32 | Jennie

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— Você não me disse para onde vamos! - lembro o Matthew assim que entramos no carro. — Eu deveria ter perguntado antes, não sei se estou arrumada de mais ou...

Espinosa segura levemente minha mão, me cortando. Eu o olho, vendo seu sorriso direcionado para mim.

— Jennie! Você está linda, você é linda. - diz calmamente, me olhando.

Só pelo calor que comecei a sentir subitamente no meu rosto sabia que estava com as bochechas coradas. Também notei o sorriso de Matthew se abrir um pouco mais quando eu lhe lancei um sorriso.

— Obrigada. Você também é lindo. - toco em sua mão.

No momento que percebi que ele se aproximava devagar, repeti seu ato, fazendo o pouco espaço que tinha entre nós desaparecer por completo. Fitei por instantes sua boca entre aberta e antes que pudesse fazer qualquer movimento, senti seu lábio sobre o meu.

O que eu mais gostava no nosso beijo  era a calma, um beijo sem pressa, mas que ainda sim tinha urgência, e a sensação era ótima. Como se aproveitassemos aquele momento para conhecer todos os detalhes, sem perder nenhum. Infelizmente o ar era necessário, o que fez nossos lábios quebrarem o contato depois de Matthew me dar um selinho.

Então me ajeitei no banco enquanto Espinosa fazia o mesmo, colocando seu cinto. Ajeitei meu cabelo e limpei um pouco do meu batom que havia borrado.

— Vamos para um clube de boliche. - ele diz, dando partida no carro.

— Boliche? Jura? - arregalou um pouco os olhos na direção dele.

Espinosa tira a atenção do caminho para depositá-la em mim, suas sombrancelhas se juntam um pouco e sua expressão é meio confusa.

— Pensei que seria divertido... Você não gosta?

— Não é que não goste... Nunca fui, na verdade. - explico, vendo seu rosto se normalizar.

Ele solta o ar parando em um sinal vermelho, seu rosto se vira para mim novamente.

— Poxa, Jennie, não sabia que me faria passar nervoso no primeiro encontro. - Matthew faz careta me fazendo rir, sendo acompanhada por ele.

— Me desculpe, não foi a intenção. - digo retomando meu ar e ele concorda.

— Você vai gostar! - ele sorri, voltando a dirigir e eu apenas concordo.

Em questão a roupa que usava e a forma que eu havia me arrumado, esse peso saiu dos meus ombros, mas apenas para dar espaço para um novo. Não fazia a mínima ideia de como se jogava boliche, apesar de já ter visto em filmes, a minha prática era igual a zero.

Matthew parecia ter planejado aquilo, então quando ele questionou se eu gostaria de ir para outro lugar rapidamente neguei.

O lugar tinha uma decoração simples em tons escuros, mas era bem iluminado. Tinha algumas pessoas, mas não muitas, mas poucas realmente jogando.

O ambiente era agradável, a parte boa de estarmos seguindo o roteiro do Espinosa era que eu finalmente estava conhecendo um clube de boliche. A parte ruim é que não sabia como jogava e não conseguia pensar em uma forma não vergonhosa de dizer isso a Matthew.

— Qual sua numeração? - ele me tira do meu pequeno transe, antes eu o respondo.

Minha atenção é chamada por um barulho alto e vejo a moça comemorando, pelo jeito ela deve ter ganhado algo.

— Vou sentar ali enquanto você joga. - digo a Matthew.

O mesmo me olha e nega com um sorrisinho de canto, ele então me mostra um calçado. Ele ri, provavelmente da interrogação que tinha no meu rosto.

— Nós vamos jogar, vou te ensinar. - ele sorri e balança o sapato.  — Quer que eu coloque em você?

Rio baixo e nego, pegando de sua mão e calçando-os em seguida. Ele pega os sapatos que eu estava usando e entrega, junto ao seu, para que o carinha guardasse.

— Serei seu professor particular, sei que está lisonjeada. - ele brinca, me arracando outro sorriso.

— Você é sempre bobo assim?! - questiono em tom de brincadeira, parando ao seu lado.

— Mais quando estou com você, é sempre bom ver seu sorriso. - puxo a bola de boliche da sua mão, para disfarçar meu rosto mais uma vez vermelho. — E eu acho engraçado você envergonhada.

— Foco, Matthew! - peço e ele concorda.

Ele me explica o básico, em como segurar a bola de boliche até a forma eu deveria jogá-la. E assim eu o fiz, a bola não demorou muito para cair no vão do lado da pista, que descobrir se chamar canaleta. Isso ocorreu na terceira, na quarta e na quinta tentativa, o que já estava me frustrando. Na sexta a bola rolou um pouco mais pela pista, mas também caiu na canaleta.

Olhei para Matthew que retribuiu o olhar, segurando o riso.

— Não consigo, Matthew. - concluo.

— Consegue sim, calma.

Ele se aproxima de mim com aquele mesmo sorriso que me fez aceitar a fazer as várias tentativas anteriores. Sua mão foi diretamente para a minha cintura, posicionando meu quadril e direcionando minha perna, depois ele ajeitou o meu braço e o movimentou para lançar a bola.

Esperava que o destino dessa bola fosse como os outros, mas o resultado foi um famoso strike. Me virei para Espinosa com a boca aberta em surpresa e ele riu, me puxando para um abraço em comemoração. Acabei me animando e continuamos jogando.

Decidimos competir, como esperava tive mais erros que acertos, diferente de Espinosa, que eu acredito que errava algumas de propósito só para que eu não desistisse de jogar. Porém no final, acabou que eu havia ganhado por três a mais na contagem.

Matthew estava pegando nossos sapatos enquanto eu ria do seu quase tombo na pista, na sua última jogada.

— Não vai parar de rir nunca? - ele questiona, cutucando levemente o meu rosto.

Sem cessar a risada nego com a cabeça, Matthew então semicerra os olhos para mim e em seguida segura meu rosto, me puxando para um beijo.

— Olha só como parou de rir. - ele comenta após partir o beijo. — Quer rir mais não? Brincadeira, mas nem tanto... - rio, fazendo ele me dar outro beijo, um mais curto dessa vez. — O que acha de irmos comer? - concordo com a cabeça.

HATE ✦ Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora