Já passava das dez e meia da manhã quando Alan e eu saimos do quarto. Durante o café nós dois conversarmos abertamente sobre nossa situação.
Assim como eu, Alan tinha plena consciência que nossa atração era muito poderosa e não adiantava fingir que não existia, então decidimos deixar as coisas acontecerem, sem medo, sem pressão, sem cobrança alguma.
Tudo que sabia era que gostava de estar com Alan. Ele tinha o poder de me fazer esquecer meus medos, meus traumas mais profundos, não sabia o por que ou talvez teme-se descobrir algo que se passava em meu coração.
Ainda estava na varanda quando Alan saiu para resolver alguns assuntos antes da nossa partida para Belize.
Ele havia deixado um segurança, que não tinha visto antes, para me proteger. Era um pouco esquisito, pois onde eu ia, ele estava por perto. Mas confesso que me sentia mais segura. Alan, também deixou ordens explícitas para que ninguém entrasse ou se aproximasse da propriedade...
Agora tinha que falar com a Anne antes da minha partida. Andei até o telefone da sala e disquei o número dela.
- Oi amiga. - diz Anne do outro lado da linha - Como está indo as coisas por aí? - pergunta ela preocupada, como sempre.
- Aí amiga... Você não faz idéia tudo que está acontecendo. - digo soltando um suspiro.
Contei tudo o que David fez, mas não tive coragem de contar sobre o que aconteceu entre Alan e eu.
- Bia, esse sujeito é totalmente lunático. Amiga não é melhor você sair do Rio? - indaga ela de maneira aflita.
- Pois é amiga, também te liguei para falar sobre isso. Alan sugeriu que saissemos do Brasil por um tempo. Então, não sei quando vou voltar para o estúdio, então você tem toda a liberdade de desfazer a sociedade comigo, e não se preocupe que eu vou entender. - digo com sinceridade.
Não queria que a Anne se prejudicasse por minha causa. Ter uma sócia que não podia ajuda-lá, era como carregar um peso morto, e isso não era justo com a Anne.
- Mas do que está falando Bia? - indaga ela parecendo ofendida - Lembra, que quando eu precisei você cuidou do estúdio sozinha?
- Sim, mas eu recebia para isso. E agora eu não quero receber sem fazer nada para ajudar, sendo que nem com capital eu entrei... - digo.
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Almas Marcadas (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 2)
RomanceBeatriz Silveira, quando menina viu sua vida virar de cabeça para baixo. Após a morte de seus pais ela teve que morar com uma família acolhedora. Foi então, que ela descobriu o quanto o ser humano pode ser terrivelmente cruel. Agora com 24 anos Bia...