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▪︎ MARIA LUIZA ▪︎

Semanas depois...

Estava tendo umas invasão doida no morro e Rato deu toque de recolher pra geral, mas como eu sou abusada tava na caixa d'água com a Nat fumando maconha.

Nat: Tá ligada que ele não vai gostar de saber que tu não tá em casa né?

Malu: Problema é dele - Bebi mais whisky e dei o baseado pra ela. - Ele tá me emputecendo a cada dia que passa. Rato acha que eu não sei pra onde ele vai de madrugada.

Nat: A piranha tá incomodada com isso? - Revirei meus olhos e ignorei ela. - Qual é Malu? Sabe que não precisa esconder as coisas de mim né?

Malu: Não tô te escondendo nada. Eu só não quero falar sobre a pessoa que me deixa mal - Nat me abraçou e ficamos em silêncio por um tempo. - Onde será que ela tá?

Nat: Ela tá bem - Assenti, limpando algumas lágrimas. - Bora meter o pé? Larica bateu.

Descemos dali e subi na garupa da moto. Eu tava meio noiada e tava rindo até do vento. Nat parou a moto em frente à casa do Rato e eu entrei.

A casa se encontrava escura e silenciosa. Minha barriga roncava, mas eu tava morrendo de preguiça. Então fui pra sala e sentei no sofá, olhando pro nada já que tava escuro.

Meu coração acelerou do nada e a porta da frente foi aberta. Fiquei do mesmo jeito que estava e escutei a voz dos meninos.

Rato: Fala baixo porra! Ela deve tá aqui.

RD: Você vai contar pra ela sim. E se fosse dona Celeste? Tu ia querer saber de qualquer jeito.

Terror: Se fosse Celeste oque caralho? Para de falar merda.

RD: Fiz uma comparação, babaca - Pausa. - Cadê ela?

Rato: Tá vendo ela aqui?

RD: Vai se foder, William. O negócio é sério. Tamo falando da mãe dela, ela tem que saber.

Rato: Tu acha que é simples assim? - Riu.

Terror: Porra, vocês são chato pra caralho! Só falar que a mãe dela morreu e pronto.

Malu: O-oque? - A luz foi acesa e Terror arregalou os olhos, enquanto Rato e RD encaravam ele de cara feia. - Minha mãe oque, Caiam?

Terror: Caralho, tá tardão né?- Ele riu sem graça, dando tchau pra alguém lá fora. - Vou guiar pra goma, que já tá na minha hora. Valeu aí, patrão!

Fiquei encarado os dois, que não olharam pra mim em nenhum momento. Levantei e andei até eles.

Malu: Ricardo? - Ele levantou a cabeça e vi seus olhos vermelhos. - Diz pra mim que vocês tão brincando.

RD: Malu... - Me afastei, segurando o choro, tentando processar tudo. Uma hora minha mãe tava vivaz cheia de saúde; em outra desapareceu e agora tá morta? - O corpo dela foi encontrado na entrada do morro hoje de madrugada depois da invasão.

Rato: Ela tava sem roupa, o rosto queimado e só tinha um pingente com ela - Peguei o pingente da mão dele negando. Eu tinha dado aquele pingente pra ela a dois anos atrás, de aniversário.

Malu: Eu quero ver ela - Falei após juntar toda a minha força e coragem.

RD: Maria Luiza...

Malu: Eu quero ver ela - Repeti firme dessa vez, encarando os dois.

Rato: Eu te levo lá - Assenti, indo pra moto. Eles conversaram por alguns minutos e ele veio na minha direção. Não demorou muito pra chegarmos no topo do morro. Desci vendo corpos de outros vapores e de uns homens fardados. - Ela tá lá dentro - Ele me entregou uma chave e apontou pra uma das casinhas.

Assim que girei a maçaneta só faltou meu coração sair pela boca. Fechei a porta atrás de mim e liguei a luz, vendo um corpo em cima do único móvel que tinha ali dentro.

Minhas pernas não se moviam e minhas mãos tremiam. Não consegui andar, mas dali conseguia ver que realmente era ela.

O cabelo, o tom da pele, o cheiro... era minha mãe, mas morta. Sem o brilho nos olhos, o sorriso contagiante e sem vida.

Rato: Nega? - Ele entrou e parou na minha frente. - Bora pra casa?

Malu: Ela era a única família que eu tinha, William. Ela era meu tudo, minha vida... e agora eu não tenho nada - Ele me abraçou. - Eu não tenho nada, nem ninguém.

Rato: Tá maluca? Tu tem eu, pô - Neguei me afastando dele. - Eu por tu, tu por eu e Deus por nós.

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Foi mal é que tô sem idéia p capítulos 😓💔

155 [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora