21° Capítulo

1.8K 164 8
                                    

Eu estava com muita raiva, mas o que eu queria vindo aqui? Se eu tivesse um pouco de amor próprio, nunca teria colocado meu pé nesse bairro.

- Ei espera por favor!

- O que você quer Erick?_ perguntei parando perto do carro.

- Podemos conversar?

- Não quero ficar mais nenhum minuto aqui Erick._ falei me preparando pra entrar no carro.

- Por favor, me dê só 10 minutos._ suplicou.

- Entre._ falei entrando no meu carro, ele ficou meio perdido, mas logo entrou no carro junto comigo.

- Belo carro._ falou tentando quebrar o silêncio, nesse momento veio uma memória na minha cabeça.

Flashback On

Estávamos na frente de casa brincando, Erick estava com uma revista de carros na mão. Ele é loucos por carros!

- Vem cá maninho._ me chamou, ele sempre me chamou assim por ser o mais novo.

- Que?_ sentei ao seu lado.

- Olha esse carro, que lindo!_ ele estava vendo a foto de uma BMW preta.

- É sim!_ falei mais pra agradar ele, não entendia esses garotos que ficavam babando por carros em revistas.

- Quando eu comprar o meu, você será o primeiro a andar comigo.

- E sua namorada?_ perguntei.

- Eu não tenho namorada maninho, e mesmo se tivesse, você é mais importante que qualquer outra pessoa!_ falou passando a mão na minha cabeça.

Flashback off

- No dia que eu comprei, lembrei de você e sua enorme vontade de ter um._ falei tentando me acalmar, aquela lembrança me afetou muito.

- Você ainda se lembra?_ perguntou surpreso.

- Não lembro de muitas coisas, eu era novo._ falei, porém era mentira, eu lembrava de toda a nossa infância. De como a gente era inseparáveis.

- Eu queria te pedir perdão por tudo que fiz, eu senti raiva de você, logo o meu maninho tinha que ser..._ ele se calou.

- Gay?_ falei por ele. - Ninguém escolhe ser homossexual Erick, pois tenho certeza que ninguém ia querer ser agredido por apenas quem você é!

- Espero que me perdoe por ter sido como os outros.

- Antes, meu sonho era esse, ver você me pedindo desculpas por tudo. Mas hoje vendo você fazer isso, eu vejo que nem me importo com isso, sei que vocês só querem meu dinheiro. Não precisa fazer isso para conseguir, eu fui na casa de vocês na intenção de dar o dinheiro para o tratamento do seu pai._ falei rapidamente.

Ele não falou nada, parece que minha palavras o afetou, eu não tenho culpa, tenho certeza que essas palavras nem chegaram aos pés da dor que senti quando fui expulso de casa. Logo o carro parou em uma lanchonete que tinha perto da minha antiga casa, pelo jeito ela é nova, pois não lembro dela na época que morava aqui.

- David?

- Diga senhor Carter.

- Iremos descer aqui!

- Okay senhor._ logo David estacionou o carro perto da lanchonete e desceu do carro para abrir a porta pra mim.

- Obrigado David._ falei saindo do carro.

Erick desceu também, ele ainda estava calado. Caminhei em direção a lanchonete. Ao lado de fora tinha algumas mesas, escolhi uma e me sentei alí, Erick se sentou na minha frente.

- Bom dia, o que vão querer?_ falou um jovem chegando perto da nossa mesa, pelo jeito era o garçom.

- Eu vou querer um sanduíche e um soco de laranja._ falei.

- E o senhor?_ perguntou para o Erick.

- É que...

- Só escolhe._ falei entendendo sua timidez.

- Eu quero um pedaço de bolo de chocolate e um suco de laranja também.

- Vai querer mais alguma coisa? Se quiser pode pedir_ falei, jamais negaria comida pra ele e nem pra ninguém.

- Só isso mesmo._ falou.

- Traga dois sonhos pra ele e um pedaço de torta pra mim._ falei para o garçom.

- Qual sabor senhor?_ perguntou-me.

- Eu quero de frango!_ falei.

- Mais alguma coisa senhor?_ perguntou olhando pra mim, aquilo me deixou um pouco irritado, pois desde a hora que chegamos, ele não olhou para o Erick, só pra mim.

- Não, pode se retirar._ falei secamente, odeio pessoas que me trata bem só por minha aparência.

- Espero que ainda goste de sonho!_ falei tentando quebrar o gelo e principalmente, tentando me acalmar.

- Sim, e obrigado por isso._ falou ele envergonhado.

- Pare com isso, jamais negaria comida pra você.

- Mesmo assim eu agradeço, você nem parece ser da nossa família, você é totalmente diferente da gente.

- Isso eu tenho que concordar._ falei o fazendo rir.

- Uma coisa você tem razão, nossa família só quer o seu dinheiro. Na verdade precisamos muito dele!

- Isso não é novidade, se queria me surpreender, vai ter que se esforçar mais.

- O que você não sabe é que o nosso pai...

- Seu pai!_ falei seco.

- Okay! O meu pai não estar doente...

O Traficante E O Ex ProstitutoOnde histórias criam vida. Descubra agora