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▪︎ MARIA LUIZA ▪︎

Empacotei a última caixa e empilhei o resto em um canto. Hoje era sexta, dia de baile, e eu super cansada, sem disposição pra nada.

Selso: Na hora da mudança aparece mais coisa pra guardar, incrível - Balancei a cabeça e sentei no banco pra beber água.

Malu: Agora só falta guardar suas máquinas e os cadernos de desenhos - Assentiu. - Você pode ir que eu fecho aqui.

Selso: Tem certeza? - Assenti. - Vou até deixar dinheiro pra você comprar um Mclanche feliz - Mandei dedo pra ele que riu e beijou minha cabeça antes de sair. - Cuidado na volta pra casa!

Malu: Pode deixar, papai - Debochei e ele fez careta.

Guardei os cadernos e os aparelhos nos devidos lugares e fui sentar um pouco. Tinha passado o dia todo em pé e minhas pernas já estavam bambas.

Eram quase oito e além de exausta, eu estava morrendo de fome.

- Ainda estão abertos? - Encarei o carinha de olhos verdes e neguei. - sério?

Malu: Vou ter que falar ao invés de balançar a cabeça pra você entender? - Ele levantou as mãos e vi atrás dele um cara todo encapuzado, olhando pra nós. - Já tirou sua dúvida e já pode ir embora. Estamos fechados por tempo indeterminado.

- Você é bem estressada. Sabe oque é sexo? Tenta fazer um pouco pra ver se passa.

Malu: Que intimidade é essa que eu não lembro de ter te dado? - Ele riu. - Olha pra minha cara e vê se eu tô rindo, garoto.

- Estressada, mal humorada e gostosa - Falou me olhando dos pés à cabeça. - Bora sextar?

Malu: Dou menos de dois tempo pra tu sair daqui. Se não tu vai sextar é na cadeia - Riu. - Eu não tô brincando.

- Beleza, beleza - Respirei aliviada vendo ele sair, mas voltou um tempo depois.

Malu: Puta merda! - reclamei.

- Sentiu saudades amorzinho? - Debochou. Revirei os olhos e vi ele com uma sacola do BK. Aguei né. - Tem baba aqui, gata.

Malu: Idiota! Da pra sair daqui? - Negou. Fui arrumando o resto das coisas e quando acabei peguei a chave e fui fechando a loja com ele dentro. - Tchauzinho!

- Ei ei ei! - Comecei a rir. Ele tentava subir o portão mas não conseguia e toda hora soltava um palavrão. - Qual é morena? Me tira daqui. Eu tava brincando com você. Prometo não fazer mais e... e eu te dou uma carona até sua casa.

Malu: Eu nem te conheço! Você pode ser um estuprador vendedor de órgãos.

- Olha pra mim. Eu sou gostoso. Acha mesmo que eu ia precisar pegar alguém a força? - Riu.

Malu: Eu nem te conheço!

- Mas pode passar a conhecer - Falou malicioso. Ameacei ir embora e ele começou a gritar. - Morena! Morena! Pelo amor de Jeová, não me deixa aqui!

Malu: E esse lanche?

- Eu te dou até minha bermuda se você quiser, só me deixa sair daqui - Ri mais um pouco e abri a porta. Ele me olhou de cara feia e foi andando na frente. Fechei a loja e alcancei ele. - Quanta falta de respeito. Eu posso ser o futuro pai dos seus filhos sabia?

155 [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora