22° Capítulo

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Não sei o que deu em mim, só sei que o mundo parou e eu não sabia o que fazer. Minha mente parou, o que ele disse? Acho que eu não escutei direito, se ele queria me surpreender, ele conseguiu. O seu pai não estava doente? Então por que ele quer o dinheiro? Não estou entendendo nada.

- Não vai dizer nada?_ me perguntou.

- Como assim o seu pai não está doente?_ perguntei finalmente.

- Quem está doente é meu filho._ falando respirando fundo, parece que estava tentando se controlar, ele queria chorar?

Como assim seu filho? Ele é pai? E por que eles falaram que o seu pai estava doente, se é o filho dele que está doente?

- Você tem um filho? Me explica isso direito. Pois não estou entendendo nada!_ falei compartilhando a minhas dúvidas.

- Eu precisava do dinheiro para o tratamento do meu filho, ele precisa de uma cirurgia no coração e é muito caro, fui em bancos tentar um empréstimo, mas não consegui. Minha mãe veio com o papo de conversar com você, mas eu não queria me meter na sua vida, principalmente depois da maneira que eu te tratei no dia que te expulsamos.

- Que bom que você ainda tem senso._ falei revirando os olhos.

- Eu me arrependo amargamente por ter feito o que eu fiz. Porém você é a última alternativa pra salvar o meu filho, minha mãe teve a ideia de falar que era para o nosso pai, pois talvez você ficasse com dó dele. Eu não sei, estava desesperado, eu só quero salvar o meu filho._ falou ele deixando algumas lágrimas rolar. Não imaginava vê-lo chorar, na verdade, em toda minha vida, nunca vi ele deixar uma lágrima descer. Ele dizia que homens não chorava, pelo jeito ele mudou de pensamento, ou ama muito essa criança.

- Onde está o seu filho?_ perguntei.

- No hospital, ele foi internado há três dias. Por isso nossa mãe foi falar com você!_ falou ele deixando mais lágrimas descer.

- Depois que nos comer, vamos direto para o hospital. Se você estiver mentindo, eu vou acabar contigo e sua família!_ falei secamente.

- Não é mentira, você irá ajudar?_ perguntou-me com os olhos brilhando.

- Eu não sei ainda, preciso pensar._ falei com várias dúvidas ainda na minha cabeça.

- Por favor._ me suplicou.

- Eu já falei que vou pensar, isso é o melhor que você vai conseguir._ fui seco com ele, odeio pressão.

- Pelo menos é melhor que um não._ falou.

- Que bom que entendeu.

- Senhor licença!_ falou o jovem garçom chegando com os nossos pedidos.

- Senhores, no plural._ falei olhando pra ele.

- Oi? Não entendi senhor._ falou me olhando.

- Tem quantas pessoas nessa mesa?_ perguntei.

- Dois senhor!_ falou olhando com nojo para o Erick.

- Então posso saber por que o ignora como se ele não estivesse aqui?_ perguntei com raiva.

- Senhor, mil desculpas..._ atrapalhei ele.

- Desculpas nada, desde o momento que chegamos aqui..._ Erick não me deixou terminar.

- Por favor irmão, não precisa disso._ falou com vergonha.

- Precisa sim, quem é ele pra te julgar pela sua vestimenta? Ele nem te conhece! Chame o gerente pra mim rapaz, eu quero falar com ele.

- Por favor senhor, não faz isso. Eu preciso desse emprego.

- Irmão por favor.

- Fique quieto._ falei olhando para Erick. - E você, pensasse isso antes de ser mais um dessa sociedade nojenta que julga todos.

- Algum problema aqui?_ uma moça se aproximou.

- Quem é você?_ perguntei.

- Sou Ester, sou a gerente do estabelecimento._ falou ela pegando na minha mão. - Tudo bem por aqui?

- Prazer em conhecê-la, porém não está nada bem aqui. Esse garçom aqui, está julgando o meu irmão pela vestimenta dele._ nem reparei que tinha chamado o Erick de irmão, até ver sua cara de surpreso e um sorriso aparecer em seu rosto. - Desde do início que chegamos aqui, ele não foi profissional.

- Desculpa o transtorno senhores, eu vou resolver isso e como pedido de desculpas, seus lanches serão por conta da casa._ falou todo simpática.

- Não precisa se preocupar, eu só queria resolver esse problema. Não precisa ter prejuízo por causa disso.

- Tá bom então, obrigado pela compreensão e tenham um ótimo dia.

- Pra você também._ falei vendo ela ir embora com o garçom logo atrás.

- Não precisava fazer isso.

- Ao meu lado você nunca será tratado mal, odeio essa falta de educação das pessoas. Agora coma por favor!

- Obrigado!_ falou.

Posso está sendo egoísta por brigar por algo que eu mesmo estou fazendo. Porém eu tenho meus motivos pra isso, já aquele garçom nem o conhece e já o descrimina.

O Traficante E O Ex ProstitutoOnde histórias criam vida. Descubra agora