Tudo parecia ser um terrível pesadelo. Daqueles que você tenta acordar a todo custo, mas sem êxito. Contudo, se fosse só um sonho ruim saberia que logo, logo eu iria despertar. No entanto, o que estava acontecendo agora era tão real e assustador.
David havia conseguido o que ele tanto queria. E só de imaginar que ele estava tão próximo assim,me sentia aterrorizada... desesperada.
As lembranças de todas as vezes que fui violentada, nesse momento, passavam como um filme em minha cabeça. Tive que fazer um esforço enorme para afasta-las.
Sinceramente, não suportaria nem por um segundo passar por tudo aquilo novamente. Preferiria a morte do que ser violentada mais uma vez por aquele miserável.
Olhei para arma em minhas mãos. E disse a mim mesma: se precisasse usá-la contra aquele maldito, não exitaria nem mesmo por um segundo. Além disso, se ele colocasse as mãos em mim, com toda certeza Alan corria risco de vida.
E só de pensar que algo pudesse acontecer com o homem que amo, sinto um aperto no coração.
Pela primeira vez, depois de tudo que eu passei, rezei baixinho, pedindo a Deus que protegesse Alan, pois não iria suportar perde-lo.
Porém, sabia que agora precisava manter a calma e ser racional para ajudá-lo, já que fui eu quem acabou metendo ele nisso.
De repente, ouvi o barulho de tiros atravessarem o silêncio da noite. Parecia um show de fogos de artifícios. Algumas balas ricocheteavam na parede da sala próximo do corredor, onde eu estava. A primeira coisa que pensei foi em Alan. Os invasores estavam atirando contra ele.
Tudo que eu queria era correr até lá para ficar ao seu lado, mas sabia que essa não era uma boa ideia. Alan não conseguiria me proteger se eu entrasse no meio do tiroteio. E além do mais estaria colocando a vida dele em perigo fazendo essa tolice. Então, tudo que fiz foi pedir aos céus para que cuidasse dele.
— Meu Deus, proteja-o —Sussuro sentindo um medo avassalador de que algo acontecesse a ele.
A chuva de tiros continuou. Eu mesma tive que me jogar no chão para não correr o risco de ser atingida.
Os segundos se passaram e o som do tiroteio diminuiu até que houve um silêncio ensurdecedor. E tudo que consegui fazer foi gritar por Alan. Precisava saber se ele estava bem, se não tinha se ferido.
Escuto ele me chamar. "Graças ao bom Deus!", exclamo mentalmente.
Quando o vejo em minha frente, não consigo conter minha felicidade em ve-lo e pulo sobre ele, abraçando-o.
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Almas Marcadas (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 2)
RomanceBeatriz Silveira, quando menina viu sua vida virar de cabeça para baixo. Após a morte de seus pais ela teve que morar com uma família acolhedora. Foi então, que ela descobriu o quanto o ser humano pode ser terrivelmente cruel. Agora com 24 anos Bia...