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▪︎ MARIA LUIZA ▪︎

Entrei no quarto de fininho e sentei na pontinha da cama, observando Cacau dormir toda espalhada.

Aquela criança tava sendo uma benção na minha vida. Adorava ver ela dormir. Era simplesmente a melhor coisa do mundo e uma das coisas que me acalmavam bastante; um bebê de três anos, linda, fofa, sem preocupações na vida e sem a noção do bem que faz pra um tanto de pessoas. Era e sempre é bom a ver sorrir, correr e pular.

Cacau é a alma da família.

Me aproximei mais, afundando minhas mãos nos cachinhos negros de sua cabeça, começando um cafuné. Ela sorriu, se remexendo na cama e aos poucos foi abrindo os olhos.

Cacau: Mamãe... - Sorri, a trazendo pros meus braços. Ainda era cedo, então balancei ela pra que voltasse a dormir. - Quelo papai!

Malu: Já já ele aparece meu amor - Beijei sua cabeça.

Fiquei cantarolando algumas músicas e depois de umas três ela dormiu.

Galego: Minhas gatinhas - Olhei feio na sua direção, que entrava no quarto. Ele fez careta, pegando Cacau do meu colo, a enchendo de beijos e abraços. - Oque foi que eu fiz?

Malu: Você não apareceu - Falei seca. Paulo abaixou a cabeça, passando a mão pelo rosto. Ele parecia cansado. - Catharina chorou a noite inteira com saudades de você. Só parou depois que Uriel fez um Nescau quente pra ela... posso saber ode você tava?

Galego: Desculpa - Suspirou. Paulo colocou Cacau deitada na cama e se virou pra mim. - Barão tinha saído com sua mãe e deixou uma pá de coisa nas minhas costas. Fiz o possível pra tentar chegar aqui na hora, mas não deu. Tive que resolver parada do comando em outro morro e só cheguei agora cedo. Não foi minha intenção deixar você...

Malu: Já entendi, Paulo. Relaxa - Levantei e fiquei entre suas pernas. Peguei sua cabeça e o fiz me olhar. - Você não me deve satisfação de tudo que faz. Não tô te cobrando nada, até porque não temos nada...

Galego: Porquê você não quer - Me cortou sorrindo, agarrando minha cintura. 

Malu: Enfim, você não me deve explicações. É que realmente fiquei preocupada por Catharina. Ela não parou de chorar mesmo, ficou até com uma febrezinha.

Galego: Odeio ficar longe dela por muito tempo - Falou a olhando, ainda abraçado a mim. - Tem muita coisa nas minhas costas, sabe?! Por eu ser sub e braço direito do teu pai, as parada fica muito em cima de mim quando ele tá ausente.

Malu: Só relaxa - Ele assentiu, descansando a testa na minha barriga. Sua respiração ali me arrepiava mas eu não me movi. Tava gostando da sensação.

Galego: Vai colar no baile hoje?

Malu: Aham.

Galego: Quer que eu te leve?

Malu: Adoraria, mas já combinei de ir com Uriel - Ele deu de ombros, voltando pra posição de antes. Só que agora ele pôs a cabeça por dentro da minha camisa e começou a beijar minha barriga. - Paulo, a Cacau!

Galego: Ela tá dormindo - Resmungou, descendo os beijos. - Tô estressadão, Maria. Uma rapidinha no banheiro, bora?

155 [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora