Lembranças de um amor passado (CONCLUÍDO)

C A P I T U L O 26

- Amor, acorda!! Rápido, vem.

Acordei com Nicolas me balançando e me chamando com pressa.

- O que houve? O que aconteceu?

- Veste isso, te conto no carro, rápido vem.

Visto um vestido qualquer e coloco um chinelo, o Nick continua me apressando, entramos no carro e ele começa a dirigir.

- Da pra contar o que aconteceu agora? - ele me olha rapidamente, triste e volta a olhar para frente - Fala!!

- É o Dean. A mãe dele ligou pro seu celular e eu atendi por que você tava dormindo.

- O que ele tem? O que aconteceu? Fala logo!!

- Eu não sei ao certo o que houve, só sei que a mãe dele falou pra você ir pro hospital.

- Meu Deus, o que houve?

- Vamos descobrir, fica calma tabom, vai dar tudo certo.

Depois de alguns minutos dirigindo e eu ficando cada vez mais nervosa, não conseguia controlar meus pensamentos...

Desci do carro com o coração na mão, a ansiedade consumindo meu corpo e cada vez que me aproximava mais da sala, mais as eu me perdia nos meus pensamentos.

- Ana, o que houve? Cadê ele? O que aconteceu? - pergunto desesperada para minha ex-sogra.

- Ele foi internado, por causa da doença, você sabe... Ele teve uma crise, pelo jeito ele não parou de fumar.

- O que? Do que você tá falando? Que doença? E o Dean tinha parado de fumar tem alguns anos já.

- Você não sabia da doença dele?

- Que doença Ana? Como ele nunca disse nada.

- Ele tem cardiopatia isquêmica. Uma doença que se dá devido a falta de irrigação no coração.

- Meu Deus, como ele pôde nunca ter me contado? - começo a chorar desesperada.

- Senhora, a situação dele é muito grave, não há muito que possamos fazer - o médico diz com uma expressão de que já havia desistido de salva-lo.

- Não há nada que possa fazer pra salvar meu filho, como assim? Vai deixá-lo morrer? - ela aponta o dedo na cara do médico - Você é um incompetente.

Ela se derrama em lágrimas e implora para que o médico o salve.

- Senhora, sinto muito, não há mais o que fazer, seu filho não abandonou o cigarro, isso tirou todas as chances que ele poderia ter de sobreviver.

- NAO!! - Ela grita com uma tristeza enorme e cai no chão aos prantos.

O choro que eu estava tentando prender se solta, eu me agacho e a abraço, chorando junto com ela.

Passamos minutos chorando. Ana se levanta e pede para vê-lo uma última vez.
O médico a leva, eu não consigo ir e me sento numa poltrona ao lado de Nick, que ainda está sem reação.

Eu desabo a chorar.

- Eu não fiz nada para salva-lo, nada... - digo aos prantos.

- Você não podia fazer nada...- Nick me abraça.

- Eu quero sair daqui, me leva pra casa por favor - Nicolas levanta e apoia meu braço em volta dele.

- Vamos.

A dor que eu estava sentindo era terrível, eu não conseguia aceitar que nunca mais iria ve-lo, não conseguia suportar imaginar que meu menino não conheceria o pai.

Eu chorava tanto, que não sabia mais usar as palavras.

- Chegamos, vem, eu te ajudo - Nick me pega no colo e sob comigo em seus braços até o quarto.

Me deita na cama e me enrola.

- Eu não consigo imaginar o quanto deve estar doendo, não sei nem o que dizer pra melhorar... - ele pega em minha mão e limpa minhas lágrimas - se quiser eu durmo no sofá hoje, pra você descansar um pouco.

- Não...Fica aqui comigo, não quero ficar sozinha - quase as palavras não saem.

Ele se deita ao meu lado e coloca os braços sobre mim, viro para ele e o abraço sem dizer nada, apenas choro e choro e choro...

Acordo ainda de madrugada, umas 4 da manhã. Desço as escadas e vou até o armário da sala e pego uma caixa com fotos minha e de Dean, começo a relembrar todos os momentos que vivemos juntos... não fomos perfeitos juntos, mas ele me ajudou a superar muitos momentos difíceis, sempre ficando ao meu lado. E quando ele mais precisou, eu não estava lá...

Pego as fotos e as levo para o quarto do meu filho que em breve vai chegar. Agora sei por que nenhum nome dava certo pra você filho, por que você tem que se chamar Dean, assim como seu pai.

Saiba que mesmo sem ele, vou te amar mais que tudo e prometo que vou sempre estar com você, nunca vou deixá-lo, eu falhei com seu pai, mas não irei falhar com você.

Ouço a porta do quarto abrir... e vejo Nick na porta me olhando.

- Desculpa se te acordei.

- Não tem problema.

- Eu escolhi o nome dele, do meu filho.

- Qual nome ?

- Dean.

Nicolas se aproxima, segura em minhas mãos e sorri.

- Eu achei perfeito, ele vai ser um ótimo garoto.

- Vai, vai sim... Ele vai ter nós dois.