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▪︎ CAIAM ▪︎

Baile tava uma perfeita uva e as raba que aparecia me deixava feliz pra caralho. O ruim é que eu já tinha comido metade delas e já tinha enjoado.

Essa parada de casal acho que não é pra mim. A pior coisa é tu botar confiança numa pessoa e essa pessoa te quebrar depois, se ligou?

Acho foda esse pessoal que encontra a pessoa amada, acho foda pra caralho. Mas tu acha que Deus vai colocar alguma guria no caminho do bandidão aqui? Rá! Sem chance irmão!

Deus é muito bom, mas não a esse ponto, e comigo muito menos.

Tem cara que não admite quando tá apaixonada e eu bato no peito pra dizer que não sou um deles. Irmão, a vida é muito curta pra ficar se privando desse tipo de coisa.

Nós tá vivendo agora, mas pode morrer daqui  a cinco, dez, quinze, vinte minutos. Nós somos feitos de momentos e é preciso vive-los ao extremo.

Marcola: Carne nova na área? - Olhei ele que ia pra grade e levantei do sofá. Os cara parou oque tava fazendo só pra olhar a menina. E porra, eles não tava errado não. - Bundinha de pombo. Boa pra dar uns tapas.

Terror: Grande e bobo.

Marcola: Quem?

Terror: Meu pau - Os cara riu e ele fechou a cara bolado. - Leva na esportiva pô.

Marcola: Vou pegar minha arma, aí nós leva na esportiva - Mandei dedo pra ele.

Marcola foi pra um canto com os caras e eu fiquei olhando pra ela, na maior cara dura mesmo.

Loirinha, olhos claros, aparelho, corpinho de menor... do jeitinho que o pai gosta!

Ela tava com um vestidinho azul claro em um canto do baile e ficou olhando tudo com um sorriso no rosto. Conhecia a maioria dos moradores e com certeza ela tinha acabado de se mudar ou era patricinha querendo se aventurar por uma das Disneys que existiam nesse Rio de Janeiro.

Uns caras davam idéia nela, mas ela fazia umas careta e saia correndo deles. Oque me tirava umas boas risadas. Uma mina foi dançando pro lado dela e ela foi na onda, dançando também.

A loira começou a dançar e porra, representou mesmo. Ela rebolava, quicava, fazia altas paradas com uma puta cara de safada.

Eu não tava conseguindo tirar os olhos dela.

Em um determinado momento da música ela olhou pra cima e me encarou. Ela continuou dançando enquanto me encarava e sorriu, desviando o olhar.

Titu: Tu vai dar idéia nela ou vai ficar aí babando na mina? - Olhei ele que tava com a fiel do lado. - Os cara tão apostando quem pega ela primeiro e eu acho isso uma puta falta de respeito.

Terror: São crianças, tu quer oque? - Riu.

Titu: Vai logo, irmão!

Terror: Será? - cocei a cabeça.

Flávia: O não você já tem - A fiel dele falou sorrindo. Flávia era uma das poucas mina firmeza que existia nesse morro. - corre atrás do sim.

Titu: Vai lá pica de mel - Fiz o toque com os dois e fui descendo.

Marcola: As drogas da CDD chegaram, mano. Bora animar?

Terror: Passo - Ele mandou dedo e eu segui na direção dela.

Que claro não tava no mesmo lugar. Fiquei na ponta dos pés e avistei ela perto do bar com um carinha do lado. Fui chegando perto e vi que ela o Acerola.

Terror: Qual foi, Acerola? - Ele se assustou e largou ela. - Será que tu aguenta outra surra?

Acerola: Que isso, patrão. Tava ajudando a moça aqui.

- Me puxando pra um beco escuro? - Ele olhou ela de cara feia. - Babaca!

Terror: Mete o pé antes que eu te quebre aqui mesmo - Ele saiu correndo e eu me virei pra ela. - Tá de boa, loira?

- Ainda bem que você chegou - sorriu. - Ele estava irredutível!

Terror: Erredo oque? - Ela riu.

- Irredutível - Repetiu. Assenti encarando ela. - Meu nome é Valentina, prazer.

Terror: Prazer é na cama, loira - Ela sorriu sacana e ficou até meio vermelha. - Terror, satisfação.

Tina: Seu nome é Terror, mesmo? - Neguei. - Então por que tenho que te chamar assim?

Terror: Eu nem te conheço. Tu pode ser x9 atrás de informação pra não sei quem - Ela me olhou sem entender.

Tina: X9? Que isso? - Fiz careta e fui saindo dali. - Ei! - Me virei pra ela. - Eu achei que tivesse rolando um clima entre a gente.

Terror: Não, loira.

Tina: Valentina - corrigiu. Dei de ombros olhando ela de novo. Sabe aquele momento que só teu corpo corresponde aos comandos, mas teu cérebro fica noiado? Então. Esse foi um desses momentos. Prensei ela na parede e comecei a beijar. Tinha encaixado direitinho. - Achei que ia demorar mais pra isso acontecer.

Terror: Comigo não tem muita burocracia - Ela sorriu e voltou a me beijar.

A mão dela passeou pelo meu corpo e parou no meu pau duro em cima da bermuda. Minha mão não tava num lugar diferente e eu tava adorando os gemidos que ela tava soltando no meu ouvido.

Tina: Vamo embora daqui? - Olhei nos olhos dela e assenti. Com ela no colo, andei até minha moto, vendo Marcola discutindo com uma ruiva que tentava vir na nossa direção. - Não vai me matar né?

Terror: Você só vai no céu e voltar - Falei malicioso. - Vai ser rápido - Ela sorriu e abraçou minhas costas, colocando a mão por dentro da minha camisa, passando as unhas pela minha barriga.

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Valentina, 17 anos

Valentina, 17 anos

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