Depois que deixamos a boate, entrei no carro de Alan e enquanto ele dirigia, fiquei olhando pela janela as ruas do RJ. Isso me ajudou a não ter que encarar ou falar com Alan, que estava ao meu lado dirigindo.
O trajeto até minha casa foi feito em absoluto silêncio, nem eu e nem Alan tentamos puxar assunto.
Isso me permitiu pensar um pouco no que estava acontecendo comigo, desde que conheci Alan, me sentia extremamente confusa em relação às minhas emoções, pois desde que fugi daquele lugar que passei por maus bocados, não conseguia deixar nenhum homem se aproximar de mim.
Até mesmo quando conheci o corretor de imóveis da Anne, o Danilo, gostei dele logo de cara. Então, resolvi tentar me dar uma oportunidade de me envolver com alguém e saímos algumas vezes, mas quando ele tentou me beijar me esquivei e disse que não podia fazer aquilo e depois nos afastamos e nunca mais voltei a ve-lo.
Mas era estranho, pois quando Alan pegou meu braço na boate, senti meu corpo vibrar em resposta. Essa vibração foi de excitação, mas ao mesmo tempo de calmaria, tranquilidade, totalmente diferente de tudo que já senti até agora quando outro homem me toca.
Estava perdida nos meus pensamentos e nem vi quando ele estaciono o carro na frente do meu edifício.
Saltei do carro já me despedindo dele, mas Alan desceu, também, e me acompanhou até a porta do meu apartamento. Decidi, não discutir por causa disso e fiquei quieta.
- Obrigada por tudo - digo me virando para ele quando estava entrando no meu apartamento.
- De nada - Diz ele com um semblante sério.
Ele era estranho, pensei para mim. Alan mal sorria, sempre muito fechado, sério e distante.
- Bom, agora que já estou sã e salva você não precisa mais zelar por mim - digo quando vejo que ele ainda esta parado em minha porta.
Alan não respondeu nada, apenas deu um longo suspiro e passou por mim entrando no meu apartamento. Eu fiquei pasma com tamanha ousadia.
- Você tem algum Kit de primeiros socorros? - pergunta ele com uma expressão impaciente no rosto. Além disso, ele fica analisando cada detalhe do meu apartamento.
- Já vi que você é daqueles que costumam entrar na casa dos outros sem ser convidado - digo irritada, pela cara de pau dele em ir entrando, e nem me dou ao trabalho de responder a pergunta que ele fez.
Alan simplesmente pareceu ignorar minha alfinetada e apenas me deu um sorriso sem nenhuma emoção.
- Você tem ou não o Kit? - pergunta ele novamente impaciente.
Bufei e passei por ele em direção ao banheiro para pegar o kit. Depois levei para ele que já estava acomodado no meu sofá.
- Aqui está - falo entregando o kit para ele.
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Almas Marcadas (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 2)
RomanceBeatriz Silveira, quando menina viu sua vida virar de cabeça para baixo. Após a morte de seus pais ela teve que morar com uma família acolhedora. Foi então, que ela descobriu o quanto o ser humano pode ser terrivelmente cruel. Agora com 24 anos Bia...