para você ser o protagonista, o principal. O amor só acontece quando alguém te encontra...te encanta...te reencontra...te reencanta e recomeça tudo como se fosse a primeira vez...!"

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É isso pessoal... E assim termina essa história...

Agradeço a cada um que acompanhou, que curtiu, que comentou, que leu no anonimato. Muito obrigada de coração. A respeito do desfecho voltado para espiritualidade, senti que precisava escrever sobre isso. Não me perguntem porquê, nem eu sei essa resposta rsrsrs. Mas senti no coração de escrever isso. Tive essa inspiração. Posso dizer que a fé nos salva, até quando a gente menos espera e quando a gente mais duvida. 

Em breve, uma nova história, e provavelmente bem diferente de tudo que eu já escrevi... E logo mais uma fanfic Camren. 

Obrigada por tudo mais uma vez, e até breve...

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NATIESE: AMOR E SUPERAÇÃO (TRAUMAS, REENCONTROS E RECOMEÇO)Onde histórias criam vida. Descubra agora