Deixei que minhas lágrimas caíssem junto com a água do chuveiro por minha face. Tudo que conseguia pensar no momento, é no maníaco do David.
Como ele havia descoberto que estava na casa do Alan, me questiono mentalmente.
Só tinha uma explicação para isso, ele devia ter colocado alguém para vigiar cada passo meu bem de pertinho. Pois, os únicos que sabem que estou na casa de Alan, é Anne e o Rafael, ninguém mais. Talvez a Anne tenha contado para o Théo, mas confio cem por cento nele.
Definitivamente, David está totalmente fora de controle. Já sabia que ele era extremamente perigoso. Mas agora sentia que ele estava passando de todos os limites e que seria capaz de qualquer coisa para acabar comigo. E hoje foi a prova disso.
David é muito astuto. Conseguiu planejar direitinho, para que o seu capanga invadisse a casa de Alan atrás de mim...
Deixo escapar um suspiro angustiado. Em seguida, abro um pouco mais a água quente do chuveiro sobre meu corpo.
Me sentindo tão exausta. Sentia meus músculos doerem, parecia que tinha corrido a maratona da São Silvestre.
Talvez seja o extresse, digo para mim mesma, enquanto passo a bucha pelo meu corpo na tentativa de aliviar a tensão.
Acabei perdendo a noção do tempo, e demorado mais que devia debaixo do chuveiro.
Enxuguei meu corpo e coloquei um robe. Assim que sai do banheiro fiquei em choque ao encontrar Alan de pé alí no meu quarto. Ele estava encostado na cômoda, parecia estar perdido em seus pensamentos.
- Alan... - o chamo.
Contive a respiração quando o olhar dele encontrou o meu. Ele ficou me observando atentamente.
Aquela par de olhos verdes se detiveram por um longo tempo na região dos meus seios até fixaressem no meu rosto. Senti meu corpo todo em brasa.
Por um instante, nem percebi que há única coisa que eu estava usando era um robe de sede. Mas ao me dar conta disso, num gesto instintivo levei a mão até o nó da faixa do robe para me certificar que estava bem firme.
Ele caminhou até a janela ainda em silêncio.
- Você demorou, então resolvi subir para ver se estava bem. - diz ele abrindo um pouco a cortina, depois olhou para fora e virou-se mantendo meus olhos presos aos dele.
- Estou sim! - respondo sentando-me na beira da cama.
- Beatriz, sinto muito pelo que aconteceu... - diz ele com uma expressão angustiada.
Dava para ver no semblante de Alan que ele se sentia culpado pelo que ocorreu em sua casa. E isso fez meu coração se apertar.
- Você não tem culpa pelo que aconteceu. - digo de maneira sincera na tentativa de tentar tranquiliza-lo - Para ser honesta, você não tinha o dever de fazer nada por mim, mas mesmo assim resolveu ajudar uma pessoa que mal conhecia.
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Almas Marcadas (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 2)
RomanceBeatriz Silveira, quando menina viu sua vida virar de cabeça para baixo. Após a morte de seus pais ela teve que morar com uma família acolhedora. Foi então, que ela descobriu o quanto o ser humano pode ser terrivelmente cruel. Agora com 24 anos Bia...