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▪︎  MARIA LUIZA  ▪︎

1 mês depois...

O mês passou voando e hoje Raissa ia embora pra Paris.

A formatura dela foi semana passada e tava tudo lindo demais. Marcos chorou igual bebê quando tá com fome e os meninos estão zoando ele até hoje.

Nat: O carro já tá lá fora - Falou colocando só a cabeça pra dentro do quarto.

Nat, Giu e Flávia estavam na sala e Raissa, Tina e eu estávamos no quarto a ajudando com os últimos preparativos. Eu nem tava acreditando que minha menina ia pra outro país.

Tina: Quer me levar junto não?

Raissa: E tu larga Terror sozinho com as nega daqui? - Tina fez careta e a gente riu. - Vou sentir muita falta de vocês, sério!

Malu: Quero você dando muito pra aqueles franceses, escutou?

Tina: Falou de francês o bico do meu peito até chega a coçar - Ri empurrando ela pra fora. Ajudei ela com as malas e vi o Marcos discutindo com a Giulia, que debochava dele, deixando ele mais puto. - Eles ficaram tem uns dias já.

Malu: Ninguém me conta nada né? Sou sempre a última a saber das coisas.

Tina: Eu tô te contando agora, dramática - Fiz careta e ela saiu me empurrando.

Flávia: Carro do lixo veio te buscar, Raissa! - Saí pra fora e a Raissa veio atrás. Giulia pegou a mala dela e ameaçou jogar no lixo e elas já começaram a discutir.

Raissa: Tá folgando muito pro meu lado, garota.

Giu: Blú - Raissa riu batendo nela e a gente ficou se encarando. Valentina começou a chorar do nada e eu acompanhei né. - Vocês são dramáticas demais, puta que pariu.

Nat: Dramáticas demais e tu tá chorando por que? - Debochou.

Giu: Isso aqui é poeira, conhece? - Nat bateu na testa dela.

O vôo dela tava marcado pra uma da tarde e eram onze horas. Já era pra gente ter saído a muito tempo, mas o idiota do Marcos só chegou com o carro agora.

Raissa: Chega de chororô! - Falou limpando o rosto de cada uma. - Vocês vão me acompanhar até o aeroporto né?

- Óbvio! - respondemos juntas.

Marcos colocou as malas dentro do carro e todo mundo entrou. A gente foi o caminho todo zoando a beça, cantando, comendo e fazendo fofoca do jeitinho que só a gente sabia fazer.

Chegamos mais rápido doque o esperado e assim que colocamos o pé dentro daquele lugar enorme, o vôo da Raissa foi chamado.

Tina: Poxa! Achei que nós ia ter mais tempo pra zoar - Choramingou.

Nós nos despedimos dela e a levamos até o portão de embarque.

Marcos chorou pra caralho e com a gente não foi diferente. Ela mordeu o lábio e mandou beijo pra nós, se virando e passando pelo portão.

Fiquei sem reação por poucos minutos e voltei a realidade depois que Flávia me abraçou, chorando. A barriga dela tava começando a ficar pontudinha e ela tava a coisa mais linda do mundo.

O caminho de volta pra casa foi silencioso. O morro já não tinha tanta graça como antes.

Marcos me deixou em frente à minha casa e eu entrei com Flávia atrás de mim.

Flávia: Tem mamão aí amiga? Tô com vontade de comer mamão com feijão.

Malu: Que nojo, Flávia!

Flávia: Ué, gata? Tô com vontade e vou comer sim... tem mamão ou não?

Malu: Tem - A gente foi pra cozinha e eu esquentei o feijão pra ela. Flávia comeu aquilo tudo com uma vontade que puta que pariu. - Você é nojenta!

Flávia: Espera até você ficar grávida - neguei. - seus desejos vão ser piores que os meus, linda.

Depois que ela terminou, fomos pra sala e depois das duas ela foi embora. Fiquei sozinha e caí no sono, acordando com o barulho da porta. No relógio da tv marcavam seis e meia da tarde.

Rato: Tem nada pra comer nessa merda não? - Olhei ele que foi pra cozinha e ignorei, trocando de canal. - Tá surda, Maria Luiza?

Malu: Tô com cara de empregada doméstica, William? Tem comida na geladeira, é só você esquentar - Escutei os passos dele e sua mão na minha cabeça. Eu não tava acreditando que aquilo tava acontecendo de novo. - Você tá me machucando.

Rato: Se fosse pra fazer carinho eu não tava puxando a porra desse cabelo - Seu nariz tava branco e os olhos vermelhos. Ele tinha marcas nos braços e o cheiro de maconha e whisky eram fortes. Ele deu dois tapas fortes na minha cara me fazendo ficar meio tonta. - Tá achando que é quem? Hm? Se eu mandar você fazer comida é pra você ir fazer sem reclamar, escrota!

Ele me jogou no chão e eu corri pra fora daquela casa escutando ele me gritar.

Fui pra casa do Ricardo e vi ele dormindo no sofá. Me enfiei dentro da coberta com ele ali, que acordou assustado e comecei a chorar baixinho. Ele não falou nada, mas começou a fazer um cafuné em mim que me fez dormir que eu nem vi.

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Gente, lembrando aqui que a história se passa no ano de 2016 e Raissa tá indo embora no mês de Junho.

Maratona amanhã 🥰

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