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último capítuloNIKKI ERA UMA GÊNIA DO CRIME. E quando essas palavras são ditas, significam que a garota tem uma capacidade gigantesca de planejar eventos com perfeição. Nenhum imprevisto pode atrapalhar seu objetivo, seja ele qual fosse.
Era por isso que Jack Gilinsky estava sentado impaciente em uma cadeira de sorveteria. Conversando com a atendente, Nikki conseguira fazer com que ela avisasse o garoto que seu amigo, Jack Johnson, havia reservado a última mesa do local, que possuía visão apenas para o balcão de coberturas.
Gilinsky achava a situação um pouco estranha, porém não duvidava de nada. Seu melhor amigo as vezes tinha decisões bizarras, e pelo tom em sua ligação, o assunto era sério. Esconder-se, então, não era completamente fora da linha.
O que o tornava inquieto era a demora. Na verdade, Gilinsky estava adiantado, então não podia criticar a ausência do outro. Mas a curiosidade o deixava assim, e nada podia fazer para evitá-la.
Saturn secava a palma das mãos nos bolsos da calça jeans enquanto se aproximava de Jack. Não sabia porquê estava tão ansiosa ou porquê seu coração insistia em bater com tamanha velocidade, porém não recuaria. Ela sentia que devia aquilo não só a si mesma, mas a Jack também. Ambos haviam passado por muitas complicações e a honestidade era o único caminho que garantiria paz a ambos.
-Oi. -diz, sentando-se na cadeira em frente ao garoto.
-Saturn?
As sobrancelhas de Jack se uniram em sua testa enrugada. Ele não sabia como reagir na presença de alguém que conscientemente havia ignorado por mais de quinze dias.
-Perdão por ter feito Johnson mentir para você. Não queria ter que fazer isso. Se falasse comigo ou pelo menos atendesse minhas ligações, não precisaria apelar desta forma.
Uma sombra de tristeza perpassou os olhos vivos da Parker. Gilinsky sentiu um dos caquinhos do seu coração tornar-se pó com a cena.
-Desculpa. Eu precisava de tempo. -confessa, abaixando o olhar.
-Tempo para quê, Jack? Você nunca me ouviu. Você nunca me deixou chegar a sua alma para dizer que a magoei. -ela balança a cabeça, a decepção tomando conta.
-Turn, eu... O que Edith disse mexeu comigo. Queria que não tivesse. Queria seguir em frente e fingir que as palavras dela não me atingiram. Mas seria uma farsa. Uma mentira.
Ele estava entrando em desespero. Nunca quis machucar Saturn intencionalmente, no entanto, as vezes as coisas não eram preto no branco. E resguardar a si mesmo pareceu tão importante na situação que havia se esquecido de não seria o único afetado por sua decisão.
-O problema é que o que ela falou não deveria ter sido considerado verdade absoluta. -ela respira fundo- Você tem o direito de ficar chateado, claro. Mas não te dá o direito de assumir o que eu sinto. Porque Edith estava errada, Jack. Como sempre.
-E o que me garantia isso? -a voz dele sai esganiçada.
Saturn riu, colocando sua mão sobre a de Jack.
-Eu acabei de garantir. Acabei de confessar que gosto de você, e nem notou.
A surpresa possuiu a face avermelhada do jovem. Um calor percorreu seu corpo, do tipo que dá vontade de sair gritando de alegria com todos que surgirem no caminho.
-Você... Você o quê?
Saturn não respondeu. Ao invés disso, pulou de seu banco para o lado de Jack. A mão que antes segurava a dele se moveu em direção a bochecha do garoto, acariciando a região. Ele suspirou involuntariamente. E então, ela tomou uma atitude que Jack nunca esperara. Com as bochechas em fogo, Saturn se aproximou de seu rosto e selou seus lábios.
Se não estivesse sentindo todos aqueles arrepios, Gilinsky poderia garantir que estava sonhando. Mas não estava. Aquilo realmente era real.
Não foi um beijo desesperado. Era um beijo tímido, doce. Simples, porém cheio de significado. E era perfeito. Mesmo não tendo durado mais de dez segundos, mesmo que só tenha sido um encostar de bocas, era perfeito.
-Não sei muito bem o que fazer agora. -Saturn murmura, com a cabeça abaixada. Estava envergonhada, o que a deixava ainda mais adorável aos olhos de Jack.
-Para ser sincero, nem eu. Ou melhor, sei sim. Eu devia pedir desculpas por ter te ignorado.
-Não precisa. Me chateou, é claro, mas você precisava disso. Está tudo bem agora.
-Não, Turn. Deveria ter conversado com você antes de tomar qualquer decisão. Não foi certo só fugir. Perdão. -diz, determinado.
-Obviamente, está perdoado. -sorri- Então... O que isso significa daqui para frente?
Ele faz silêncio, pensando. Nunca havia planejado essa parte.
-Não sei. Tudo que sei é que quero estar com você. Se for o que deseja também... Podemos tentar.
Ela não exita em responder:
-Eu quero.
-Estamos juntos, então? -Jack pergunta.
-Sim.
-Não vai ser um problema eu dizer para todos que é minha namorada então?
-Não. -gargalha.
-Ótimo. Pretendo fazer isso com muita frequência.
Ele puxa Saturn para seus braços, repousando o queixo sobre sua cabeça e acariciando seus cabelos.
-Quando você começou a gostar de mim? -questiona após alguns segundos sem dizer nada, curiosa.
-Sempre gostei de você, Turn. Porém notei que estava apaixonado no dia em que estávamos vendo aquele filme e eu dormi. Na hora que acordei, você tinha me ajeitado na cama e saído para me deixar descansar. Não sei porquê, mas sua atitude fez meu coração disparar e aí... Eu só soube.
-Nunca pensei que alguém iria se apaixonar por mim. -confessa, pensativa.
-O difícil seria não se apaixonar. É a pessoa mais linda que já conheci. Por dentro e por fora. Sempre se preocupa com sua família e com seus amigos. É incapaz de sentir ódio ou rancor de alguém, e vê partes boas em qualquer um que conheça, não importa o quão mal eles possam te fazer. Você é um anjo que de alguma forma muito maluca acabou caindo na terra.
Os olhos da garota marejaram, emocionados. Sentia-se prestes a ter um ataque cardíaco, pois as batidas em seu peito não reduziam por nada.
Saturn ergueu seu olhar até a íris de Jack estarem alinhadas com a sua. Os dedos cuidadosamente postos em seu cabelo subiram para seu rosto e a boca dele se aproximou devagar da sua. Jack não queria forçá-la a fazer nada antes do seu tempo.
Mas ela não recuou. Ela deixou ele a beijar -de verdade, dessa vez. Pensou que talvez fosse estranho, porém não era. Era como estar em casa.
Porque a verdade era essa. Ele era sua casa. Assim como ela era a casa dele.
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aberration
Fanfiction+jackgilinsky | ❝Você é uma aberração, assim como sua família.❞ ou Onde Saturn é julgada por ter mães lésbicas. duatoxic, 2018. todos os direitos reservados. concluída. posições no ranking: #524 em fanfic em 23.04.18 #451 em fanfic em 06.05.18 #245...