▪︎ MARIA LUIZA ▪︎
Dias depois...
Caí de bruços na cama, cansada e soada sentindo alguns beijos pelas minhas costas.
Galego: Cansada? - Neguei sorrindo e ele deitou do meu lado me olhando. - Como foi lá?
Malu: Chato - Fiz bico. - Não tinha ninguém pra eu brincar - Ele riu.
Galego: Por isso me chamou, então? - Assenti e me virei, ficando por cima dele. - Pior que fiquei com saudades.
Malu: Para. Nem faz tanto tempo assim.
Galego: Desde quando três semanas não é muito tempo? - Rolei os olhos me deitando do lado dele. - Cê tava transando com o 36 mesmo?
Malu: Sim - Olhei ele. - Por que a surpresa?
Galego: Por que a surpresa? - Riu. - Ele é seu irmão.
Malu: Meio irmão - Corrigi entediada. Eu nem sei como aquele assunto não tinha ido parar na boca do povo da favela e graças a Deus que ninguém ficou sabendo. - Não engravidei nem nada, tá tudo bem.
Dei de ombros.
Paulo ficou me olhando por um tempo e depois sorriu me puxando pra deitar no peito dele.
Tinha voltado a duas semanas e quando voltei, Galego estava em outro morro resolvendo algumas coisas que meu pai tinha pedido e por isso ainda não tínhamos nos encontrado.
Minha relação com Uriel não tinha mudado mas também não estava a mesma coisa. Meu pai não deixava nós dois ficarmos sozinhos e quando ele não tava presente um dos vapores estava e aquilo me emputecia a cada dia que passava.
A gente mal conversava e muito menos transava. Coisa essa que eu queria fazer mais vezes e infelizmente não podia.
Galego: Posso bater um papo maneiro contigo? - Eu tava quase dormindo, mas assim que escutei sua voz despertei e balancei a cabeça assentindo. - Você ainda ama o cara lá?
Malu: Cara lá?
Galego: Rato - Fiz careta fechando os olhos. Tinham dias que eu não ouvia mais o vulgo ou algo relacionado a ele e sinceramente eu não sabia a resposta para aquela pergunta. Amor tava sendo um sentimento que eu não queria sentir tão cedo e o culpado por isso era ele. - Se não quiser responder tá de boa.
Malu: Não.
Galego: Não pra pergunta ou não, não quero responder agora?
Malu: Não pra pergunta - Ele assentiu e senti seu corpo relaxar no colchão. Seu coração tinha as batidas descompassadas e eu sabia que ele tava nervoso com oque queria falar. - Por que me perguntou isso?
Paulo levantou e vestiu a cueca se sentando na cama de costas pra mim. Passei minhas unhas por suas costas e em seguida as abracei beijando o pescoço dele e passando as mãos pelo peitoral.
Malu: Paulo?
Galego: Eu gosto de você - Sua voz saiu rouca em um sussurro mas consegui ouvir. - Não é um gostar normal. Gosto de você pra caralho!
Malu: Paulo...
Galego: Não, escuta... - Ele me puxou, me colocando sentada no seu colo e agarrou minha cintura. - Sei que gosta da vida que tá tendo agora... festas, zoação, sexo sem compromisso e os caralho a quatro e sei que você não trocaria isso por nada, mas eu tinha que te perguntar e dizer oque eu tava sentindo - Galego abaixou a cabeça e suspirou, soltando todo o ar, em seguida olhou nos meus olhos. - Fica comigo? Tipo, tu quer ser minha mulher? Tudo bem se não quiser eu só...
Sorri e o puxei pra um beijo.
Enquanto ele falava, eu refletia sobre o rumo que minha vida tinha tomado. Sem Rato nela os problemas fúteis que eu tinha, sumiram. As preocupações com coisas idiotas tinham ido embora e as paranóias sobre com quem ele estava também.
Já tinha me divertido o bastante e feito tudo que tinha vontade e pra falar a verdade já tava na hora de eu parar – pelo menos um pouco.
Malu: Eu quero - Respondi assim que paramos com o beijo. - Quero ser sua mulher.
Galego: Maria, tu tem certeza? Isso é sério e eu não...
Malu: Você é muito chato, Paulo - Empurrei a cabeça dele que riu e o empurrei na cama. - Já falei que aceito. Para de repetir a mesma pergunta a cada resposta que eu dou.
Galego: Não quero te forçar a nada.
Malu: Você não tá me forçando a nada - Apoiei minhas mãos no peito dele e encaixei minha intimidade com a dele. - Agora sou só sua.
Ele sorriu me beijando.
Coração deu uma pequena acelerada mas nada das borboletas no estômago.
Não tava querendo enganar o Paulo nem nada. Eu realmente gostava dele e queria formar uma família – não que aquela ideia nunca tivesse passado pela minha cabeça, porque sim, ela tinha passado e eu tava feliz, feliz demais.
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dêem uma olhadinha na minha história nova (Bandidagem) que já tá disponível no meu perfil please 🤭
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155 [Morro]
Fanfiction➝ Rio de Janeiro, Complexo da Maré📍|| Se eu não puder fazer você a pessoa mais feliz, vou tentar chegar o mais perto disso possível. iniciada em: 23/03/2020