Algumas horas antes, tudo parecia perfeito. A noite estava tão calma. O único som era das águas batendo na encosta da ilha. Lá fora, a lua cheia brilhava com tamanha intensidade que ela por si só iluminava o lugar.
Nossos corpos estavam num enlace perfeito, sobre os lenços, depois do nosso ato intenso de amor. Eu estava com a cabeça apoiada sobre o peito de Alan, escutando as batidas do seu coração. E isso era tudo que desejava pelo resto de minha vida, estar em seus braços.
Suas mãos percorriam minhas costas nua, numa acaricia gostosa. Ficamos nesta posição por um longo tempo, até que senti meus olhos pesados e quando dei por mim acabei caindo no sono.
Porém esse belo cenário se modificou assim que acordei e vi que estava sozinha. Levantei-me e depois de colocar um robe sai a procura de Alan. Quando entrei na sala, o avistei falando ao telefone, ele parecia bem exaltado.
Eu não podia ficar ali parada escutando sua conversa, não era certo. Então dei alguns passos em sua direção, para me aproximar dele, numa clara tentativa de que percebe-se minha presença, porém Alan prosseguiu falando sem se dar conta de que eu estava alí.
Neste exato momento, escutei com clareza parte de sua conversa. Eu fiquei em total desespero... aflição.
Ele estava enganado quando disse que apenas seu amigo sabia sobre nosso localização. Anne também sabia e provavelmente Théo também. Quando contei isso a ele, aquela calmaria de horas atrás, logo se tornou um furacão em questão de segundos.
Alan me encarou com tamanha fúria que recuei alguns passos para trás e me encolhi como se tivesse sido atingida com um soco.
Tudo que consegui dizer naquele momento era que sentia muito pela burrada que fiz. Porém, ele parecia irredutível em aceitar minhas desculpas, mas sua atitude era totalmente compreensível.
Pois até agora tudo que Alan tem feito é tentar de todas as maneiras me proteger, porém graças a mim, coloquei nós dois em perigo e meus amigos também.
— Senti muito? — Diz Alan furioso —
Você não tem noção do perigo que acabou de colocar a gente, assim como a Anne e o Théo. — Grita ele visivelmente zangado — Mas que merda Beatriz. — Completou com irritação.
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Almas Marcadas (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 2)
RomanceBeatriz Silveira, quando menina viu sua vida virar de cabeça para baixo. Após a morte de seus pais ela teve que morar com uma família acolhedora. Foi então, que ela descobriu o quanto o ser humano pode ser terrivelmente cruel. Agora com 24 anos Bia...