C A P I T U L O 31

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- O Rui não é meu pai - ele diz isso esperando julgamento.

- Você é adotado?

- Não... Minha mãe casou com meu pai quando já estava grávida de outro homem...

- Você conhece ele, seu pai biológico?

- Não, ele morreu antes que eu nascesse - ele diz com a voz embargada - Me perdoa por não ter te contado.

- Ei ei, tudo bem, não precisa pedir perdão, foi sua forma de lidar com isso. Fico feliz que tenha me contado agora.

É, parece que ser mãe e esposa amadurece a gente. Talvez se fosse antes, eu teria surtado, por ele não ter me contado antes, ter escondido. Mas isso é um assunto delicado, nunca imaginei que Rui não fosse o pai dele. Ele julga tanto o filho por se casar comigo, mas agora ele aceita do nada, talvez por que descobriu que estava grávida de um homem falecido, como aconteceu com a esposa dele.

- O Rui foi um ótimo pai em muitos aspectos, mas as vezes queria mandar demais na minha vida e controlar minhas decisões, principalmente em relação a você.

- Amor, ele te ama. Ele cuida de você, se preocupa, as vezes ele exagera, mas ele ama muito você.

Nicolas se aproxima e encosta a cabeça no meu ombro.

- Obrigada por sempre estar do meu lado, eu amo você.

- Eu também te amo - digo acariciando seu rosto.

- Aaaaaawwwnnnn - As meninas fazem um coral.

- O casal mais lindo sério - diz lis.

- Vocês parecem crianças - digo rindo delas.

- E nós vamos ser pra sempre - diz Luana bebendo, como sempre.

Começou a tocar uma música lenta, eu levantei e puxei Nicolas para perto e começamos a dançar abraçados, lentamente.

Depois de horas dançando, comendo carne e bebendo, com moderação claro, pois meu filho precisa de mim.
Acho que eu não deveria estar nem bebendo, mas um pouquinho não faz mal a ninguém.

O churrasco chega ao fim, as meninas vão embora e Nick me ajuda a arrumar a casa, que ficou uma bagunça.

- Amor, ele não chorou o dia inteiro né, não quis mamar, nem nada.

- Será que ele tá doente? - pergunta Nick.

- É melhor levarmos ele no médico.

Arrumo uma bolsa, agora ando sempre preparada, pego o Didi e entramos no carro. Assim que eu me sento, Didi vomita/gofa em mim.

- Ah nãooo, ele vomitou em mim.

- Já vamos, tô ligando o carro, tô saindo, tô indo...

- Chega!!

Ele ri e continua dirigindo, enquanto eu tento limpar o vômito do deanzinho.
Levamos ele para ser consultado. O pediatra faz alguns exames e perguntas.

- É normal, as vezes acontece do bebê ficar sem apetite e vomitar. Vou receitar essa leite próprio para revitaliza-lo.

- Ok, obrigada doutor.

Logo depois da consulta, passamos na farmácia e compramos o leite e mais algumas fraldas. E passamos numa pizzaria que fica próxima a nossa casa.

- Calabresa!! - falamos ao mesmo tempo, eu e Nick.

Depois de lancharmos, fomos para casa. Eu ainda estava um pouco preocupada com Dean, admito. Subo com ele no colo e peço para que Nicolas prepare o leite.

Pego o meu celular e a caixinha de som, coloco no quarto do Didi e coloco "can't help falling in love" do Elvis Presley, o pego no colo e começo a dançar e cantar.
Nick se aproxima com a mamadeira e nos observa.

- But i can't help falling in love with you... - canto olhando para Nicolas.

E Didi abre um sorriso.

- Viu, ele sorriu...

- Vi - diz Nick sorrindo também.

E eu continuo a cantar, pego a mamadeira e dou para o Didi, que lentamente mama tudinho.

Eu nino ele, até adormecer... E o coloco no berço.

- Estou tão cansada...

- Vem, vamos dormir - Nick pega em minha mão e me puxa até o quarto, os dois sonolentos.

Caímos na cama, sem tirar a roupa e sem tomar banho e dormimos, um em cima do outro.

Lembranças de um amor passado (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora